29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-28D - GT 28 - Saúde, Currículo, Formação: Experiências, Vivências, Aprendizados e Resistência Sobre Raça, Etnia, Gênero e Seus (Des)Afetos: Formação e Qualificação |
31575 - O PRÓ-SAÚDE NO CURSO MÉDICO DA UFPE: UM OLHAR SOBRE A PROPOSTA DE UMA INTEGRAÇÃO ENSINO-SERVIÇO MAIS PLURAL
LUCIANA MELO DE SOUZA LEÃO - HC/UFPE, RUBEN ARAÚJO DE MATTOS - IMS/UERJ
Introdução A preocupação com a formação e com os cenários de prática dos estudantes parece acompanhar o ideário de luta de muitos atores que se debruçaram em prol de um sistema de saúde mais equânime e acessível. Repensar e diversificar os cenários de ensino-aprendizagem, pois, pode ser uma importante ferramenta para ampliar as concepções sobre o processo saúde-doença apreendidas ao longo da formação. Objetivos O estudo teve como objetivo geral investigar o processo de adoção do Pró-Saúde na experiência desenvolvida pelo Curso Médico da UFPE e suas repercussões no diálogo da academia com os serviços. Metodologia A metodologia contou com a revisão bibliográfica e a construção de uma linha do tempo para melhor compreender os acontecimentos. Como fonte primária, foram realizadas 24 entrevistas semi-estruturadas voltadas para atores da academia e dos serviços e uma roda de conversa com a participação de 21 estudantes do internato I do Curso Médico da UFPE. A análise dos dados foi realizada à luz do Construcionismo Social, considerando três categorias temáticas: 1) rebatimentos das políticas anteriores ao Pró-Saúde em relação às mudanças na integração ensino-serviço; 2) costura/pactuação entre os atores da academia e da gestão para viabilizar o Pró-Saúde e 3) efeitos do Pró-Saúde sobre os cenários de prática. Resultados e discussão A primeira versão da PNEPS apresentou baixa permeabilidade no âmbito local, influenciando as ações do Pró-Saúde mais no uso de conceitos do que na adoção de estratégias de sua operacionalização. A pactuação entre os atores da academia e do serviço sinalizou desafios que passaram pelas questões político-partidárias; pela demanda de formação dos preceptores da rede e, ainda, pela disputa entre os princípios do SUS e os interesses do mercado. A incidência do Programa nos fala de oportunidades criadas e perdidas apontando a importância da integração ensino-serviço se amparar institucionalmente pelos os atores envolvidos nesta articulação, para além de dispositivos indutivos ao modo do Pró-Saúde. Considerações finais Forças políticas em cena no âmbito local são capazes de interferir e até reorientar os rumos das políticas indutoras advindas do âmbito federal. Por outro lado, é importante reconhecer que, ainda que sob influência das forças políticas locais, as inflexões do âmbito nacional não podem ser desprezadas e merecem estudos e análises que as contemplem.
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