29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-32C - GT 32 - Políticas de trabalho e gestão em saúde |
30573 - REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE: EXPERIÊNCIA DAS ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DE FORTALEZA, CEARÁ. KATIA REGINA ARAUJO DE ALENCAR LIMA - UNIFOR, CAMILLA ZAYRA DAMASCENO OLIVEIRA - UNIFOR, DAYSE PAIXÃO VASCONCELOS - UNIFOR, LIVIA SILVA DE ALMEIDA FONTENELE - UNIFOR, ZÉLIA MARIA DE SOUSA ARAÚJO SANTOS - UNIFOR
INTRODUÇÃO: Com o fim da 1° Guerra Mundial, por meio do Relatório Dawson (1920), surgiu o debate sobre a organização dos sistemas regionalizados de saúde que deveriam ser acessíveis a todos os indivíduos, ofertar cuidados preventivos e curativos no ambiente hospitalar e domiciliar, além de atender as necessidades da população. Essa discussão foi retomada novamente em 1978 através da Alma – Ata, e agora, por meio da Redes de Atenção à Saúde (RAS) instituída (OLIVEIRA, 2015). No Brasil, a RAS foi regulamentada pela portaria de N° 4.279/2010 e estabelece diretrizes de organização com o objetivo de acabar com a fragmentação existente entre atenção e gestão no sistema Único de Saúde (SUS). A RAS também está disposta no decreto de N° 7.508 de 28/2011, sendo definida como um conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde. Mas, desde o início da construção do SUS há esse desafio de trabalhar as redes integradas de saúde pois, a ideia de rede está implícita nos princípios e diretrizes do SUS, que projeta uma organização hierarquizada e regionalizada que possam garantir a universalidade, equidade e integralidade (BRASIL, 2014). Dessa forma, objetivou-se compreender a RAS como estratégia organizacional a partir da Atenção Básica de Saúde. METODOLOGIA: É um estudo qualitativo, do tipo relato de experiência, efetuado no módulo de Gestão de Serviços da graduação em Enfermagem da Universidade de Fortaleza. A coleta de dados foi feita utilizando parte de um instrumento do programa Qualifica-APSSUS da Secretaria de Saúde do Estado do Ceará, no período de abril de 2019, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), em Fortaleza-CE. Os itens de observação verificados estavam relacionados com a equipe orientar o usuário quanto a coleta de exames, recebimento dos resultados, agendamento de pré-natal de alto risco, maternidade de referência das gestantes, seguimento das citologias alteradas, comunicação com SAMU, se a UBS disponha de transporte sanitário, em relação a facilidade no acesso à lista de medicamentos, bem como sua manipulação, descarte e o prazo de validade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Aplicação do instrumento supracitado apontou algumas fragilidades como demora na execução e recebimento de alguns exames, o que atrapalha na continuidade da terapêutica. Quando a citologia dar alterada a mulher é referenciada para outra instituição, entretanto, o difícil acesso às vezes leva-a desistir do tratamento. Uma outra questão está relacionada com a não disponibilização de um transporte quando o usuário necessita realizar atendimento em outro serviço e possui limitações físicas para executar seu deslocamento (fisioterapia, hemodiálise, etc). Nessa situação, cabe ao usuário solicitar na regional um veículo social. Esse percurso é entendido pelos usuários entrevistados como um fator dificultador. A portaria 4.279/10, traz a organização da atenção e da gestão do SUS caracterizada por intensa fragmentação de serviços, que propicia importantes lacunas assistenciais, baixa eficiência no emprego dos recursos, com redução da capacidade do sistema de prover integralidade em saúde, configuração inadequada de modelos de atenção, não acompanhando a tendência de declínio dos problemas agudos e de ascensão das condições crônicas, além de uma fragilidade na gestão do trabalho e redução dos serviços. Por esses motivos a RAS é sistematizada para responder a condições específicas de saúde, por meio de um ciclo completo de atendimentos que implica a continuidade e a integralidade da atenção à saúde nos diferentes níveis Atenção Primária, Secundária e Terciária (MENDES, 2011).CONCLUSÃO: Por meio desse estudo foi possível concluir que a RAS é caracterizada pela formação de relações horizontais entre as atenções e o centro de comunicação que é a APS, com centralidade nas principais necessidades da população, prestando uma assistência contínua e integral, por meio de uma equipe multiprofissional que precisam focar em objetivos e ter compromisso para obter bons resultados sanitários e econômicos. As potencialidades mostram que a estrutura e coordenação do cuidado é realizada por meio da APS visto que é a porta de entrada do cliente para o atendimento dos serviços de saúde e tem um poder resolutivo sobre os problemas mais comuns de saúde a partir do qual se realiza e integra os demais pontos de atenção. Porém, ainda apresenta fragilidades que podem ser superadas através da APS, pois é descentralizada e composta pela Estratégia Saúde da Família (ESF) tornando-se um componente primordial do SUS para manter a proximidade da comunidade de território, bem delimitados e pelas quais as ESF assumem uma responsabilidade sanitária. Descritores: Redes de Atenção à Saúde, Integralidade, Estratégia Saúde da Família.
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