29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-23D - GT 23 - Nutrição e plantas medicinais no cuidado e promoção da saúde |
29938 - JARDIM MEDICINAL: PRÁTICAS INTEGRATIVAS NA AMPLIAÇÃO DA PROMOÇÃO A SAÚDE E BEM VIVER NO MUNICÍPIO DE CRATO-CE.
KEILA FORMIGA DE CASTRO - SMS CRATO-CE, FRANCISCO ELIZAUDO DE BRITO JUNIOR - UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA, MARIA AUREA SOARES DE OLIVEIRA - UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA, KAROLAYNNE PEIXOTO DE MELO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI - UFCA, GIÓRGIA SÁTIRO DE MOURA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI - UFCA, CAMILA EDJANIE ALENCAR SILVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI - UFCA, ERIKA ROMÉRIA FORMIGA DE SOUSA - SMS CRATO-CE
Contextualização
O campo das Práticas Integrativas Complementares em Saúde, envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras (BRASIL, 2016). Um olhar não só sobre as condições de vida, mas também na perspectiva de território se faz necessário uma vez que é a base sobre a qual as determinações sociais da saúde produzem efeitos, geram transformações e são transformados. Dentro desta perspectiva surgem os territórios saudáveis, definidos como: espaços relacionais e de pertencimento onde a vida saudável é viabilizada, por meio de ações comunitárias e de políticas públicas, que interagem entre si e se materializam, ao longo do tempo (MACHADO et al. 2017). Fortalecendo os pilares de uma mudança de paradigma, encontra-se o Bem Viver, que se apresenta como uma oportunidade para construir coletivamente uma nova forma de vida, é essencialmente, um processo proveniente da matriz comunitária de povos que vivem em harmonia com a natureza (ACOSTA,2015). Na comunidade do Baixio das Palmeiras, zona rural do município do Crato CE, região que abriga a Floresta Nacional do Araripe-FLONA, vem desenvolvendo uma aproximação com os princípios de território Saudável e Bem Viver, com estímulos às práticas de permacultura, quintais produtivos, ferramentas de tecnologias sociais de saneamento básico, criação de espaço próprio de resistência e identidade cultural de iniciativa popular, campo propício também para a prática e manejo das plantas medicinais, bem como possibilita um resgate de práticas tradicionais que vem se perdendo ao longo do tempo. No ano de 2018 fortalecendo esse movimento, foi implementado o projeto de extensão intitulado “Jardim Medicinal na Unidade Básica de Saúde Baixio das Palmeiras”, uma parceria entre o curso de Agronomia da Universidade Federal do Cariri – UFCA e a UBS.
Descrição
Em abril de 2018, foram iniciadas as atividades com rodas de conversa para sensibilizar e apresentar o projeto para comunidade e trabalhadores no próprio espaço onde viria a ser construído, o Jardim Medicinal. Em seguida iniciaram-se as construções dos canteiros das plantas medicinais de forma participativa com todos, foram realizadas oficinas quanto a utilização de plantas medicinais e as formas de uso em parceria com o ICMBio, juntamente com a participação dos trabalhadores e comunidade. Algumas atividades foram necessárias para angariar fundos de apoio popular para a aquisição das plantas ornamentais que iriam compor o paisagismo da unidade que também foi construído em co-participação com os estudantes, trabalhadores e população local.
Período de realização
Abril de 2018 até os dias atuais
Objetivos
Ampliar o escopo de ações de promoção a saúde da comunidade assistida pela ESF Baixio das Palmeiras com a construção de Farmácia Viva tipo 1. O resgate de saberes populares locais. Construir um espaço de convivência para desenvolvimento de práticas integrativas na unidade.
Resultados
Concluímos a recuperação paisagística da unidade de saúde, construiu-se um espaço compartilhado de acolhimento para realização das atividades da equipe. Em paralelo foi realizada a reforma e reparo do estabelecimento, a identificação de cada espécie que compõe o canteiro, constando de nome científico, nome popular e as indicações terapêuticas conforme estudos literários. A Participação da equipe e a comunidade no evento realizado no território, a II Convergência de Permacultura do Ceará e I Convergência Centro-Nordestina de Permacultura, evidencia um resgate da população quanto ao uso de plantas medicinais e práticas populares, maior interesse dos profissionais e trabalhadores de saúde quanto ao uso destes vegetais e fitoterápicos. Maior vínculo entre a comunidade e equipe de saúde, co-responsabilização dos atores com a manutenção do projeto e recrutamento de novos voluntários do território. Sendo importante ressaltar a renovação do projeto já citado para o ano de 2019 levando a ampliação para a UBS da comunidade Romualdo atendida pela mesma Equipe de Saúde. Dessa forma também, podemos perceber maior aproximação das Instituições de Ensino Superior da região com o território e formação de vínculos com os atores desse ambiente.
Aprendizado e Análise Crítica
Um diálogo próximo e efetivo entre comunidade, ensino e serviço é fundamental para a mudança do paradigma da saúde( BARROS,SPADACIO & COSTA, 2018). O projeto Jardim Medicinal ultrapassou os objetivos inicialmente propostos, com uma ampla apropriação por parte da comunidade, transformando a forma de cuidado da saúde comunitária. Proporcionando um resgate de saberes e forma de lidar com a ambiente, ampliando o escopo de promoção da saúde. É possível fazer a diferença mesmo com uma realidade desfavorável, reconhecer e fortalecer as potencialidades que o território oferta, estabelecendo parcerias, compartilhando responsabilidades contribuindo fortemente para a mudança da realidade local.
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