28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-28B - GT 28 - Saúde, Currículo, Formação: Experiências, Vivências, Aprendizados e Resistência Sobre Raça, Etnia, Gênero e Seus (Des)Afetos: Políticas Públicas para População Negra, Intersetorialidade e Território |
29758 - O TERRITÓRIO COMO LÓCUS DE IDENTIDADE E AUTONOMIA DO TRABALHADOR TÉCNICO DE NÍVEL MÉDIO: O PROCESSO DE TERRITORIALIZAÇÃO NO CURSO DE AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE DA ESUFRN
GRACIA MARIA DE MIRANDA GONDIM GRACIA GONDIM - FIOCRUZ/ESUFRN, LYGIA MELO - ESUFRN, MARIZE BARROS - ESUFRN
INTRODUÇÃO: A Escola de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ESUFRN) tem expertise na formação técnica de nível médio em saúde nas áreas de enfermagem, vigilância em saúde, agentes comunitários, registro e informações. Vem formando, ao longo de 60 anos, contingente expressivo de profissionais técnicos para o mercado de trabalho em saúde no RN. A ESUFRN tem oferta aberta de cursos, recebendo qualquer tipo de estudante, inclusive trabalhadores da saúde. Utiliza para consecução de currículos estratégias diferenciadas de ensino-aprendizagem de modo a significar e articular conhecimento teórico-prático, ensino-comunidade, escola-serviços. Os cursos técnicos ofertados pela ESUFRN dialogam por meio de módulo comum, onde são trabalhados conteúdos de ensino (temas e metodologias) que materializam as bases teórico-conceituais da saúde coletiva e do trabalho em saúde. Essa singularidade evidencia o uso de estratégias metodológicas ativas e participativas fundamentais para consolidação do aprendizado no campo da saúde, dentre elas destaca-se a territorialização em saúde, e o uso da categoria território como fundante do trabalho em saúde no SUS, e em particular do Agente Comunitário de Saúde no âmbito da Atenção Básica. OBJETIVOS: Vivenciar a territorialização em saúde como estratégia de reconhecimento do território para construção de identidade e autonomia profissional; oferecer possibilidades de identificar problemas (determinantes sociais, riscos, causas, danos e vulnerabilidades) e potencialidades que incidem sobre as condições de vida e a situação de saúde de populações e dialogar com atores locais; planejar intervenções de forma participativa com atores do território para resolver problemas e atender a necessidades. METODOLOGIA: Abordagem qualitativa, descritiva e participativa, a territorialização é desenvolvida nos componentes curriculares Território e Saúde I e II, no campus da UFRN e em áreas da ESF por meio de visitas técnicas e aulas teóricas-dialogadas, articuladas com trabalho de campo (TC) para observação e compreensão do território, onde são identificados problemas relacionados à saúde e ao ambiente, feitas entrevistas com atores do território e tomada de imagens para posterior análise de situações-problemas e potencialidades. Os estudantes são orientados por roteiros para o TC, as entrevistas e a tomada de imagens. Para localização de riscos e vulnerabilidades, fazem uso de “GPS” e do aplicativo “Google Earth”. A sistematização é feita por meio de problematização de situações vividas no território, relatórios, imagens de satélite e planilhas descritivas de um problema selecionado com respectiva proposta de intervenção e as potencialidades observadas. RESULTADOS: Os estudantes ao se apropriarem do conceito de território como lugar onde a vida acontece cotidianamente, utilizam no processo de territorialização a linguagem geográfica – dispositivos e dimensões do território, para explicitar os determinantes sociais, as causas, os riscos e os danos que envolvem problemas de saúde e ambiente. O desenvolvimento do TC no campus da UFRN e em territórios da ESF possibilita ao estudante criar identidade como cidadão de direitos, evidenciando a responsabilidade compartilhada da comunidade na proteção do ambiente, da saúde e da vida coletiva. Os estudantes quando vão aos territórios do SUS estão preparados com conhecimentos e metodologias que facilitam seu trabalho como profissional de saúde e cidadão implicado com a melhoria das condições de vida e da situação de saúde de populações. PRODUTOS: maquetes, mapas, diagnósticos de saúde e ambiente, fotografias, relatos, relatórios e vídeos.
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