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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-36A - GT 36 - Eixo 1 – Aprender com Dona Maria: artes e espiritualidades populares na construção do bem viver.

30135 - CAFÉ COM BORDADO: A ARTE E O DIÁLOGO COMO CAMINHO PARA A SUPERAÇÃO DA VIOLÊNCIA
MARTA LUIZA DIAS - COPASA MG, GEIZE CARLA SOARES MARQUES - PREFEITURA MUNICIPAL DE PATOS DE MINAS


Contextualização
A violência afeta diversos grupos populacionais, independentemente da renda, idade ou educação. No entanto, a violência na zona rural tem menor visibilidade que a urbana. O meio rural inclui elevados níveis de pobreza, menor acesso à educação superior e ao trabalho digno, menor capacitação econômica e proteção social, o que aumenta a vulnerabilidade de sua população.
Nesse contexto de invisibilidade está a comunidade rural de Pindaíbas, distrito do município de Patos de Minas (MG), que, como outras, convive com situações de violência, seja contra a vida humana, a vida animal, os recursos naturais ou a violência simbólica.
Para refletir sobre a problemática, em novembro de 2018 a Companhia de Saneamento de Minas Gerias (Copasa) e Prefeitura Municipal de Patos de Minas (PMPM) iniciaram o projeto “Café com bordado: a arte e o diálogo como caminho para a superação da violência”. Esta parceria propôs o desenvolvimento do Projeto de forma articulada ao tema da Campanha da Fraternidade (CF) de 2018: Fraternidade e superação da violência.
O Projeto tem fundamentação teórica no texto base da CF de 2018, na educação popular e metodologia baseada essencialmente em duas experiências: o filme Colcha de Retalhos e o relato de extensão universitária “Tecendo sonhos e fiando destinos: A vivência do bordado em um grupo de Gestantes e puérperas” .
Em rodas de conversa em torno de uma grande mesa, a comunidade marca sua presença na História, diz a sua palavra, reinventa e (trans) borda novas formas de participação comunitária.

Descrição
O Café com Bordado é desenvolvido com recursos financeiros do Fundo Nacional de Solidariedade (FNS) e com contrapartida em serviços da Copasa e PMPM.
O Projeto é desenvolvido em praça pública, onde é montada uma mesa com 10 metros de comprimento forrada com uma toalha branca com extensão de 16 metros. Sobre a mesa é servido café, suco, chá, bolos e quitandas caseiras. Ao redor da mesa as participantes cantam, partilham o alimento, as linhas, agulhas e registram por meio bordado, seus sonhos, memórias, diálogos, visões de mundo, experiências, alegrias, conflitos e angústias.
Nestes encontros, as conversas têm como ponto de partida temas articulados à problemática da violência. A mediação é feita com dinâmicas variadas, como rodas de conversas, contação de histórias, jogos do Teatro do Oprimido e lúdicos, resgate de memórias, poesias e cantos.
O público dos eventos é composto por mulheres, crianças, jovens e homens. Contudo, o público que borda é quase exclusivamente mulheres.

Período de realização

Novembro de 2018 a julho de 2019.

Objetivos
• Proporcionar por meio do bordado e da partilha do alimento um espaço para promoção da cultura da paz, tecendo caminhos para a superação da violência.
• Identificar o alcance e as diversas formas de violência na realidade local, inclusive a simbólica, refletindo caminhos de superação a partir da educação e da aprendizagem para a paz.
Resultados
Até o momento foram realizadas 6 mesas de Café com bordado e neste percurso percebemos a melhoria na organização da comunidade, principalmente com o aumento de envolvimento e participação nas atividades da Associação Comunitária.
Gradativamente, de forma coletiva é construído um conhecimento sobre a complexidade da violência e suas manifestações, seja agressão física, ao ambiente natural, cultural, contra as diversidades, dentre outras.
Como o público tem sido majoritariamente mulheres, percebemos a compreensão da violência e suas dimensões simbólica, como aquela que aprisiona as donas de casa nas atividades domésticas, impedindo-as de participar da vida comunitária. Assim, durante a atividade percebemos gradativamente a superação do receio de ‘dizerem a sua palavra’, contar suas histórias, memórias, aflições e esperanças.
Aprender a dizer a sua palavra, ter consciência de si mesmo é uma expressão de dignidade humana e, consequentemente, de superação da violência cotidiana.
Diante dos resultados positivos, temos demanda e estamos organizando a replicação do projeto na sala de espera da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Patos Minas.

Aprendizados e análise crítica

Ao longo do período de realização, aprendemos que bordar é inscrever com linha as nossas falas, sonhos, imagens, ideias e resistências.
Nesse contexto, a palavra (trans) bordada ganha significados, sentidos, dimensão política, sendo acima de tudo um processo de autoconhecimento.
Pelas linhas do bordado, especialmente as mulheres, marcam sua presença na História, escrevem e empoderam-se, refletindo o presente e planejando o futuro.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900