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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-25B - GT 25 - Formação para o Cuidado em Liberdade

31161 - NA CONTRACORRENTE: OS MECANISMOS DE RESISTÊNCIA EM SAÚDE MENTAL EM UM HOSPITAL DO SERIDÓ POTIGUAR.
PÂMERA MEDEIROS DA COSTA - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, AMANDA GABRIELE MONTEIRO NUNES - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, CLARISSA GOMES DE ARAÚJO - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, MAURA VANESSA SILVA SOBREIRA - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, RAYEGNE ALVES DOS SANTOS MENDES - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, SEBASTIÃO CAIO DOS SANTOS DANTAS - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, VANESSA DIAS DE ARAÚJO BARRÊTO - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ


CONTEXTUALIZAÇÃO: Sob forte influência europeia, a adoção de medidas higienistas e segregatórias foi por séculos o padrão utilizado como norte terapêutico na saúde mental brasileira. O processo de mudanças é decorrente da iniciativa dos movimentos sociais e de trabalhores(as) em saúde mental, que caminham em consonância com os movimentos que reinvidicavam uma Reforma Sanitária no território brasileiro. Tal transformação trouxe consigo a modificação do modelo de atenção às pessoas que se encontram em sofrimento psíquico com uma abordagem substitutiva aos moldes da institucionalização, a participação da família no processo terapêutico e a (re)integração do indivíduo à cena social cotidiana. Ocorre que, passados mais de 30 anos desde a criação do primeiro Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no Brasil, brada novamente um movimento de reinstitucionalização da loucura, com fortes incentivos à internação de longa permanência e abandono de perspectivas terapêuticas como a redução de danos. Todavia, no Estado do RN, com a mudança no Governo do Estado em 2019, elencou-se como prioridade estratégia de resistência às investidas que ganham corpo no cenário nacional. Nesse sentido, tem-se o reforço à atenção básica, importância dos CAPS e a implementação dos leitos de saúde mental (LSM) em hospital geral, surgindo o I Fórum Municipal de Saúde Mental em Caicó, dentro do ambiente do Hospital Regional do Seridó (HRS). DESCRIÇÃO: O HRS, localizado no município de Caicó-RN, referência para 25 municípios na região do Seridó, adotou como direcionamento, a partir das orientações da SESAP/RN, estratégias de resistência ao processo de incentivo aos longos internamentos, que trata o usuário em saúde mental numa perspectiva da medicalização e hospitalização. Dentre as ações, pode-se evidenciar a implantação de LSM em hospital geral, com intervenções pontuais em situações de crises ou surtos, sendo realizado o I Fórum Municipal de Saúde Mental, uma parceria do HRS e o município de Caicó. O evento propôs a criação de um espaço de discussões sobre a Reforma Psiquiátrica, as abordagens terapêuticas no atendimento a situações de surtos e crises, a importância da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), matriciamento, clinica ampliada, as investidas contra o modelo de saúde mental e os elementos de resistência. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: Tais atividades foram pensadas para o primeiro semestre de 2019, e tem natureza contínua, tendo em vista a necessidade de realização de movimentos de sensibilização e mobilização permanente. OBJETIVOS: Relatar a experiência de ações de resistência em saúde mental em um serviço público hospitalar regional do Seridó Potiguar. RESULTADOS: Durante todo o evento participaram 151 pessoas, dentre essas, profissionais dos CAPS (21), profissionais do HRS (28), estudantes (40), residentes (27), e profissionais da atenção básica (25), outros (10). Para além da programação científica, o fórum se constituiu enquanto espaço de socialização das atividades desenvolvidas no âmbito dos CAPS, contando com mostra cultural com exposição permanente de pinturas, apresentação musical e teatral, visando humanizar o contato entre usuários dos serviços e servidores e estudantes em saúde mental. APRENDIZADOS: A implantação dos leitos de saúde mental e a realização do I Fórum Municipal de Saúde Mental de Caicó no Hospital Regional do Seridó materializou-se enquanto estratégia de implementação de modelo de atendimento aos indivíduos que tem no sujeito o centro das ações, levando em consideração os níveis de complexidade e individualidade que compõe o ser humano. E que é necessário resistir, quando o coletivo perde o senso de corresponsabilidade pelo outro, por vezes se colocando na contracorrente, humanizando o percurso e desconstruindo as linhas de efetivação dos interesses de poucos, massificado por discursos degradantes que segregam e desumanizam. ANÁLISE CRÍTICA: A formação de espaços de discussão sobre a saúde mental deve apontar os elementos caracterizadores da conjuntura a qual o tempo presente traz à tona. Além disso, deve constituir-se enquanto mobilização e sensibilização dos sujeitos a envolverem-se na defesa de uma saúde pública, gratuita e de qualidade, que respeite os indivíduos em suas particularidades e não apenas os apague do imaginário coletivo por afastamento miasmático. A adoção de tal prática, enquanto elemento de abordagem coletiva em saúde, requer uma modificação cultural, que enseja a formulação de estratégias contínuas e permanente de sensibilização de usuários, familiares, colaboradores e público externo, visando a melhoria da qualidade dos serviços e a garantia da efetividade da saúde e saúde mental.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900