28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-15A - GT 15 - Saúde LGBT |
30198 - OS EFEITOS FARMACOLÓGICOS EM TRANSEXUAIS NO PROCESSO DE TERAPIA HORMONAL E REDESIGNAÇÃO CIRÚRGICA GABRIEL BARBOSA - UFG
Introdução. A partir das sugestões de Judith Butler, a performatividade do gênero esta ligada às maneiras diferenciais a quais indivíduos se tornam elegíveis para reconhecimento. Várias formas de reivindicar espaço público e cidadania exigem modos de expressão performativos. A terapia hormonal possui um papel importante na aquisição de características sexuais secundárias em mulheres e homens transexuais, mesmo quando a redesignação cirúrgica não é desejada ou indicada. Transexuais geralmente iniciam o tratamento hormonal quando jovens, com doses maiores que as recomendadas e sem o acompanhamento de atenção especializada. A restrita experiência dos serviços de saúde em lidar com a transexualidade constitui um papel importante no grau de vulnerabilidade ao acesso à saúde da população LGBTQI+. O Processo Transexualizador no SUS está regulamentado através da Portaria nº 2.803/2013 publicado no Diário Oficial da União, que estabelece as diretrizes para a regulamentação procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos para a readequação genital em transexuais.
Objetivo. O objetivo deste estudo foi identificar através de uma revisão sistemática, artigos que abordem os efeitos farmacológicos em transexuais sobre terapia hormonal e redesignação cirúrgica.
Metodologia. Procedeu-se uma busca na base de dados PubMed através das palavras-chaves: transsexuals, hormonal therapy, sexual reassignment e pharmacological effects, considerando as publicações dos últimos 10 anos (2009 a 2019). Foram identificados e analisados 15 artigos. As coletas de dados foram realizadas com estudos variados, considerando como critérios de inclusão: efeitos adversos farmacológicos, características secundárias adquiridas e efeitos após cirurgia de redesignação sexual.
Resultados e Discussão. Os estudos retrospectivos apontaram doenças cardíacas, pulmonares e neoplásicas como os principais casos de morbidade e morte em transexuais. Cinco estudos demonstraram o potente risco de doenças cardiovasculares. Dois estudos confirmaram casos de doença pulmonar crônica em pacientes com histórico de tabagismo e alcoolismo. Três publicações relataram tromboembolismo como o principal risco em mulheres transexuais. Além disso, existe uma alta prevalência de câncer de mama observada em mulheres transexuais, devido o estrogênio poder desempenhar um importante papel na tumorigênese. Os ganhos de características sexuais secundárias em homens e mulheres podem ser observados nos primeiros seis meses de terapia hormonal, como mudanças na gordura total, gordura localizada, massa muscular, aumento e diminuição de pelos corporais, aumento do tecido mamário, clitoromegalia e hipertrofia de próstata e testículos. Ansiedade, depressão, transtorno de personalidade e suicídio são características em pessoas transexuais pós-operadas. Em contraste, felicidade e autoconfiança também são relatadas.
Conclusão. Tais achados reforçam a necessidade de adequação na atenção especializada do processo transexualizador e ampliação ao acesso da população LGBTQI+ aos serviços de saúde do SUS.
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30198 - OS EFEITOS FARMACOLÓGICOS EM TRANSEXUAIS NO PROCESSO DE TERAPIA HORMONAL E REDESIGNAÇÃO CIRÚRGICA GABRIEL BARBOSA - UFG
Introdução. A partir das sugestões de Judith Butler, a performatividade do gênero esta ligada às maneiras diferenciais a quais indivíduos se tornam elegíveis para reconhecimento. Várias formas de reivindicar espaço público e cidadania exigem modos de expressão performativos. A terapia hormonal possui um papel importante na aquisição de características sexuais secundárias em mulheres e homens transexuais, mesmo quando a redesignação cirúrgica não é desejada ou indicada. Transexuais geralmente iniciam o tratamento hormonal quando jovens, com doses maiores que as recomendadas e sem o acompanhamento de atenção especializada. A restrita experiência dos serviços de saúde em lidar com a transexualidade constitui um papel importante no grau de vulnerabilidade ao acesso à saúde da população LGBTQI+. O Processo Transexualizador no SUS está regulamentado através da Portaria nº 2.803/2013 publicado no Diário Oficial da União, que estabelece as diretrizes para a regulamentação procedimentos ambulatoriais e cirúrgicos para a readequação genital em transexuais.
Objetivo. O objetivo deste estudo foi identificar através de uma revisão sistemática, artigos que abordem os efeitos farmacológicos em transexuais sobre terapia hormonal e redesignação cirúrgica.
Metodologia. Procedeu-se uma busca na base de dados PubMed através das palavras-chaves: transsexuals, hormonal therapy, sexual reassignment e pharmacological effects, considerando as publicações dos últimos 10 anos (2009 a 2019). Foram identificados e analisados 15 artigos. As coletas de dados foram realizadas com estudos variados, considerando como critérios de inclusão: efeitos adversos farmacológicos, características secundárias adquiridas e efeitos após cirurgia de redesignação sexual.
Resultados e Discussão. Os estudos retrospectivos apontaram doenças cardíacas, pulmonares e neoplásicas como os principais casos de morbidade e morte em transexuais. Cinco estudos demonstraram o potente risco de doenças cardiovasculares. Dois estudos confirmaram casos de doença pulmonar crônica em pacientes com histórico de tabagismo e alcoolismo. Três publicações relataram tromboembolismo como o principal risco em mulheres transexuais. Além disso, existe uma alta prevalência de câncer de mama observada em mulheres transexuais, devido o estrogênio poder desempenhar um importante papel na tumorigênese. Os ganhos de características sexuais secundárias em homens e mulheres podem ser observados nos primeiros seis meses de terapia hormonal, como mudanças na gordura total, gordura localizada, massa muscular, aumento e diminuição de pelos corporais, aumento do tecido mamário, clitoromegalia e hipertrofia de próstata e testículos. Ansiedade, depressão, transtorno de personalidade e suicídio são características em pessoas transexuais pós-operadas. Em contraste, felicidade e autoconfiança também são relatadas.
Conclusão. Tais achados reforçam a necessidade de adequação na atenção especializada do processo transexualizador e ampliação ao acesso da população LGBTQI+ aos serviços de saúde do SUS.
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