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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-23D - GT 23 - Nutrição e plantas medicinais no cuidado e promoção da saúde

29204 - PRINCIPAIS OBSTÁCULOS À APLICAÇÃO DE OFICINAS CULINÁRIAS POR NUTRICIONISTAS DO NASF RIO
HUGO BRAZ MARQUES - PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, PATRICIA AFONSO MAIA - PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, MARIA CECÍLIA QUIBEN FURTADO - PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO, GEILA CERQUEIRA FELIPE - PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO


INTRODUÇÃO: A educação nutricional compreende um processo longitudinal de suscitação de mudanças de hábitos com base na autonomia do sujeito, que deve ter seus valores, representações e práticas alimentares respeitados diante da multidimensionalidade do campo da alimentação e nutrição humana. Elas valorizam o simbolismo da alimentação e o exercício da culinária como prática social, de modo a extrapolar a discussão sobre as dimensões biológicas, nutricionais e sanitárias relacionadas à alimentação. A educação nutricional deve estar presente em todos os níveis de atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento do quadro epidemiológico contemporâneo, em que predominam doenças crônicas associadas ao consumo irrestrito de alimentos ultraprocessados. A Política Nacional de Alimentação e Nutrição motiva o investimento em estratégias de comunicação e educação em saúde por meio de práticas referenciadas na realidade local, de cunho problematizador e construtivista, atentando-se aos contrastes sociais. OBJETIVOS: Identificar obstáculos para a aplicação de oficinas culinárias como estratégia de promoção da alimentação saudável por nutricionistas dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família do município do Rio de Janeiro. METODOLOGIA: Foi realizada pesquisa do tipo qualitativa, conduzida pela aplicação de questionário estruturado fechado, contendo opções que desmembrassem eixos principais sobre empecilhos para realização de oficinas culinárias. Os eixos incluíram questões relacionadas a infraestrutura da unidade básica de saúde; ao território e seus equipamentos sociais; ao processo de trabalho junto à gestão e às equipes; à propulação adscrita; ao profissional nutricionista. O questionário foi apresentado aos 41 nutricionistas do NASF do município do Rio de Janeiro, por meio de visitas técnicas executadas entre dezembro/2018 e março/2019, pelo Instituto de Nutrição Annes Dias, órgão técnico em alimentação e nutrição na cidade. RESULTADOS: Cerca de 44% dos nutricionistas do NASF Rio (n=18) responderam ao questionário. A totalidade dos respondentes reconhece a importância da oficina culinária para promoção de práticas alimentares saudáveis, porém 41% deles não conseguem realizá-la. Dentre os que realizam, a freqüência média é trimestral. Predominaram obstáculos referentes à infraestrutura e a território. Com relação à infraestrutura, destacou-se a falta de recursos formais para aquisição de gêneros alimentícios, eletrodomésticos e utensílios. No que tange ao território, a limitação em equipamentos sociais e a baixa relação intersetorial fizeram-se prevalentes. Quase metade percebeu baixa valorização das oficinas culinárias pela gestão local e expressou desmotivação diante da fragilidade da Atenção Primária e instabilidade de seu vínculo profissional. A preferência dos usuários do SUS por atendimentos individuais em detrimento de grupos educativos e a necessidade de educação continuada do próprio nutricionista sobre técnica dietética foram identificadas. CONCLUSÕES: No município do Rio de Janeiro, o perfil epidemiológico em que sobressaem obesidade e doenças crônicas em adultos e idosos, bem como o investimento regressivo na atenção secundária em saúde nos últimos 10 anos, parece corroborar a concessão de valor ao atendimento clínico e desmérito às ações educativas na Estratégia de Saúde da Família, seja pela população, seja por profissionais envolvidos em assistência ou gestão. Cabe frisar a presente reestruturação da Atenção Primária municipal, sob um regime de austeridade econômica, como fator que tem vulnerabilizado ações extra-ambulatoriais. O reconhecimento institucional de efetividade de oficinas culinárias faz-se míster, incluindo o suporte de recursos materiais para sua condução, o incentivo à exploração qualificada do território pelas equipes com vistas à intersetorialidade e a valorização do matriciamento técnico-pedagógico sobre educação em saúde. Acredita-se no potencial das oficinas culinárias para promoção da alimentação saudável pela transcendência da abordagem estritamente biológica, prescritiva e normatizadora em saúde, dentro de um processo que busca despertar o protagonismo, autonomia e criticidade dos usuários a respeito de suas práticas alimentares. REFERÊNCIAS: CASTRO, I.R.R. A culinária na promoção da alimentação saudável: delineamento e experimentação de método educativo dirigido a adolescentes e a profissionais das redes de saúde e de educação. Revista de Nutrição, Campinas, v. 20, n. 6, p. 571-588, nov.-dez. 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. MENEZES, M.F.G.; MALDONADO, L.A. Do nutricionismo à comida: a culinária como estratégia metodológica de educação alimentar e nutricional. Revista HUPE, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 82-89, jul.-set. 2015.

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