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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-1D - GT 1 - Saúde das populações do Campo, Floresta e Águas: Formação Crítica, Participação Social e Vigilância Popular

31679 - EDUCAÇÃO POPULAR E CONVIVÊNCIA COM O SEMIÁRIDO: UMA EXPERIÊNCIA DE FORMAÇÃO VOLTADA PARA A PROMOÇÃO DE TERRITÓRIOS SAUDÁVEIS
ANA CLÁUDIA DE ARAÚJO TEIXEIRA - FIOCRUZ CEARÁ, VERA LÚCIA DE AZEVEDO DANTAS - SMS FORTALEZA, GISELDA MARIA DE CASTRO LIMA - RESSADH, RAIMUNDO FÉLIX LIMA - ANEPS, FERNANDO FERREIRA CARNEIRO - FIOCRUZ CEARÁ, MARIA IVANILDE FIDELIS DAMASCENO RABÊLO - CÁRITAS/RESSADH, NAYENDRA SILVEIRA RODRIGUES - RESSADH, LEANDRO ARAÚJO COSTA - MST/RESSADH, MARIA NEILA FERREIRA DOS SANTOS - CETRA/RESSADH, VERA LÚCIA ALVES MARIANO - MST/RESSADH, CAMILA BATISTA - CPP/RESSADH, RAQUEL DANTAS - CARITAS/RESSADH


O Curso de Especialização e de Aperfeiçoamento em Educação Popular e Promoção de Territórios Saudáveis na Convivência com o Semiárido, coordenado pela Fiocruz Ceará, nasceu de uma articulação entre a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS) e a Rede Saúde, Saneamento, Água e Direitos Humanos (RESSADH), as quais agregam instituições e movimentos populares dos campos da educação popular em saúde e da convivência com o semiárido. O curso abrange regiões do Ceará e oeste do Rio Grande do Norte e objetiva a formação de profissionais de saúde e sujeitos populares que cursam em turma conjunta a especialização e o aperfeiçoamento, cujo objetivo é contribuir para a implementação da Política Nacional de Educação Popular em Saúde (PNEPSUS). Este trabalho sobre o currículo do referido curso desenhado em 2018 e iniciado em 2019 objetiva descrever os referenciais teórico-metodológicos que o embasam, sua estrutura curricular, metodologia, bem como seus resultados iniciais, produtos e sistema de avaliação. Ancorado nos princípios teórico-metodológicos da educação popular (LINHARES, 2007; DANTAS, 2009), a qual surge em meio a um movimento político no contexto de setores populares da sociedade, se colocando desde seus primórdios como instrumento político para alcançar a conscientização e politização das pessoas envolvidas no processo educativo promovendo a horizontalidade na relação educador-educando, a valorização das culturas locais, da oralidade. De caráter humanístico, propõe uma práxis pedagógica que se compromete com a emancipação de homens e mulheres (FREIRE, 2003), rompendo com a perspectiva educativa de transmissão de conhecimentos se afirmando como uma proposta de ação cultural almejando a transformação social e a construção do poder popular por meio de uma prática pedagógica dialógica e problematizadora (BRANDÃO; ASSUMPÇÃO, 2009). Outra âncora da proposta é a pedagogia da alternância vinculada à necessidade de promover uma maior articulação entre teoria e prática, alternando os tempos/espaços entre as ações em sala de aula (Tempo Escola–TC) e as realizadas nos territórios, aos quais os/as educandos/as estão vinculados (Tempo Comunidade–TC). A estrutura curricular do Curso de 366 horas/aula é composta por 6 módulos, a saber: I. Sociedade, Estado e Modelo de Desenvolvimento; II. Território, Trabalho e Cultura; III. Educação Popular em Saúde, IV. Promoção e Vigilância à Saúde no Território; V. Água, Agroecologia, Saneamento e Convivência com o Semiárido; e VI. Construção Compartilhada do Conhecimento, os quais estão organizados de forma integrada e articulada em três Unidades de Aprendizagem/UA desenvolvidas no TE e no TC. O TE é composto pelos três momentos presenciais, em Fortaleza, em sistema de imersão de sete dias, com 70 horas-aula cada, e pelos momentos destinados aos 5 encontros regionais e do encontro interestadual, nos quais se prevê a apresentação das Intervenções e as experiências que estão sendo sistematizadas (HOLLIDAY, 2006), desenvolvidas pelos/as educandos/as nos territórios onde atuam, bem como os Trabalhos de Conclusão de Curso. O TC entre cada TE, compreende o tempo dedicado à elaboração e ao desenvolvimento da Intervenção e demais atividades as quais tem acompanhamento de tutores/as vinculados/as à Fiocruz Ceará e às instituições parceiras. Essas atividades e respectivos materiais produzidos devem ser registrados em portfólio e ou sistematizados durante o Curso, que prevê a produção de um vídeo, cordéis e um caderno. Para a avaliação do/as educando/as são consideradas: participação nas atividades do TE, Intervenção e demais atividades realizadas no TC e TCC. Os módulos integrados em UA foram construídos com base nos princípios e diretrizes do SUS e seus referenciais teórico-metodológicos, as estratégias educacionais adotadas na abordagem dos temas, bem como as atividades pedagógicas se propõem a estimular nos/as educandos/as a reflexão numa perspectiva crítica e problematizadora da realidade onde atuam, com vistas a transformá-la (THOMAZ, 2001; FREIRE, 2005). O curso tem oferecido subsídios para que os/as educandos/as desencadeiem ações nos 38 territórios onde atuam, tendo como ponto de partida uma cartografia social das questões que ameaçam e promovem a saúde e a vida em seus territórios, a qual embasou a discussão sobre as concepções de vigilância e promoção da saúde, o foco da Intervenção em cada território e da experiência em processo de sistematização. Além de possibilitar o intercâmbio nos municípios e regiões envolvidas acerca das experiências de educação popular em saúde e das formas sustentáveis de usufruto do território, tecnologias de convivência com o semiárido. A aproximação desses campos que apresentam diversas convergências como a defesa do Bem Viver e o diálogo de saberes faz desse curso um espaço privilegiado de articulação de redes visando o desenvolvimento de práticas emancipatórias para a promoção da vida nos territórios do semiárido.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900