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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
EO-1B - GT 1 - Saúde das populações do Campo, Floresta e Águas: pesquisas, experiências e vivências na direção de um conhecimento emancipatório.

30744 - A PESCA ARTESANAL NO MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO CONDE-BA: DOS RISCOS À VALORIZAÇÃO DA SAÚDE
LAYLA KELLY CONCEIÇÃO SILVA - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO FRANCISCO DO CONDE -BA, MARIA DAS GRAÇAS DE FREITAS - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO FRANCISCO DO CONDE -BA, ALEXANDRO PAULILO DOS SANTOS - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO FRANCISCO DO CONDE -BA, JACIARA PRADO DE JESUS - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO FRANCISCO DO CONDE -BA, EVANDRO LUIS LIMA VIEIRA - PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO FRANCISCO DO CONDE -BA


A pesca e a coleta de mariscos são atividades extrativistas que, oriundas de épocas primordiais, foram e são essenciais para inúmeros grupos sociais. Essas atividades transcenderam a cultura e atravessaram a história, chegando à contemporaneidade como um saber praticamente intocado. De origem em tempos coloniais, o município de São Francisco do Conde, teve destaque na produção açucareira posteriormente, a pesca instituiu-se como uma das alternativas econômicas, cuja prática, ainda que rudimentar, era parte da tradição local. (ALMEIDA; KAN, 2016). O presente relato de experiência tem como objetivo geral descrever a análise dos riscos e condições de saúde que pescadores artesanais de São Francisco do Conde-BA, estão submetidos, apresentando estratégias de enfrentamento para as situações encontradas. Estudo realizado no município, levantou as condições de trabalho e habitação além de aspectos relativos à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras da pesca e coleta de mariscos e indicaram potencialização dos agravos de ordem ocupacional, decorrentes da ergonomia e exposição à contaminação, considerando os determinantes sociais e o grau de vulnerabilidade a que estão sujeitos. (ALMEIDA; KAN, 2016). A pesca artesanal acontece numa vasta área de manguezal, está inserida no reduto pesqueiro através da coleta de mariscos e outros crustáceos e assume o 4º lugar do perfil produtivo do município, tornando-se uma atividade relevante no setor econômico. Neste contexto, a Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT) elaborou uma proposta de trabalho que ampliasse o conhecimento dos riscos aos quais os trabalhadores e trabalhadoras da pesca artesanal estão submetidos, com enfoque na promoção, prevenção e reabilitação da saúde, estimulando a adesão dos mesmos aos serviços de saúde. Para isto contou com a participação dos técnicos da VISAT, associações de pescadores, profissionais da Atenção Básica e Media e Alta Complexidade em uma articulação intersetorial com o projeto CO2 Manguezal (Petrobras) através da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Pesca. A VISAT, no âmbito da vigilância em saúde, é uma prática sanitária orientada essencialmente para gerar e analisar a informação sobre problemas de saúde relevantes ou prioritários para executar ações que promovam a saúde, mapeiem e previnam riscos, detectem agravos precocemente e assistam casos de prevenção a sequelas e óbitos. (MACHADO; et al. 2011). A ação se dividiu em 03 fases: I-levantamento do número de trabalhadores e trabalhadoras cadastrados e não cadastrados nas associações; II- Elaboração do plano de intervenção; III- Execução da intervenção. Os instrumentos utilizados para atender aos objetivos propostos, foram rodas de conversas e questionário semiestruturado. Nas rodas de conversas foram trabalhadas as seguintes temáticas: sensibilização e acolhimento, biossegurança, utilização de EPI, riscos ocupacionais, processo de adoecimento, intervenção sócio ambiental, saúde da mulher. Com base nas informações obtidas, foram feitos encaminhamentos para serviços especializados da rede de saúde, além de atividades como: panfletagem, distribuição de repelentes e construção de relatórios. METODOLOGIA: Trata-se de um relato de experiência com abordagem descritiva, realizada de Maio a Outubro de 2018 com os pescadores artesanais. A construção deste relato se deu em três etapas: I- Revisão teórica sobre produção científica na saúde do trabalhador e temas afins; II- Sistematização da intervenção; III- Análise dos dados obtidos na experiência. RESULTADOS: Foram realizadas 08 atividades educativas, destacando 01 ciclo de palestras exclusivas para as marisqueiras. Dos 2000 pescadores artesanais existentes, 15,7% participaram de pelo menos uma das ações, 9,15% de todas as ações e destes, 61% eram mulheres e 39% homens. Na classificação e prevalência do risco na atividade da pesca artesanal, notou-se os riscos: 42% ergonômico; 20% físico, 18% mecânicos e de acidente, 12% biológicos e 8% químicos. Das 111 marisqueiras, 58% realizaram exame clinico das mamas e preventivo ginecológico. Destas, 53 % foram encaminhadas à mamografia, 7,6 % para USG e para as especialidades de ginecologia, mastologia e oncologia obtiveram o percentual de 4,6%, 3,0% e 0,6% respectivamente. CONSIDERAÇÕES: A experiência foi considerada relevante, à medida que permitiu a análise dos riscos à saúde presentes na pesca artesanal, possibilitando o fortalecimento das ações de vigilância à saúde do trabalhador e da trabalhadora, interlocução com a rede de atenção à saúde, estratégias intersetoriais, como articulação junto a Secretaria de Meio Ambiente e Pesca além da adoção de medidas voltadas para a prevenção de acidentes e agravos da saúde. Os pescadores e marisqueiras tiveram suas demandas acolhidas e foram encaminhados para os diversos serviços da rede, além de receberem materiais de proteção individual no exercício da atividade, como distribuição contínua de protetores solar e repelentes.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900