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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-28B - GT 28 - Saúde, Currículo, Formação: Experiências, Vivências, Aprendizados e Resistência Sobre Raça, Etnia, Gênero e Seus (Des)Afetos: Políticas Públicas para População Negra, Intersetorialidade e Território

30984 - TERRITORIALIZAÇÃO COMO INSTRUMENTO DO PROCESSO DE TRABALHO DA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL
FERNANDA RIBAS MOURA REZENDE - UNCISAL, AHYAS SYDCLEY SANTOS ALVES - UNCISAL, JANAÍNA APARECIDA ALMEIDA DE CARVALHO - UNCISAL, MARIA ROSEANE ALVES DA SILVA - UNCISAL


A territorialização é uma das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Atenção Básica. Na Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), é caracterizada como forma de planejamento, programação descentralizada e desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com foco em um território específico, que impactam nos condicionantes e determinantes de saúde das pessoas e coletividades que constituem aquele espaço. A PNAB indica como primeira atribuição comum a todos os profissionais da Atenção Básica participar do processo de territorialização e mapeamento da área de atuação da equipe, identificando grupos, famílias e indivíduos expostos a riscos e vulnerabilidades (BRASIL, 2017). A vivência dos profissionais da Atenção Básica precisa construir uma visão ampla sobre o território, para além da delimitação geográfica, contemplando a dinâmica de vida da população e suas referências culturais (COSTA; VASCONCELOS, 2016). Vale ainda destacar que a territorialização representa um importante instrumento de organização dos processos de trabalho e das práticas de saúde, constituindo-se como pressuposto básico para Estratégia de Saúde da Família (ESF) (SANTOS; RIGOTTO, 2011). Diante disso, o presente trabalho propõe apresentar a experiência de quatro profissionais de Residência Multiprofissional em Saúde da Família (psicóloga, fisioterapeuta, enfermeira e profissional de Educação Física) na realização da territorialização de uma macroárea coberta por ESF em Maceió-AL, elencando de que forma foi construído esse processo e os resultados alcançados para contribuir com o serviço de saúde. O processo desenvolvido pelos residentes foi divido em três etapas: reuniões com os profissionais da ESF, com o intuito de relatar os objetivos da territorialização, as possíveis contribuições ao serviço e organizar a dinâmica do processo com um cronograma de atividades; reconhecimento e mapeamento das seis microáreas que compõe a macroárea; e coleta de informações quanto ao perfil epidemiológico e sociodemográfico das fichas e-SUS que caracterizam o território. Entre os resultados encontrados, percebe-se que os momentos proporcionados pela territorialização foram essenciais para criação de vínculo dos profissionais residentes com os profissionais e usuários do serviço. Pode-se destacar a importância do Agente Comunitário de Saúde (ACS) para conhecer o território geográfico e suas características ambientais, socioculturais, econômicas, familiares, vulnerabilidades e as doenças prevalentes, além de representarem o principal elo entre equipe de saúde e comunidade. Nesse processo, foram construídas informações qualitativas com problematizações acerca do território quanto aos seus equipamentos e serviços de saúde, lazer, saneamento básico, transporte, dispositivos sociais, educação, segurança pública e situação de violência. Quanto às informações quantitativas, estas foram extraídas do principal sistema de informação utilizado atualmente pelo SUS: o cadastro e-SUS AB – que é composto por dois tipos de ficha. A primeira ficha é a de Cadastro Domiciliar que é feito por família e contém dados estruturais e funcionais do domicílio, levantando-se dados sobre acesso ao domicílio, destino do lixo, tratamento da água e animais domésticos. A segunda é a de Cadastro Individual, feita por pessoa membro da família, onde foram analisadas as informações de sexo, faixa etária, raça ou cor, escolaridade, situação no mercado de trabalho, orientação sexual, identidade de gênero, participação em grupo comunitário ou comunidade tradicional, usuários de Plano de Saúde, presença de algum tipo de deficiência e as principais condições/situações e agravos de saúde (hipertensão, diabetes, sobrepeso, agravo de saúde mental, doenças, crônicas, cardíacas, respiratórias, entre outros). Na finalização do processo foram oferecidas sugestões com vistas à melhoria da produção de saúde e à ampliação da resolutividade dos serviços prestados pela equipe da ESF, como por exemplo: fortalecer o planejamento em equipe; organizar, a partir das necessidades de saúde identificadas, atividades de Educação em Saúde para serem realizadas periodicamente na comunidade; promover a articulação da ESF com outros setores sociais que não estejam restritos à saúde, de modo a promover a intersetorialidade; e criar um plano de ação de Educação Permanente em Saúde para a equipe com temáticas relacionadas às dificuldades encontradas no processo de trabalho. A partir desta experiência, conclui-se aqui a relevância da territorialização enquanto instrumento organizativo da ESF, produtor de saúde e gerencial do serviço, sendo possível, a partir dos resultados observados, diagnosticar, estudar, planejar e desenvolver estratégias voltadas às reais necessidades da população, mais resolutivas, reafirmando o compromisso ético-sanitário da equipe com a comunidade – considerando as singularidades existentes no território para atender aos princípios do SUS de universalidade, integralidade e equidade.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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