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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-32D - GT 32 - Trabalho Rural 1

30474 - REDE DE HORTAS DO BEM COMUM E DA FELICIDADE COMUNITÁRIA DE ALDEIA: CONSTRUÇÃO COLETIVA DE ALTERNATIVAS PARA GARANTIA DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E DO BEM VIVER
SIMONE CORDEIRO DE MIRANDA - CENTRO CULTURAL BRASIL ALEMNAHA - CCBA, THILO SCHMIDT, CARLA PINHEIRO MACIEL - HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS/ PREFEITURA DO RECIFE, HÉLCIO JOSÉ BATISTA - UFRPE


Contextualização
O cultivo de alimentos em áreas urbanas e seu entorno é prática cada vez mais necessária no mundo em acelerada urbanização. A agricultura urbana agroecológica contribui para segurança alimentar e nutricional nas cidades. Através da produção de alimentos saudáveis, livres de adubos químicos e agrotóxicos, a agroecologia urbana envolve comunidades e revitaliza áreas na cidade antes degradadas ou ociosas. O trabalho coletivo e as responsabilidades compartilhadas fundamentam a atividade. Atuando localmente e pensando globalmente, devolve de fato o espaço urbano a seus habitantes, criando ambientes mais saudáveis e agradáveis de habitar. A experiência da Rede de Hortas do Bem Comum e da Felicidade Comunitária de Aldeia (Rede), na Região Metropolitana de Recife, constitui uma iniciativa de agricultura urbana seguindo os princípios da agroecologia. A pluralidade dos conhecimentos de seus integrantes forma um grupo multidisciplinar (agronomia, medicina, pedagogia, arte, gastronomia, jardinagem, jornalismo, marcenaria, entre outros). Trata-se da construção de uma iniciativa concreta no âmbito da Economia do Bem Comum (EBC), em reação às ameaças da conjuntura política atual. A EBC (FELBER, 2010) é um movimento social e arranjo econômico alternativo amplo que dialoga com outros conceitos alternativos ao modelo neoliberal, como a Economia Solidária e o Bem Viver.

Descrição
A Rede é composta por cinco grupos de colaboradores: hortelãos (produtores); consumidores; apoiadores e beneficiadores parceiros, bem como jardineiros da comunidade, capacitados em cultivo agroecológico. Entre os princípios da Rede consta a circulação da produção orgânica, preferencialmente à base de troca de serviços para o bem comum. Em caso de venda são aplicados preços justos e com transparência (cotação no CEASA Orgânicos). Os terrenos das hortas são pequenos espaços entre 500 a 5.000 m², tamanho que não concorre com produtores da agricultura familiar, possibilitando uma produção local e suplementar. O conceito da agroecologia traz uma reflexão sobre o contexto social e da promoção de saúde de forma mais ampla, aliado à ecologia aplicada à agricultura. Procura-se resgatar saberes tradicionais da agricultura camponesa e o cultivo em equilíbrio com a natureza.

Período de realização
A experiência da Rede surgiu a partir de um primeiro ano de cultivo em uma horta piloto de 1.000 m2, com início em abril de 2018, seguida pela fidelização de consumidores locais e venda na própria horta. Além disso, a boa colheita permitiu levar os produtos para comunidades de baixa renda da região, sem acesso a produtos orgânicos, vendidos a preços simbólicos. Trata-se de um processo aberto, com desenho de metas, mas sem imposição de prazos.

Objetivos
Objetivo principal
Construção e vivência de um modelo alternativo de economia, a EBC, através de uma experiência prática local em rede.
Objetivos específicos
Promoção da saúde por meio da produção de alimentos saudáveis em áreas urbanas com princípios da agroecologia e da EBC.
Envolvimento comunitário entre produtores, jardineiros, consumidores, beneficiadores e apoiadores, com um modelo mensurável através do Balanço do Bem Comum.
Diálogo com serviços de saúde de referência e atores em saúde coletiva, estimulando o cultivo local por outros grupos e contextos e ampliando o debate sobre o direito à alimentação adequada e saúde preventiva.
Aproximação com cultivadores de plantas fitoterápicas gerando alternativas ao uso restrito de medicamentos alopáticos.

Resultados
Na horta piloto, em quatro meses foram produzidos aproximadamente 150 kg de plantas alimentícias diversas: macaxeira, batata doce, jerimum, berinjela, pimentão, tomate, alface, cebolinha, coentro, jambú, bertalha, pepino, maxixe, quiabo, milho, feijões variadas, flores etc. Após seis meses, a Rede tem vinte participantes com envolvimento direto no processo de consolidação e seis áreas para produção, com um total aproximado de 3.000 m² para hortas e 2 ha para manejo agroflorestal.

Aprendizados
A busca da população urbana por movimentos que possibilitam integrar a produção, o consumo e beneficiamento de alimentos de origem agroecológica fica cada vez mais evidente. A Rede reúne estes elementos, com a construção de um modelo econômico alternativo, com envolvimento prático, comunitário e local, com visão global. É possível produzir alimentos saudáveis a preços baixos e transparentes para comunidade local, incluindo comunidades urbanas de baixa renda em um novo olhar sobre esse tema.

Análise crítica
Transparência e participação são valores fundamentais para a construção de uma visão comum, necessária para formar uma Rede resiliente a modismos e interesses individualistas. A construção coletiva de um projeto que busca a felicidade comunitária e não o lucro financeiro, em especial a garantia do direito à alimentação saudável, é um processo que exige ruptura de paradigmas no campo da economia, aliado a mudanças em hábitos de consumo e valores.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900