28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-23B - GT 23 - PICS, auto conhecimento e equilibrio emocional |
30305 - PROGRAMA REDES DO BEM EIXO EQUILÍBRIO EMOCIONAL: PRÁTICAS INTEGRATIVAS E AUTOCONHECIMENTO NA PROMOÇÃO DO BEM-ESTAR NA COMUNIDADE ACADÊMICA DA UFPB
AUXILANDIA ALBUQUERQUE DOS SANTOS - UFPB, LAÍS PAIVA NOGUEIRA - UFPB, FERNANDA SECCO DE SOUSA - UNIVALI, THIAGO PELÚCIO MOREIRA - UFPB
As universidades refletem em seu ambiente acadêmico a similaridade com o mundo pós-moderno, ao qual a humanidade está inserida. Se por um lado o mercado de trabalho exige a formação de profissionais competitivos, por outro, a era da informação traz pessoas cada vez mais conectadas a eletroeletrônicos e desconectadas de si mesmas (OGA e CRUZ, 2010). Na academia, isso se transforma em disputas por notas e títulos, cargas horárias extensas e pouco tempo para outras atividades. Essa sobrecarga se sobrepõe à capacidade de enfrentamento dos estudantes, podendo levar a manifestações de doenças psicossomáticas (GALVÃO et al., 2018).
Segundo um estudo feito por Moretti e Hübner em 2017, 89% dos alunos considerou que a rotina universitária tem grande influência negativa nos seus níveis estresse e 42% considerou que a quantidade de provas e os trabalhos aplicados é o que mais interfere.
Como uma opção para combater esse quadro, as Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), denominadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como medicinas tradicionais e complementares, foram institucionalizadas no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006 e procuram a cura e equilíbrio da mente e corpo através de um princípio holístico, com enfoque integral dos problemas de saúde e da vida. (BRASIL, 2018)
O programa de extensão Redes do Bem atua desde 2014 na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), com o intuito de oferecer atividades que colaboram na prevenção e reestruturação do equilíbrio emocional dos participantes, com algumas modalidades de PICS.
Desta forma, temos por objetivo relatar as práticas desenvolvidas pelo programa de extensão Redes do bem, no seu eixo equilíbrio emocional, onde através de sua rede de apoio, contribui para a melhoria da qualidade de vida da comunidade acadêmica da UFPB.
Essa contribuição se dá através de atividades anteriores à própria fundação do programa de extensão, como o curso de Autoconhecimento e espiritualidade segundo a Bhagavad-Gita (em sua 16º edição, desde 2012), rodas de conversas com psicólogos, terapeutas e religiosos, bem como as aulas de Yoga (desde 2010) e Tai Chi Chuan (desde 2013), todos oferecidos regularmente e várias turmas no campus da UFPB de João Pessoa.
De 2018 até agora, as atividades passaram pela elaboração do I Fórum de Equilíbrio Emocional e Ações Afirmativas do Curso de Odontologia, Hotelaria e Turismo, ações para prevenção do suicídio em alusão ao Setembro Amarelo e pela pesquisa em andamento Bem-Estar, Regulação Emocional e Sintomas da Disfunção Temporomandibular em Estudantes da Área de Saúde na UFPB.
Com enfoque nas PICS, houve a criação do Desacelera UFPB, que acontece quinzenalmente, tendo por meta prestar aos estudantes um momento de desopilar da sobrecarga acadêmica. Em suas primeiras versões, o Desacelera UFPB teve como proposta oferecer aos seus participantes aulas de meditação e relaxamento. As sessões de 40 minutos realizadas no horário de intervalo do almoço contavam com a presença de professores convidados, com experiência na área, que trabalhavam a respiração e consciência corporal, sempre com uma profunda reflexão sobre importância de cuidar de si e sobre prevenir ou combater o estresse emocional. O convite aos alunos se dá por meio das redes sociais e grupos de mensagens, além da divulgação através de cartazes pelo campus.
Já é demonstrado em diversas pesquisas que a meditação pode ser benéfica à saúde física e mental, contribuindo significativamente para a melhora na qualidade de vida (ASSIS, 1995). Pudemos observar esse fato na prática através das aulas, onde o envolvimento dos estudantes demonstrou uma resposta muito positiva por parte destes, trazendo, através de seus depoimentos, relatos como a redução dos níveis de estresse e ansiedade, que como consequência trouxe essa qualidade para seu dia.
Entender que as pessoas devem ser enxergadas no seu contexto biopsicossocial (ENGEL, 1977), que inclui o indivíduo nas universidades, mostra o quanto é necessário sairmos da visão apenas do modelo biomédico para a intervenção das doenças psicossomáticas advindas deste ambiente e propor medidas que realmente estimulem uma melhor vivência acadêmica dentro das instituições (SANTOS et al, 2011). Isso nos trouxe uma visão mais humanizada para nossa formação profissional e uma forma de olhar diferenciada para os participantes que, por muitas vezes, eram nossos próprios colegas de sala.
Pensando no princípio da integralidade, não poderíamos excluir uma forma de cuidado tão relevante como as PICs, que podem contribuir para o enfrentamento do estresse emocional e para a obtenção do equilíbrio na vida acadêmica (SILVA, 2016) e de como é importante projetos, como o Redes do Bem, que ofereçam esse suporte nas universidades e, desta forma, promovem o bem estar mental e emocional a comunidade.
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