30/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-20C - GT 20 - IST/HIV/Aids e suas intersecções |
30616 - O CONHECIMENTO SOBRE INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS ENTRE ESTUDANTES DE ESCOLAS PÚBLICAS MIRELLA CAROENE MARTINIANO DA SILVA - UFCG, HELOISY ALVES DE MEDEIROS LEANO - UFCG, ANA CAROLINA DANTAS ROCHA CERQUEIRA - UFCG, LEIDYANNY BARBOSA DE MEDEIROS - UFPB, JORDANA DE ALMEIDA NOGUEIRA - UFPB, ÉDIJA ANÁLIA RODRIGUES DE LIMA - UFPB
Introdução: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) estão entre os maiores problemas de saúde pública mundial, levando em conta sua disseminação, transcendência e alta vulnerabilidade nas diversas faixas etárias. A OMS estimou mais de 1 milhão de novos casos de IST por dia no mundo. Constatou-se no Brasil que cerca de 28% dos escolares do 9º ano do ensino fundamental iniciaram a vida sexual. É essencial que as políticas públicas de saúde estejam atreladas a educação, visto que essa articulação, favorece a criação de intersetorialidade de ações que tenham cunho preventivo. Objetivo: Analisar o conhecimento de escolares acerca das infecções sexualmente transmissíveis. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa, realizada numa cidade do Curimataú paraibano. Participaram do estudo 15 adolescentes matriculados em escolas públicas, que cursavam desde o 7º ano do ensino fundamental até 3º ano do ensino médio. Optou-se pela amostragem não probabilística por bola de neve. Foram incluídos adolescentes de ambos os sexos, regularmente matriculados em escolas públicas e que se interessavam por atividades educativas de promoção da saúde, desenvolvidas no espaço escolar. Foram excluídos os adolescentes que estivessem temporariamente afastados das atividades escolares, durante o período de coleta de dados. Foram seguidas as prerrogativas éticas, com parecer consubstanciado do CEP, nº 1.404.179. Os dados foram coletados no decorrer de março a abril de 2016, por meio de entrevista semiestruturada. Os estudantes foram identificados por nomes de personagens de filmes. Aplicou-se Análise de Conteúdo Categorial Temática proposta por Bardin. Resultados e Discussão: Emergiram duas categorias: “O conhecimento sobre IST” e “As complexas interfaces da prevenção de IST”. Na primeira categoria, os adolescentes assinalaram a relação entre o acesso a informação e a formulação do conhecimento acerca das IST, nesse sentido revelou-se as limitações do conhecimento desse grupo e o reconhecimento do espaço escolar como mediador de informações sobre estas enfermidades. Ademais, alguns adolescentes referiram que pais e profissionais de saúde pouco contribuíram para o conhecimento deles sobre IST. A aids foi a mais citada pelos estudantes. A disseminação de informação não assegura a apreensão do conhecimento apresentado ao receptor, porém é base inicial de entendimento. O acesso a mensagens está cada vez mais acelerado, alavancando reflexões acerca do possível entrave que, impede os jovens de reterem conhecimento necessário para replicá-lo com segurança. Diante de temas associados a sexualidade nas escolas, é importante que os professores se sintam instruídos para conversar com seus alunos. Como os professores não possuem meios para introduzir questões sociais, como valores, preconceitos e tabus, assuntos interligados a esta temática, restringem-se apenas a compreender os fatores biológicos da sexualidade. O destaque dado a aids, pode estar associado ao medo da ausência de cura, a inexistência de uma vacina eficaz contra o HIV, as várias formas de transmissão, seu caráter altamente mutagênico e a degradação imunológica que ela acarreta. Na segunda categoria, os estudantes citaram o preservativo como meio de prevenção contra estas infecções, associando-o a outros aspectos como a rebeldia comum dos adolescentes, as desiguais formas de acesso aos serviços de saúde, diante de alguma sinal sugestivo de adoecimento; citaram outras formas de contaminação e de estabelecimento de relacionamento íntimo com o outro. A adolescência é demarcada pela busca da identidade adulta, fazendo com que o adolescente busque experimentar papéis diferenciados e por vezes contraditórios, tendo atitudes repetidamente impulsivas. Algumas práticas sexuais são associadas a um maior risco de transmissão do HIV, entre os quais destaca-se o início precoce da atividade sexual, maior frequência de múltiplas parcerias sexuais e casuais. Considerações Finais: O estudo sinalizou que embora o espaço escolar esteja receptivo a atividades de educação em saúde, e os adolescentes estejam atentos as informações disseminadas, ainda há fragilidades no conhecimento acerca das IST. Dado os avanços já alcançados no que tange as oportunidades de diálogo entre profissionais de saúde e de educação, acredita-se que as políticas públicas devam se expandir com o fim de impulsionar a valoração deste elo, instrumentalizando esses atores sociais para a superação de fragilidades que comprometem a promoção da saúde e, particularmente, a prevenção de IST na adolescência. Compreende-se que o bom estabelecimento de relações dialógicas entre gestores e sociedade civil, cooperarão para a formação de agentes multiplicadores de informações na comunidade, respeitando aspectos sociais, religiosos e culturais, sem perder de vista a saúde e bem-estar da comunidade.
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