30/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-20C - GT 20 - IST/HIV/Aids e suas intersecções |
31126 - O DEBATE DAS QUESTÕES DE GÊNERO NA ESCOLA: RELATO DE EXPERIÊNCIA MARTHA SOUZA - UFN, FERNANDA COPETTI MULLER - UFN, DANIELE FELICIANI TASCHETTO - UFN
Contextualização
Reconhece-se o ambiente escolar como espaço de relevância para a promoção da saúde. Principalmente quando esta questão favorece a formação do cidadão crítico, estimulando-o a autonomia, ao exercício de direitos e deveres, às habilidades com opção por atitudes mais saudáveis e ao controle das suas condições de saúde e qualidade de vida (SILVA, DELORME, CARVALHO, 2007).
Quando trabalhamos com uma visão crítica dos estudantes, focamos não somente no âmbito escolar, mas através dele, englobando o cotidiano e demais relações. Sierra e Signorelli (2014) apontam que as escolas são locais onde pode ocorrer a (re)produção da sexualidade e padrões de gênero dentro uma linha heteronormativa, branca e sexista. Esses fatos podem favorecer que aqueles fora deste padrão sejam afetados por meio de situações de violência.
A violência no ambiente escolar, envolvendo questões de gênero, pode acometer estudantes em diferentes situações. Debater temas que envolvem esses temas nesses espaços possibilitam maior aproveitamento escolar, minimizando situações de preconceito e violência (ROSSINI, 2006).
Umas das principais violências escolares notórias são as relacionadas ao gênero. O estudante fora dos padrões instituídos pela sociedade machista e heteronormativa pode ser discriminado, prejudicando o seu rendimento escolar, psicológico, físico e social (CARVALHO, 2003).
A Organização Mundial da Saúde relata que a atenção à saúde cumpre um papel fundamental para a prevenção e tratamento das consequências resultantes da violência de gênero. Dentro disso, uma das alternativas para resolver essas situações é fortalecer políticas de prevenção e debates sobre o tema também nos espaços escolares (GUTIÉRREZ et al, 2016).
Descrição
Os acadêmicos de graduação na área da saúde podem promover ações de discussões acerca de questões de gênero, as quais integram atividades de educação e saúde no sentido de prevenir as infecções sexualmente transmissíveis, gravidez na adolescência e minimizar preconceitos que geram violências.
Período de realização
De agosto de 2018 a maio de 2019.
Objetivo
Relatar a experiência de educação em saúde realizada por acadêmicos de enfermagem e medicina com adolescentes do ensino público frente às questões de gênero no espaço escolar.
Resultados
Este trabalho relata ações de projeto de educação em saúde vivenciadas em escolas públicas de município da região central do estado do estado do Rio Grande do Sul. O objetivo inicial das ações eram abordagens relativas a temas relacionados à prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis e gravidez na adolescência. Entretanto, a partir do desenvolvimento desses assuntos, principalmente as meninas, fizeram relatos frequentes de situações de assédio vivenciadas por elas dentro e fora do ambiente escolar, fazendo com que esses aspectos fossem inseridos automaticamente nas propostas de trabalho.
A primeira etapa da pesquisa foi desenvolvida por meio de projeto FAPERGS 2017/2018, o qual revelou alta frequência de relatos de violência de gênero no ambiente escolar. Sendo, assim, considerou-se necessária a ampliação dessa pesquisa em outras escolas do município visando compreender o processo de violência de gênero e fomentar políticas de proteção ao gênero feminino.
Fizeram parte do estudo, discentes dos cursos de enfermagem e medicina da Universidade Franciscana, os quais desenvolveram debates sobre questões de gênero com estudantes do ensino médio de escolas públicas de cidade de médio porte na região central do Rio Grande do Sul.
Durante a realização dos debates, os estudantes revelam que a situações de violência no cotidiano da escola são frequentes. Compreendem a violência como um problema complexo capaz de afetar a vida das pessoas. Ao serem questionados como poderiam ajudar a mudar as situações de violência revelam que seria importante ampliarem essas discussões não apenas no ambiente escolar, mas também ampliá-lo para o espaço familiar e da sociedade.
Aprendizados e análise crítica
A partir do trabalho realizado, percebe-se que a comunidade escolar compreende a violência de gênero como um impasse no dia a dia dos estudantes. Verifica-se que é muito difícil de colocar em prática os assuntos debatidos, por ser um processo de desconstrução que deveria ocorrer em todos os espaços.
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