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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-1C - GT 1 - Saúde das populações do Campo, Floresta e Águas: pesquisas, experiências e vivências na direção de um conhecimento emancipatório.

31254 - PROJETO ÁGUAS DO PESSEGUEIRO
CAMILA MENDES DOS SANTOS - UNIFEI, ANA FLÁVIA MARTINS MONTEIRO - UNIFEI, ANA LETICIA CAMPOS YAMAMOTO - UNIFEI, GABRIEL DE OLIVEIRA MACHADO - UNIFEI, IGOR CRABI DE FREITAS - UNIFEI, RAFAEL ARCANJO DE OLIVEIRA FILHO - UNIFEI, ANA LÚCIA FONSECA - UNIFEI, THIAGO DE O. RAYMUNDO - UNIFEI


A Constituição Federal estabelece que é dever de todos os entes federativos zelar por condições de higiene mínimas para a garantia da saúde da população, as quais devem ser universalizadas ao cidadão. No entanto, apesar dos esforços do poder público e das agências governamentais no que diz respeito ao abastecimento de água, a adoção de políticas públicas inadequadas e a falta de planejamento para garantia da sustentabilidade das ações, culminam no insucesso das estratégias para universalização do acesso. O recurso hídrico é fundamental para segurança e defesa do país e é considerado, em muitos lugares, um recurso escasso e o mais desigualmente distribuído. Atualmente para muitos moradores de área rurais no Brasil o consumo de água é proveniente de mananciais superficiais desprovidos de qualquer tipo de tratamento. Diante da precariedade acerca do compromisso dos entes federativos com o oferecimento de condições mínimas para os cidadãos, no que se diz respeito ao saneamento básico nas comunidades rurais, busca-se discutir, com o presente estudo de caso, as condições da população em relação a essa temática. Para isso, uma equipe técnica formada por professores, graduandos e mestrandos da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), em um convênio firmado com a Arquidiocese de Pouso Alegre, Minas Gerais desenvolveram o Projeto “Águas do Pessegueiro”, iniciado em 2017 e permanece ativo até o presente momento. O projeto foi realizado no bairro Pessegueiro, localizado na zona rural no Município de Itajubá, sul de Minas Gerais, o qual possui cerca de 200 famílias. Sabe-se que numa das margens da estrada que dá acesso ao bairro, funcionou como depósito de resíduos sólidos, o “Antigo Lixão” do município, que teve suas atividades encerradas em 2007. Devido a este fato, é de se esperar que contaminações por compostos orgânicos ou outros contaminantes estejam depositados nos solos, com potencial de contaminar o lençol freático e, consequentemente, as nascentes, impedindo o uso deste recurso. A primeira fase do projeto teve como objetivo estudar a qualidade e quantidade da água nas nascentes, poços, cisternas e solo no bairro referente a estas contaminações, bem como promover conscientização ambiental de seus moradores, principalmente das crianças. Em seguida, como segunda fase do projeto, foram propostas ações mitigadoras e conservacionistas para que esta comunidade se beneficie do recurso água, disponível naturalmente no local, promovendo o tratamento da água e do esgoto domiciliar. Foram analisadas 30 residências, sendo que destas, 18 utilizam poços e as outras 12 utilizam água das nascentes. Apenas 4 casas possuem fossa séptica, nas demais o esgoto é exposto ao ar livre. Em alguns locais, para minimizar os efeitos visuais e odores, foi construído uma “caixa sanitária” para receber os dejetos que posteriormente são jogados em um córrego que passa pelo bairro. Foram realizadas coletas de águas de poços e cisternas das residências que utilizam a água para consumo em duas visitas. As análises das coletas de água foram realizadas pelo Laboratório de Microbiologia Aplicada da UNIFEI em setembro de 2018. A falta de saneamento básico para o bairro rural do Pessegueiro inferiu, nas amostras de água, índices preocupantes de contaminação por coliformes totais e fecais, com a ressalva de uma residência. Deste modo, a contaminação da água é evidente e implica em restrições quanto a seu uso, já que por se tratar de uma comunidade rural, praticamente toda a água utilizada é proveniente de cursos d’água sem nenhum tipo de tratamento. A dimensão de dados investigados abrangeram as análises de qualidade da água, a observação participante e a opinião dos moradores. Para o tratamento da água foi proposto, discutido e estimulado a fervura da água antes do consumo, o uso de filtros de barro com velas de cerâmica nos domicílios e um clorador de pastilhas. Para o tratamento do esgoto doméstico foi dimensionado dois sistemas, o primeiro trata-se de um tanque de evapotranspiração e o segundo é uma fossa biodigestora. Perante os resultados preocupantes das análises de coliformes totais e fecais, soluções foram analisadas para tentar resolver o problema da qualidade da água e do esgotamento sanitário dos moradores da região. Porém, como o número de residências é elevado, foi decidido realizar o dimensionamento de protótipos e o teste dos mesmos, nas duas residências que apresentaram os resultados de análise de água mais críticos. A identificação e entendimento da situação do bairro pelos moradores foram centrados em discussões produtivas e esclarecedoras e, com apoio da UNIFEI e da Arquidiocese, a comunidade está se organizando para gerir os recursos e buscar uma gestão sustentável dos sistemas de abastecimento de água e tratamento de esgoto doméstico. Faz se necessário a busca pela universalização do acesso ao abastecimento de água nas áreas rurais do país, bem como a organização e mobilização socio comunitária nos projetos com as universidades.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900