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29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-25B - GT 25 - Formação para o Cuidado em Liberdade

31450 - ANÁLISE DE MORBIMORTALIDADE DE PESSOAS IDOSAS COM TRANSTORNO MENTAL E/OU COMPORTAMENTAL
ANDIARA ARAÚJO CUNEGUNDES DE BRITO - UFERSA, TAMIRES CARNEIRO DE OLIVEIRA MENDES - UFRN, KENIO COSTA DE LIMA - UFRN


INTRODUÇÃO: A tendência de envelhecimento da população brasileira nos últimos anos decorre, sobretudo, da diminuição da taxa de fecundidade e do aumento da expectativa de vida (GOMES; PAMPLONA, 2014). Comumente, esse fato é associado à melhoria nas condições de saúde das pessoas, mesmo mediante um quadro socioeconômico e político precarizado que, por vezes, dificulta o poder de resolubilidade dos serviços públicos de saúde. Essa melhoria nas condições de saúde da população culminou com o ganho de 4,8 milhões de idosos em apenas cinco anos, superando, assim, a marca de 30,2 milhões de idosos em 2017, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ou seja, a população com 60 anos ou mais cresceu 18% entre 2012 e 2017, sendo as mulheres a maioria expressiva nesse grupo, com 16,9 milhões de idosas (56% do total), enquanto os homens idosos representam 13,3 milhões (44% do total) (PARADELLA, 2018). Em suma, as políticas públicas contribuem com o envelhecimento populacional na medida em que se embasam nos dados demográficos e epidemiológicos, não somente para garantir ações pontuais de cura e tratamento, como também para promover saúde e assegurar estratégias de prevenção das doenças e agravos que acometem as pessoas idosas. Nesse sentido, se faz oportuno uma análise concreta do perfil de morbimortalidade das pessoas idosas, particularmente, referente às condições e necessidades de saúde mental desse público, oportunizando a reflexão de possíveis estratégias inovadoras inerentes aos avanços e retrocessos enfrentados pelos serviços psicossociais. OBJETIVO: Objetiva-se, portanto, analisar a morbimortalidade de pessoas idosas com transtorno mental e/ou comportamental no Rio Grande do Norte. MÉTODO: Trata-se de um estudo ecológico com série temporal por período de dez anos, cujos dados foram obtidos a partir do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). RESULTADOS: Foram registradas 347 internações hospitalares por transtornos mentais e comportamentais em 2008 e 207 em 2017, com queda progressiva no período analisado. Destaca-se o decréscimo de internações de idosos por esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes, cujo registro foi de 188 casos em 2008 e 88 em 2017. Relativo às informações de mortalidade, foram registrados 53 óbitos por transtornos mentais e comportamentais em 2007 com crescimento progressivo até 2013, quando houve registro de 119 óbitos, e com decréscimo subsequente até 2016, quando foram registradas 93 mortes. Destaca-se o aumento de óbitos de idosos por transtornos mentais devido ao uso de substâncias psicoativas, bem como ao aumento nos casos de óbitos por lesões autoprovocadas voluntariamente. CONCLUSÃO: Reflete-se que a queda do número de internações hospitalares é condizente aos pilares da Reforma Psiquiátrica brasileira, cuja missão central é o processo de desinstitucionalização, com consequente fortalecimento do acompanhamento comunitário/familiar e diminuição das internações psiquiátricas. Por outro lado, observa-se que a mortalidade de idosos por transtorno mental e/ou comportamental aumentou, estimando ampliar as discussões sobre a qualidade da atenção psicossocial em consonância com a Politica Nacional da Pessoa Idosa. Evidencia-se a necessidade do empreendimento de esforços que visem o ajuste político e econômico para atenção à saúde das pessoas idosas, visto que o crescimento da população idosa em curso em quase todo o mundo cria novas necessidades de saúde e novas demandas sociais em todos os países. Destarte, torna-se relevante investir em ações e estratégias de baixo custo e que necessitam de tecnologias leves, tais como: cuidados longitudinais e multiprofissionais; escuta qualificada e acolhimento; formação de grupos de apoio mútuo aos indivíduos; educação em saúde; estímulo à autonomia e autocuidado das pessoas idosas; e, projetos terapêuticos baseados no diagnóstico da comunidade e da família.
PALAVRAS-CHAVE: Morbidade. Mortalidade. Saúde Mental. Idoso.

REFERÊNCIAS
GOMES, S. P.; PAMPLONA, J. B. Breve reflexão teórica acerca da relação entre população e economia. Revista de Pesquisa em Políticas Públicas, v. 4, n. 2, p. 41-66, 2014.
PARADELLA, R. Número de idosos cresce 18% em 5 anos e ultrapassa 30 milhões em 2017. Agência IBGE; 2018. [Atualizada 26 de Abril de 2018]. Disponível em: Acesso em: 28 de Setembro de 2018.

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