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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-23G - GT 23 - PICS e cuidado na Atenção Primária

29897 - ANÁLISE DO IMPACTO DA DISTRIBUIÇÃO DE CHÁS MEDICINAIS DURANTE O ACOLHIMENTO NA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA MUDANÇA DE VIDA II
MARIA FERNANDA BATISTA DE BRITTO LYRA - UFPB, HARIEL HEGEL LINS ZÓZIMO - UFPB, JULIANA SAMPAIO - UFPB, ALUÍSIO JOSÉ DE OLIVEIRA MONTEIRO NETO - UFPB, ANTÔNIO CARLOS DE ARAÚJO NETO - UFPB, FÁBIO DE SOUZA BATISTA - UFPB, LAURA COURA NARDY - UFPB, LOUYSE JERÔNIMO DE MORAIS - UFPB, RAMON RIBEIRO DA SILVA - UFPB, RUAN LUCAS MARINHO DE OLIVEIRA - UFPB, VITOR MEDEIROS DELGADO - UFPB


Contextualização: De acordo com Lopes et al. (2005), planta medicinal é toda aquela administrada ao homem ou animal com ação terapêutica. A fitoterapia é o uso das plantas medicinais e uma importante estratégia de produção de saúde, que possibilita uma atenção global e individualizada, eficiente na redução do modelo biomédico vigente (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012). A Estratégia da Saúde da Família, como porta de entrada do SUS e pautada pelos princípios de integralidade e vínculo, obtém ganhos com fitoterápicos no cotidiano do cuidado em saúde. Entre eles estão o estreitamento de laços entre profissionais e comunidade, redução do consumo de medicamentos alopáticos e a valorização do conhecimento popular (BATISTA, L. M.; VALENÇA, A. M. G., 2012).
Objetivo: Baseados nesses pressupostos, buscou-se, a partir da oferta de chás de plantas medicinais, produzir diálogos com usuários de uma Unidade de Saúde da Família (USF), facilitando a escuta ativa e a troca de saberes e experiências sobre plantas medicinais e seus efeitos no cuidado em saúde.
Descrição: A ação foi realizada por 10 alunos do segundo período do curso de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, durante o acolhimento de uma USF de João Pessoa, uma vez por semana, entre fevereiro e maio de 2019. A ação iniciou-se pelo eu planejamento, com nivelamento dos conhecimentos dos alunos acerca das diferentes aplicações dos chás medicinais e suas formas de preparo. Semanalmente, uma dupla de alunos ficava responsável pela aquisição dos materiais e confecção do chá. O trabalho foi dificultado em razão da falta de estrutura da unidade para a produção dos chás in locus: o fogão da cozinha se encontrava quebrado e a horta comunitária carecia de plantas cujo consumo seria agradável aos usuários. Entre 7:30 e 9:30h da manhã, os alunos circulavam entre os usuários, oferendo chá aos que aguardavam consulta, e iniciando diálogos sobre os chás, com escutas ativas aos contextos vividos pelos usuários. Ao termino da atividade, os alunos se reuniam com a professora orientadora e discutiam sobre as vivências.
Resultados: O uso da fitoterapia como uma forma de Educação Popular e de aproximação entre o profissional de saúde e o usuário do serviço está em consonância com o abordado pelo Caderno de Atenção Básica nº 31 do Ministério da Saúde, publicado em 2012. Na USF, os chás foram recebidos com entusiasmo por usuários e trabalhadores. O engajamento deles foi fundamental para o sucesso do trabalho, visto como estratégico para fortalecer a fitoterapia na comunidade, e produzir proximidade entre usuário e equipe de saúde. A experiência vivenciada demonstrou-se potente para estimular o uso de fitoterápicos, bem como proporcionar um acolhimento integralizado aos usuários da USF, ao mesmo tempo em que proporcionou aos estudantes não somente uma maior compreensão desta prática integrativa em saúde, como também o desenvolvimento de tecnologias leves, como a escuta e o diálogo, para alem da entrevista biomédica.
Aprendizados: O uso de chás se mostrou um dispositivo para o início de um diálogo informal entre o futuro profissional e os usuários do serviço, gerando o contato necessário para o desenrolar de escutas ativas. O processo se deu como uma via de mão dupla, visto que enquanto o estudante tem a oportunidade de desenvolver habilidades inerentes à sua futura profissão, pôde proporcionar aos usuários, um acolhimento mais integrado, sendo a própria interação social estabelecida um importante agente terapêutico por si só. Outra questão diz respeito à relevância atribuída pelos usuários ao uso dos fitoterápicos. Nesse aspecto, o consumo regular de chás foi identificado como uma prática bastante difundida na comunidade. A adesão ao chá foi satisfatória, tendo em vista que muitas pessoas buscavam tratamentos menos agressivos e, muitas vezes, depositavam uma crença maior no poder de cura dos fitoterápicos quando comparados aos medicamentos alopáticos convencionais.
Análise crítica:Por fim, entendendo o uso de fitoterápicos como sendo uma das maneiras de expressão da cultura de um povo, através do conhecimento popular, é fundamental que haja o estímulo a essa prática no Sistema Único de Saúde. Para tanto, é preciso melhor integrar o uso de fitoterápicos no SUS, de modo a, sempre que possível, substituir os medicamentos convencionais, disponibilizando uma outra via de tratamento efetiva, que proporciona uma maior participação da comunidade no sistema de saúde, por meio de hortas comunitárias e uso de fitoterápicos.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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