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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-32D - GT 32 - Trabalho Rural 1

30999 - OFICINAS CULTURAIS PARA A PROMOÇÃO DOS DIREITOS E VALORIZAÇÃO DO JOVEM CAMPONÊS: RELATO DE EXPERIÊNCIA.
BRUNO DINIZ VILA - UFGD, ANANA AZEVEDO CHAVES - UFMS


O acesso à comunicação, educação e cultura são condições fundamentais para o desenvolvimento da juventude do campo. Historicamente a mídia tem criminalizado os movimentos de luta pela terra e construído uma imagem de atraso ligada aos povos do campo e a pequena propriedade rural. Por meio da mídia a indústria cultural busca padronizar uma concepção de sociedade ligada ao consumo e aos valores capitalistas, negando o direito à educação, saúde, comunicação e cultura de grupos importantes da sociedade. Nesse processo a juventude do campo é excluída de qualquer representatividade, e com a falta de políticas públicas e investimento, tem se intensificado o êxodo rural das e dos jovens do campo.
Nesse contexto a proposta de trabalhar a educação do campo e a comunicação dentro da cultura popular tem o papel de fortalecer as múltiplas histórias e identidades produzidas pelos povos da terra, buscando reafirmar o campo como lugar de construção do conhecimento e vida digna. Sendo assim democratizar a comunicação é garantir um direito humano e contribuir para a construção de uma sociedade que respeite a diversidade.
Nosso objetivo com esse trabalho é relatar a experiência vivenciada na produção do projeto “Cultura Popular, Educação do Campo e Comunicação” que esta sendo realizado pelo projeto de extensão em Oficinas culturais da Universidade Federal da Grande Dourados, no assentamento Ranildo da Silva em Sidrolândia-MS. O projeto atende uma área coletiva composta por 23 famílias que se organizam em uma comunidade dentro do assentamento.
Demos inicio as atividades nos reunindo para construção de um planejamento integrado com a comunidade a fim de definir e organizar os eixos das oficinas tendo como ponto de partida: cultura popular – agroecologia e saúde, identidade, memória e poesia; teatro do Oprimido - invenção do espaço, estrutura espacial do poder e fórum; comunicação popular – cinema, cultura, ativismo e mídias sociais. Ficou definido que o trabalho seria desenvolvido com a juventude do assentamento. A partir de então, iniciamos as reuniões semanais com os jovens interessados onde discutimos sobre a importância do trabalho coletivo e a organização dos temas a serem tratados durante as oficinas, que acontecerão quinzenalmente durante um ano.
Como ponto de partida, decidimos realizar um resgate da história da comunidade. Para tanto, fizemos uma pesquisa sobre a “Folia de Reis”, festa tradicional deste local. A primeira oficina, realizada por uma professora de música convidada pela juventude, permeou a história e os elementos desta festa. Os jovens levaram relatos sobre sua vivencia nesta tradição e também de seus familiares. A oficina foi finalizada com a produção de uma noite cultural onde um dos mestres da Folia de Reis que vive no local, expos histórias e músicas para a comunidade.
Objetivamos com a continuidade deste projeto, desenvolver a comunicação popular colocando o jovem do campo como protagonista da sua história e sujeito fundamental no resgate da memória coletiva da sua comunidade. Através da cultura popular criar conexão com a educação e a saúde do campo desenvolvendo de forma transversal a cultura camponesa, dando voz e corpo para esse processo através da organização de uma proposta educomunicativa para as mídias sociais, com produção de um “podcast” a partir dos resultados obtidos em cada oficina.
O tempo de trabalho ainda é curto para apresentar resultados expressivos, porém podemos perceber um grande envolvimento dos jovens no processo de construção da primeira oficina e também das reuniões, em que juntos pudemos identificar a necessidade de viver a cultura como meio de fortalecimento das ações e do trabalho coletivo no campo. Identificamos a ausência de espaços materiais para desenvolver atividade culturais e até mesmo para estudos, como uma biblioteca.
Concluímos que a promoção de espaços de cultura e debate entre jovens que vivem no campo pode favorecer a formação de comunicadores que criam, formulam e fortaleçam os processos de auto-organização da luta por direitos, colocando no centro do debate os valores camponeses de solidariedade, dignidade e respeito a natureza da qual ele faz parte.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900