30/09/2019 - 15:00 - 16:30
EO-19E - GT 19 - Comunicação Institucional |
30578 - MÍDIAS SOCIAIS, SAÚDE E COMUNICAÇÃO: A EXPERIÊNCIA DA FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA COM O “COMUNICA FS”
ADRIA JANE ALBARADO - LABORATÓRIO DE INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (ECOS/UNB)., ANA VALÉRIA MACHADO MENDONÇA - DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNB, MARIA FÁTIMA DE SOUSA - DEPARTAMENTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNB
CONTEXTUALIZAÇÃO
Trata-se da experiência vivida junto à gestão da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (FS/UnB), a partir da criação de um núcleo de comunicação cujas ações foram veiculadas principalmente pela internet. Neste contexto, saúde e comunicação são compreendidas como direitos básicos, o uso das mídias sociais digitais apresenta-se como alternativa à falta de acesso à mídia tradicional e busca-se realizar comunicação em saúde para além da lógica verticalizada e instrumental.
DESCRIÇÃO
O Comunica FS é um canal de comunicação para que estudantes, professores, técnicos e demais colaboradores da FS/UnB divulguem pesquisas, eventos, cursos e outras ações acadêmicas, culturais e sociais. Mediante parcerias com público interno e externo à FS, realiza e apoia ações de informação, educação e comunicação inovadoras, criativas e promotoras de saúde, de forma colaborativa, respeitando a diversidade e promovendo a equidade por meio de textos, vídeos, banners eletrônicos e eventos.
Inaugurado em outubro de 2014, seu objetivo é estabelecer ações estratégicas de comunicação em saúde. Composto por estudantes de graduação, profissionais de comunicação e de saúde, contou com o portal fs.unb.br; a TV Comunica (mural digital); o informativo do Sistema de Integração Ensino-Serviço-Comunidade (Siesco), o Bem-te-vi; a Comunica FS in revista. Está em mídias sociais como o Facebook, Instagram e Youtube com o perfil “Comunica FS”, sendo a internet seu principal meio de compartilhamento.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Considerou-se a gestão de outubro de 2014 a outubro de 2018 da FS/UnB, entretanto, o Núcleo segue em atividade.
OBJETIVO
Descrever a experiência com enfoques especiais para a participação da comunidade e a metodologia utilizada pelas responsáveis – gestora, coordenadora e jornalista responsável, todas pesquisadoras das áreas de comunicação e saúde–, bem como demonstrar a importância da comunicação no âmbito de uma faculdade de saúde.
RESULTADOS
O Núcleo em questão tornou-se referência para divulgação de informações e ações de comunicação na FS e na assessoria de comunicação da UnB, da Fiocruz Brasília e do Hospital Universitário de Brasília. Ainda em atividade, conta com 2.220 seguidores no Facebook e 800 seguidores no Instagram. Possui o registro de inúmeras atividades em mais de 5 mil fotos em álbuns virtuais e 338 feeds e 85 vídeos. Até 2017, realizou e/ou apoiou mais de 1.500 eventos. Esses materiais são utilizados em pesquisas acadêmicas, relatórios e inspiram iniciativas parecidas em outras faculdades, cursos e projetos de extensão e pesquisa.
APRENDIZADOS
Observou-se que não seria possível ir para as mídias usando a linguagem tradicional ou tê-las como meros repositórios de materiais. Foi preciso conhecer e usar inclusive ‘memes’, hashtags e filtros de sucesso no momento das postagens. O fato de ser composto por estagiários de graduação de diferentes áreas facilitou o trabalho por se tratar de uma comunicação realizada no âmbito institucional.
A iniciativa da gestão em dar autonomia aos responsáveis para produzir conteúdo em seus diversos formatos e linguagens, ampliou o leque de possibilidades para uma comunicação participativa, inclusiva e promotora da saúde, cultura e conscientização social. O Núcleo, buscou promover uma comunicação que se afastasse da centralização na doença, cuidado médico, hospitalar ou tecnológico, e valorizou os diversos saberes, em especial os de educação popular. Figuras femininas, pessoas negras, LGBT e indígenas foram priorizadas nas produções.
ANÁLISE CRÍTICA
Mesmo na tentativa de buscar a melhor forma de comunicar, o Comunica FS encontrou dificuldades na compreensão de suas produções e até chegou a atender pedidos de retirada de material do ar. O meme com a figura da Bela Gil sugerindo trocar “aulas em sala” pela participação em um evento interdisciplinar foi o mais marcante deles.
Com a rotatividade dos componentes do Núcleo, observou-se a necessidade de registrar algumas diretrizes sobre comunicação em saúde, principalmente no que se refere à equidade, cultura da paz e não violência e promoção da saúde. Foi desafiador manter redes de comunicação com ligas acadêmicas, laboratórios e grupos de pesquisas ou mesmo turmas específicas ainda trabalham na lógica de comunicação organizacional privada.
A comunidade acadêmica, em especial professores e técnicos administrativos, demonstrou ainda possuir dificuldades em lidar com mídias digitais. O nível de inclusão digital foi determinante para a compreensão e utilização, também ferramentas como email do servidor e estrutura do site. Apesar de muitos desafios, a experiência demonstrou-se efetiva na Faculdade, principalmente entre os estudantes, maior parte da comunidade acadêmica.
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