30/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-36C - GT 36 - Eixo 3 – Sistemas de Saúde e Tradições de Cura no Brasil: descolonização de saberes e práticas emancipatórias. |
30201 - GRUPOS DE IDOSOS ENQUANTO DISPOSITIVOS DE EMPODERAMENTO EM SAÚDE: UMA PROPOSTA DE PESQUISA AÇÃO DANIELLY CRISTINY DE VERAS - PREFEITURA MUNICIPAL DE ALAGOA GRANDE, MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA, CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA., SUÊNIA GONÇALVES DE MEDEIROS MUNIZ - PREFEITURA MUNICIPAL DE ALAGOA GRANDE, MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA, CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA, FRANKLIN DELANO SOARES FORTE - MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA, CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE, UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA.
APRESENTAÇÃO/INTRODUÇÃO: A Política Nacional de Atenção à Saúde da Pessoa Idosa propõe como objetivo principal recuperar, manter e promover a autonomia e independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde para esse fim.
OBJETIVOS: O presente trabalho teve como objetivo desenvolver intervenção no campo da promoção e da educação em saúde no cuidado integral a pessoa idosa, em uma equipe da estratégia saúde família, com base na problematização e no protagonismo dos sujeitos envolvidos.
METODOLOGIA: O estudo foi fundamentado nos pressupostos da pesquisa-ação de Thiollent (2011) desenvolvido em uma equipe de Saúde da Família (EqSF) no município de Alagoa Grande-PB. Participaram da pesquisa 17 idosos com atividades regulares e em seu respectivo grupo de promoção em saúde, com idade igual ou superior a 60 anos, frequentando o grupo há no mínimo seis meses. O projeto de pesquisa-ação foi planejado a partir de um primeiro momento, onde buscou-se através de roda de conversa conhecer as necessidades do grupo de idosos em termos de saúde seus interesses, expectativas sobre os temas geradores das oficinas. A cada final de oficina realizou-se uma avaliação com particpação de todos, a qual subsidou a oficina seguinte. Foram desenvolvidas cinco oficinas na perspectiva da construção dialógica e participativa, sendo registradas em fotografias, observação participante com registros em diário de campo e outros produtos gerados em cada oficina. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de ética em Pesquisas com Seres Humanos do CCS/UFPB.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na realização da primeira oficina, denominada “colcha de retalhos”, os idosos construíram uma colcha de memórias, resgatando histórias de vida deles para que pudessem compartilhá-las com o grupo. Inicialmente observou-se uma resistência à metodologia mais participativa em realizar os desenhos, no entanto, aos poucos cada um com seu pedaço de tecido, tinta e pincel expressaram através de um desenho livre, a representação da sua história de vida como se fosse uma fotografia, trabalhando memória, imaginação, criatividade, trabalho em grupo, sensibilidade, importância, identidade, entre outros, construindo e compartilhando suas experiências resgatando a autoestima, melhorando o vínculo interpessoal e valorização da história de vida de cada participante. A segunda oficina foi denominada “Café da manhã compartilhado”. A escuta respeitosa dos idosos durante o “café da manhã” provocou reflexões sobre o conhecimento prévio deles diante dos processos saúde/doenças e de sua relação com as informações alimentares. Além disso, foi possível avaliar e compreender também como as informações são transmitidas pelos profissionais de saúde e como isso impactava em seus cuidados com a alimentação. Quando se referiam à alimentação, as informações vieram impregnadas de significados emocionais, sociais e culturais que precisaram ser conhecidos e respeitados. Quando se referiam à alimentação, as informações vieram impregnadas de significados emocionais, sociais e culturais que precisaram ser conhecidos e respeitados. No terceiro momento foi realizada a oficina denominada “Teatro do Oprimido”. Foi possível compreender suas relações com profissionais de saúde, como as informações alimentares e de hábitos saudáveis de vida são transmitidas e e o impacto em suas vidas .Foi possível discutir com o grupo que o oprimido deve lutar para superar a situação de opressão, e não para reproduzi-la, tornando-se o opressor. No quarto momento foi realizada a atividade de cultura e lazer com passeio histórico pela cidade que favoreceu a ação e reflexão para recriar sua própria história, da comunidade e da cidade. O momento foi marcado pela interação entre a banda “Avós de Jackson” formada por idosos e os demais participantes. A última oficina foi denominada Protagonismo, Cidadania e direitos da pessoa idosa” com o objetivo de promover reflexões sobre a relação recíproca de proteção ao idosos pelo Estado e na família, direitos conquistados e atendidos, violação de direitos, os equipamentos de proteção de seus direitos, o conselho municipal da pessoa idosa e ao final foi construída coletivamente a rede de apoio ao idoso no município.
CONCLUSÃO: É possível reconhecer que idosos e profissionais da Atenção básica (EqSF e NASF-AB) podem ser protagonistas do processo educativo e devem intervir politicamente na luta pela saúde, bem como articular o processo educativo à busca do empoderamento, autonomia, independência, qualidade de vida e satisfação as metodologias participativas que permitam a atuação efetiva dos sujeitos nesse processo educativo, valorizando seus saberes, fazeres, conhecimentos e experiências, envolvendo todos na discussão, refletindo sobre a saúde, a vida e o bem viver em um movimento onde todos aprendemos, ensinamos e vivenciamos juntos.
REFERÊNCIAS:
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18ªed. São Paulo: Cortez; 2011.
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