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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-15A - GT 15 - Saúde LGBT

30364 - O ACESSOÀ SAÚDE DE TRANSEXUAIS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
CAMILA RODRIGUES PAIVA - UFJF, BEATRIZ FRANCISCO FARAH - UFJF, MARCO JOSÉ DE OLIVEIRA DUARTE - UFJF


Apresentação/Introdução: Não é incomum encontrar na sociedade a construção de um sistema binário (masculino x feminino) acerca do gênero, que o considera como um reflexo do sexo biológico determinado de acordo com o órgão genital. Essa construção causa impactos no acesso aos serviços de saúde para a população transexual. As pessoas transexuais vivem uma experiência identitária complexa, na qual se constroem novos significados para o masculino e para o feminino, o que pode acontecer em meio a dúvidas, dor e angústia decorrentes principalmente da resposta dada pela sociedade que os identifica como aqueles que não se comportam adequadamente de acordo com seus sexos. Mesmo após a construção do SUS e de políticas públicas de saúde para a população transexual, é possível perceber que essa população ainda encontra fatores que dificultam o acesso à saúde e que causam impactos no atendimento de suas necessidades de saúde. Objetivo: Apresentar os resultados obtidos no projeto piloto da pesquisa. Metodologia: estudo descritivo, de abordagem qualitativa, realizado no município de Juiz de Fora. Participaram deste piloto duas mulheres transexuais. Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas e observação realizada mediante participação da pesquisadora no grupo ForçaTrans, um grupo de apoio e acolhimento à população transexual, transgênero e intersexual, que se reúne quinzenalmente em um instituto cultural localizado na cidade de Juiz de Fora. Os participantes foram recrutados por meio da técnica “Bola de Neve”. A análise de conteúdo foi realizada utilizando-se a hermenêutica-dialética. Resultados e discussão: Neste piloto emergiram quatro categorias, compostas de oito núcleos de sentido. A primeira categoria foi designada como “Performatividade de gênero na infância e a não identificação com o gênero designado ao nascer”, constituída pelo núcleo de sentido “Vivências no processo de identificação enquanto transexual”. A segunda categoria foi compreendida como “Vicissitudes vivenciadas no processo de identificação ao assumir a identidade de gênero”, constituída pelo núcleo de sentido “Dificuldades vividas no processo de identificação enquanto transexual que podem impactar a saúde”. A terceira categoria foi designada como “A Saúde e o atendimento integral: significados atribuídos pelas pessoas transexuais”, composta pelos núcleos de sentido “A percepção da Saúde e do Atendimento Integral”, “Principais necessidades de saúde”, e “Meios encontrados para cuidar da saúde”. A quarta categoria foi definida como “O acesso como direito das pessoas transexuais ao Sistema Único de Saúde”, composta pelos núcleos de sentido “Dificuldades encontradas pelos transexuais ao buscar os serviços públicos de saúde”, “O acolhimento dos transexuais nos serviços de saúde pelos profissionais de saúde”, e “Conhecimento dos transexuais acerca da Política Nacional de Saúde Integral LGBT”. Foram observados nos relatos das participantes a identificação com o universo feminino desde a infância, o sentimento de vergonha diante do próprio corpo, presença do preconceito nos diversos âmbitos da vida em sociedade, dificuldades no acesso aos serviços de saúde, a percepção da saúde associada ao bem-estar físico e mental, percepção de que o atendimento integral deve respeitar a identidade de gênero e associação do atendimento integral ao processo transexualizador, uso de antidepressivos, a necessidade do acompanhamento hormonal como uma das principais necessidades de saúde. Para cuidar da saúde buscam os serviços de saúde no setor privado e no setor público. Também foi observado o medo de sofrer preconceito ao buscar os serviços de saúde, o despreparo e o preconceito dos profissionais de saúde, a inexistência de um atendimento institucionalizado em Juiz de Fora para as pessoas trans, além de relatos de negação de atendimento por profissional médico. A necessidade de se efetivar a saúde como direito todos e dever do estado é premissa para todos os cidadãos, e efetivar esse direito às pessoas transexuais é fundamental para que tenham uma vida digna. Conclusões/Considerações Finais: O método e a técnica escolhidos estão adequados ao estudo. As pessoas transexuais ainda encontram muitas dificuldades no acesso aos serviços de saúde, são discriminados nesses espaços e suas necessidades de saúde não são atendidas.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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