28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-23A - GT 23 - PICS e Educação Popular na formação profissional e no cuidado em instituições de ensino |
30980 - SIMULAÇÃO REALÍSTICA: CONTRIBUIÇÕES E DESAFIOS PARA FORMAÇÃO EM ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE
ILDONE FORTE DE MORAIS - UERN, LINDA KATIA OLIVEIRA SALES - UERN, SORAYA MARIA DE MEDEIROS - UFRN
CONTEXTUALIZAÇÃO: Historicamente a formação enfermagem privilegia metodologias de ensino focadas na transmissão de informação e na educação bancária, que contribuem para reprodução e hegemonia do modelo curativista. No entanto, esta perspectiva deve ser repensada, pois tem-se como necessidade atualmente, a integração de metodologias ativas de ensino/aprendizagem em consonância com a reorientação do modelo de atenção à saúde. Neste sentido, a simulação realística tem sido descrita na literatura científica como uma estratégia de ensino que favorece o engajamento dos estudantes de enfermagem, possibilitando repensar as práticas de saúde e educação. DESCRIÇÃO: realizou-se a experiência de simulação realística para educação em saúde e educação popular em saúde, a partir da disciplina Estágio Curricular Supervisionado I (ECS I), curso de graduação em enfermagem, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN, Campus Caicó-RN. Para tanto, organizou-se três momentos: problematização, diálogo-síntese e simulação realística. A problematização foi efetivada com quatro questões norteadoras: o que é educação em saúde? O que é educação popular em saúde? Como implementar e manter ativo um grupo de educação popular em saúde? Quais metodologias devem ser utilizada na educação popular em saúde? No diálogo-síntese foram apresentados e discutidos os referenciais teóricos e metodológicos da educação em saúde em contraponto com a educação popular em saúde. A simulação realística foi implementada com dois grupos de estudantes. O grupo 1, simulou a realização de uma ação de educação em saúde na comunidade. O grupo 2, simulou uma atividade de educação popular em saúde com a comunidade. As duas etapas iniciais, problematização e síntese-diálogo, foram realizadas em uma sala de aula do curso de enfermagem. Por outro lado, a simulação foi operacionalizada na área de convivência do campus universitário. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: setembro de 2018, enquanto parte integrante das atividades da disciplina ECS I. OBJETIVO: Refletir sobre a experiência da simulação realística no ensino/aprendizagem da educação popular em saúde, apontando contribuições e desafios desta vivência para formação em enfermagem. RESULTADOS: a simulação realística, enquanto contribuições para formação em enfermagem na educação popular em saúde, revelou aspectos alinhados a abordagem dos 4 Cs no ensino: comunicação, colaboração, criatividade e criticidade. A comunicação apresentou características distintas através das duas simulações, pois na simulação do grupo 1, educação em saúde, predominou o modelo tradicional de palestras, em que a comunicação é verticalizada e sem a participação efetiva da comunidade. Em contraponto, a simulação realizada pelo grupo 2, educação popular em saúde, explicitou elementos de uma comunicação horizontalizada através da troca de saberes, bem como da escuta sensível da população. A colaboração indicou um caminho de trabalho coletivo. Conjunção de esforços para atingir um determinado objetivo. De certo modo, envolveu o diálogo de distintos atores sociais no processo de construção de conhecimentos individuais e coletivos. A criatividade esteve ligada a ousadia para geração de novos saberes e práticas. Isso foi possível na medida em que a simulação realística fez emergir elementos de ludicidade. Criticidade representou as reflexões oriundas dessa estratégia de ensino, uma vez que o pensamento crítico, instigado por esta experiência, permitiu que os discentes e docentes saíssem da zona de conforto e comodismo habitual, presentes no modelo educacional tradicional em enfermagem. Os desafios desta experiência foram a pontualidade da ação e o cenário de sua realização, pois tratou-se de uma atividade pedagógica realizada em uma única disciplina do curso de graduação em enfermagem, operacionalizada estritamente no ambiente universitário. APRENDIZAGENS E ANÁLISE CRÍTICA: Com a realização desta experiência algumas aprendizagens foram possíveis, como por exemplo, desenvolver o protagonismo dos estudantes; demonstrar o papel de mediador do professor no ensino, reconhecer as diferenças entre educação em saúde e educação popular em saúde e estimular a participação ativa dos discentes nos debates da temática. Entretanto, esta metodologia de ensino para ser melhor efetivada deve ser pensada em articulação com o projeto político pedagógico de curso e a realidade loco-regional. Logo, as sugestões apontam para a necessidade de realizar a simulação realística integrada ao currículo de enfermagem, bem como aos cenários de práticas, enquanto estratégia para o fortalecimento da relação ensino-serviço-comunidade.
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