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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-15C - GT 15 - Saúde e Narrativas de Si

31517 - HUMANIZAÇÃO E DIVERSIDADE: UM OLHAR SOBRE OS DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS DAS MULHERES QUE SE RELACIONAM COM MULHERES
LUIZA DANTAS SOLER - IMS/UERJ


O presente relato de experiência tem como ponto de partida o ano de 2016, quando o acúmulo de vivências próprias e também de relatos de pessoas próximas sobre experiências frustrantes, negativas e muitas vezes violentas enquanto mulheres lésbicas e bissexuais em consultórios ginecológicos me impulsionou a começar a pesquisar sobre saúde sexual de mulheres que se relacionam com mulheres.
Em 2017, como um dos desdobramentos dessa pesquisa, apresento a oficina “A saúde sexual de mulheres que se relacionam com mulheres” no Congresso Internacional Fazendo Gênero 11 e 13 Mundo de Mulheres em Florianópolis numa tentativa propiciar um espaço seguro de troca e construção coletiva sobre o assunto. E o resultado dessa primeira experiência foi tão positivo que gerou oportunidades de levar a oficina para outros lugares e espaços, especialmente ambientes universitários.
A cada edição eu fui observando a necessidade daquelas mulheres, na sua maioria jovens, de falarem e serem ouvidas quanto a multiplicidade dos seus corpos, desejos, sentimentos e demandas. E essa dinâmica me fez perceber que os anseios delas (e os meus) iam muito além de ter sua orientação sexual respeitada numa consulta e abarcava uma infinidade de outros aspectos como acolhimento, vínculo, vivência positiva da sexualidade, ter ou não filhos, opções para uma gestação, etc. Ou seja, me vi ao lado de outras mulheres lésbicas e bissexuais clamando pra si não só o direito de decisão sobre seus corpos e famílias, mas também o direito à humanização e a saúde integral.
Nesse meio tempo foi natural a minha aproximação com a temática da humanização do parto e nascimento exatamente por acreditar ser um lugar onde o discurso sobre a promoção da autonomia e respeito ao protagonismo das mulheres era realmente efetivado, e esse movimento culminou na minha formação como Doula e Educadora Perinatal em outubro passado. A decisão por agregar esses saberes a minha trajetória profissional e de pesquisa se deu exatamente com o intuito de tentar identificar e criar redes entre os debates e práticas sobre humanização e diversidade.
Antes mesmo da minha formação ter início comecei a frequentar rodas de gestantes, tentantes e puerpéras, espaços de educação perinatal e acompanhar perfis e grupos nas redes sociais voltados a essa discussão. Porém, desde um primeiro momento pude constatar que dos mais variados profissionais que hoje integram a atenção ao ciclo gravídico-puerperal, até os militantes e ativistas da humanização pelo parto e nascimento, todos reproduzem reiteradamente padrões cisheteronormativos.
E diante dos resultados dessa primeira fase de observação pude concluir que
humanização ainda não é um conceito inclusivo e está longe de ser, posto que nesse cenário os fatores gênero, sexualidade, raça e classe ainda se articulam de maneira a reforçar estereótipos e (re)produzir desigualdades..
E a partir do panorama inicial apresentado nesse relato venho propor o uma discussão sobre as causas e consequências desse fenômeno, problematizando conceitos rígidos e estáticos sobre concepção, gestação, maternagem e família, e refletindo sobre o (não) lugar de mulheres lésbicas e bissexuais que optam pela maternidade solo, de casais que optam pela realização de inseminação caseira, de pessoas LGBTQI+ que praticam a coparentalidade, etc. na busca por seus direitos sexuais e reprodutivos numa perspectiva integral, e assim, colaborar com a discussão e elaboração de estratégias que visem implementação de práticas e políticas públicas verdadeiramente inclusivas para todas, todos e todes.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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