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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-28C - GT 28 - Saúde, Currículo, Formação: Experiências, Vivências, Aprendizados e Resistência Sobre Raça, Etnia, Gênero e Seus (Des)Afetos: Formação e Qualificação

31113 - APRENDIZAGEM EM SERVIÇO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS NA FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO
IZABELA THAÍS DE MAGALHÃES NETO - UFMG, KÊNIA LARA SILVA - UFMG, RAYSSA ASSUNÇÃO GUIMARÃES - UFMG, LETÍCIA LUIZA FERREIRA SILVA - UFMG


Introdução: A redução da desigualdade social está entre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do Milênio. Isso revela um problema mundial e principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, nestes últimos incluindo o Brasil (ONU, 2015). Por esse motivo, a desigualdade social é a realidade de muitos espaços de atuação da enfermagem no Brasil. Assim, é necessário trabalhar a desigualdade social na formação do enfermeiro. No entanto, a graduação em enfermagem direciona a formação para as exigências do mercado hospitalar, focando em procedimentos e cuidados de grande complexidade e custo; deixando de lado, muitas vezes, momentos de reflexões sobre a atuação dos enfermeiros nos espaços de lutas e de desigualdade social. A aprendizagem em serviço revela uma potencial estratégia para se trabalhar as desigualdades sociais, uma vez que os campos de ensino são espaços que propiciam aos estudantes vivenciarem uma dada realidade social e histórica. Objetivo: Analisar a aprendizagem em serviço como estratégia de ensino das desigualdades sociais na formação do enfermeiro. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo exploratório de abordagem qualitativa ancorado no referencial teórico metodológico da dialética marxista, resultante da pesquisa “Sistemas de compreensão das desigualdades sociais na formação e na produção do cuidado de enfermagem” desenvolvida pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Ensino e Prática da Enfermagem da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais. Este presente resumo faz parte da primeira etapa da pesquisa que consistiu na identificação dos sistemas de compreensão das desigualdades socais na formação do enfermeiro; etapa que se encontra em andamento. Para isso, foi realizada uma revisão integrativa da literatura e entrevistas com lideranças estudantis. Na revisão integrativa da literatura emergiram 3 estratégias de ensino das desigualdades sociais: aprendizagem em serviço, simulação e disciplinas expositivas; sendo a primeira focalizada neste resumo. Os critérios de inclusão para a realização da busca foram artigos que abordassem a formação do enfermeiro; o ensino da desigualdade; e/ou perfil dos estudantes de enfermagem vulneráveis/carentes; nos idiomas português, inglês e espanhol; nos últimos 10 anos. Foram obtidos 426 estudos, sendo 141 via Biblioteca Virtual de Saúde e 285 via PubMed. A partir da leitura criteriosa de títulos, resumos, palavras-chave e do artigo na íntegra, respectivamente, foram selecionados 5 artigos abordavam a aprendizagem em serviço no ensino das desigualdades socais. Também, foram realizadas 5 entrevistas com lideranças estudantis do Comitê Estudantil de Enfermagem da Associação Brasileira de Enfermagem seções Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Pará. As entrevistas foram precedidas de esclarecimento sobre os objetivos e finalidades do estudo e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais, com o parecer de número CAAE- 44851015.4.0000.5149. As entrevistas foram analisadas por meio da Análise de Discurso Crítica proposta por Fairclough. Resultados e discussão: Os artigos abordam a aprendizagem em serviço como uma estratégia potente para se trabalhar as desigualdades, apesar dessa estratégia ainda não ter sido bem descrita ou exaustivamente avaliada e a maioria das pesquisas publicadas foi baseada em amostras pequenas e em breves relatos (DEBONIS, 2015; MCNEIL et al., 2013). Os discursos das lideranças estudantis revelam que os campos de estágio para o ensino da desigualdade social são prioritariamente a Unidade Básica de Saúde e seu território adstrito, pois são espaços que permitem discutir os determinantes sociais de saúde. A abordagem dos determinantes sociais de saúde aflui aos dados da literatura, estando presente em 4 dos 5 artigos. No entanto, notam-se neles relatos dos estudantes de não se sentirem preparados para trabalhar os determinantes sociais, devido à formação ser voltada principalmente para exigências do mercado hospitalar (DEBONIS, 2015; MCNEIL et al., 2013; RACINE et al., 2012; CLAYTON; DILLEY, 2009). As lideranças estudantis apontam, também, que as atividades extensão ligadas à inserção em espaços de vulnerabilidades são potenciais para o ensino da desigualdade. Ademais, entre as atividades extracurriculares, o movimento estudantil foi expresso como um espaço fundamental para o aprofundamento na temática, pois por meio dele foi possível experimentar e vivenciar a militância social em comunidades vulneráveis. Conclusão: Assim, tanto a literatura quanto os discursos remetem a aprendizagem em serviço como uma estratégia indispensável para se trabalhar as desigualdades sociais, uma vez que os estudantes experimentam e vivenciam contextos de vulnerabilidades em ambientes que são os reais problemas brasileiros. Além disso, a aprendizagem em serviço pode promover a reflexão dos sujeitos.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

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