29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-1B - GT 1 - Saúde das populações do Campo, Floresta e Águas: Formação Crítica, Participação Social e Vigilância Popular |
31652 - ANÁLISE DO DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DO CONCEITO DE TERRITÓRIOS SAUDÁVEIS E SUSTENTÁVEIS NA REGIÃO DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO DE PERNAMBUCO
MONIQUE DE SOUSA PAIXÃO - - UNIFAVIP WYDEN UNIVERSIDADE DO VALE DO IPOJUCA, MARIANA GURBINDO FLORES - REDE NACIONAL DE MÉDICAS E MÉDICOS POPULARES, ANTONIA SHEILA GOMES LIMA - PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, AMBIENTE E TRABALHO/FIOCRUZ BRASÍLIA, ANDRÉ LUIZ DUTRA FENNER - PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, AMBIENTE E TRABALHO/FIOCRUZ BRASÍLIA, GISLEI SIQUEIRA KNIERIM - PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, AMBIENTE E TRABALHO/FIOCRUZ BRASÍLIA, JORGE MESQUITA HUET MACHADO - PROGRAMA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE, AMBIENTE E TRABALHO/FIOCRUZ BRASÍLIA, ALINE DO MONTE GURGEL - LABORATÓRIO DE SAÚDE AMBIENTE E TRABALHO/FIOCRUZ PERNAMBUCO/BRASIL, IDÊ GOMES DANTAS GURGEL - LABORATÓRIO DE SAÚDE AMBIENTE E TRABALHO/FIOCRUZ PERNAMBUCO/BRASIL, MARIANA OLÍVIA SANTANA DOS SANTOS - LABORATÓRIO DE SAÚDE AMBIENTE E TRABALHO/FIOCRUZ PERNAMBUCO/BRASIL
CONTEXTUALIZAÇÃO
O entendimento do território como campo de ações e práticas de promoção à saúde é um contexto evolutivo guiado pela compreensão da determinação social que age nas populações mais específicas. Essa relação entre pessoas e localização geográfica é um dos direcionadores do Sistema Único de Saúde (SUS) quando se trata da equidade, já que cada territorialidade terá demandas intrínsecas a esta. Apesar de ser um dos princípios que guiam o cuidado à saúde no Brasil, a aplicabilidade deste entendimento ainda se distancia do palpável e é inacessível pela maior parte da população.
A concepção de Territórios Saudáveis e Sustentáveis (TSS) nasce quando existe este entendimento do contexto social em cada ambiente, justamente a integração da qualidade de vida ampliada ao respeito às demandas naturais do ambiente voltada para o desenvolvimento social. A importância dos TSS é vista por meio da percepção que há um processo de subjugamento destas populações dentro do sistema capital vigente por meio dos danos socioambientais em prol do lucro. A preocupação de gerar desenvolvimento em equilíbrio às demandas humanas e ambientais tem sido conduzida por grupos atentos a esse processo como a convergência da evolução social e sobrevivência humana. É possível perceber que os TSS já são um conceito aplicável à prática.
O Projeto Territórios Saudáveis e Sustentáveis do semiárido brasileiro (TSSS) desenvolvido pelo Programa de Promoção da Saúde, Ambiente e Trabalho (PSAT) da Fiocruz Brasília tem como objetivo a identificação, articulação e avaliação das agendas sociais territorializadas, permitindo o desenvolvimento de métodos, tecnologias, parâmetro e indicadores de caracterização e análise de experiências de cidades saudáveis, por meio de programas, projetos e atividades nos campos da pesquisa e ensino.
DESCRIÇÃO, PERÍODO, OBJETIVO
Em Pernambuco, foi estruturado o Curso de Especialização em Promoção da Saúde Ambiente e Trabalho (CEPSAT) executado em parceria entre a Fiocruz Brasília/PSAT, Laboratório de Saúde Ambiente e Trabalho (LASAT) da Fiocruz Pernambuco e a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares (RNMMP). A proposta foi de impulsionar ações institucionais sobre sustentabilidade ambiental e saúde por meio de processos de pesquisa-ação e formação-ação, inserindo a educação e a formação profissional como eixos. O curso teve objetivo de contribuir para a qualificação de profissionais de saúde fomentando debates e produzindo novos conhecimentos e saberes no campo da promoção e vigilância da saúde, ambiente e trabalho, na perspectiva da implantação da Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas (PNSIPCFA), da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (PNSTT). Esta segunda turma do projeto foi realizada em Caruaru, no Centro de Formação Paulo Freire no período de novembro de 2017 a março de 2019 com um total 420 horas distribuídas em 14 encontros mensais, oferecido em duas modalidades – curso livre, para quem tivesse o ensino médio e especialização, portador de graduação.
RESULTADOS, APRENDIZADOS, ANÁLISE CRÍTICA
O curso teve 4 concluintes na modalidade curso livre e 42 na especialização. Foram desenvolvidos 17 Projetos de Intervenção em 11 municípios, abordando diferentes temáticas - Saúde ambiental, saúde do trabalhador, saúde mental, empoderamento Feminino, Prática Integrativas e complementares de Saúde (PICS), saúde do campo, direitos humanos - conforme demandas e problemáticas territoriais. Todos os projetos utilizaram abordagens da educação popular em saúde por esta considerar a participação ativa da comunidade, numa perspectiva dialógica, emancipadora, humanizada, que reconhece os saberes populares para enfrentar os problemas de saúde. Os projetos articularam e/ou ativaram redes sociais para construção de tecnologias sociais com a participação de mais de 1600 pessoas de forma direta. Foram produzidos 37 portfólios em formatos variados - como livretos, jogos, álbuns, bolsa, cartazes. O portfólio pode ser utilizado como método de ensino, aprendizagem e avaliação no âmbito da formação centrada em competências cognitivas e metacognitivas, almejando um aprendizado em que os estudantes atuem de maneira autônoma, responsável, crítica e criativa. Estão sendo finalizado 42 Trabalhos de Conclusão de Curso, estudos científicos estruturados individualmente cujas temáticas emergiram das vivências do território e das aulas e leituras. As estratégias conjuntas do curso demandaram um aporte com ênfase na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e ação. Os conteúdos trabalhados foram pautados nos pressupostos teórico-metodológicos da pedagogia da alternância, buscando promover uma maior articulação entre teoria e prática, alternando tempos e espaços entre escola, comunidade, serviço de saúde, assentamento, e movimento social, efetivando a formação-ação com reflexos em diferentes territórios de vida.
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