30/09/2019 - 13:30 - 15:00 EO-27B - GT 27 - Cuidado em Saúde Mental e Família |
31348 - A CRIANÇA AUTISTA E OS SENTIMENTOS DA FAMÍLIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA THAMIRES ALVES AGUIAR - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, VERENA SILVA GURGEL DE ARAÚJO - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA, FERNANDA MONTEIRO DE CASTRO FERNANDES - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
Apresentação/Introdução: O autismo é caracterizado por dificuldade em utilizar a linguagem para se comunicar, perceber as outras pessoas e, ainda, expressar sentimentos. Cerca de 1% da população mundial, ou seja, uma em cada 68 crianças, apresenta algum Transtorno do Espectro Autista (TEA) e a ocorrência da condição neurológica tem aumentado. As famílias tendem a peregrinar em serviços de saúde, recorrendo a vários profissionais de saúde para conseguir o diagnóstico que consiste em observações da conduta da criança e entrevistas com pais e/ou cuidadores. Diante disso, percebe-se que a identificação de sinais e sintomatologia relacionados à síndrome possibilita o estabelecimento de intervenções breves, sendo extremamente importantes, uma vez que quanto mais precoces instituídos, mais haverá resultados positivos às terapias.
Objetivo: Identificar os principais fatores de estresse para a família de crianças com transtorno do espectro autista, bem como algumas abordagens indicadas por profissionais para amenizar esses fatores.
Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa, onde os resultados foram obtidos por meio da coleta de dados em artigos publicados a partir da busca nas seguintes bases de dados: PubMed, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Bases de Dados em Enfermagem (BDENF), Scientific Eletronic Library Online (SciELO), no período de 2014 a 2018, com o uso dos descritores na língua portuguesa: autismo, família, sentimentos, estresse psicológico e psiquiatria.
Resultados e discussão: A partir da análise dos dados gerados e tabulados, sendo eles dez artigos, foi possível dividir os trabalhos em três categorias para resultados e discussão: Metodologia utilizada, sujeitos abordados e foco central da pesquisa. Na categoria Metodologia ficou evidente que grande parte dos trabalhos utilizavam uma abordagem qualitativa (60%). Enquanto a minoria se distribuía pela abordagem quantitativa (40%), distribuindo-se em estudo descritivo (40%), revisão sistemática (10%), descritivo transversal (20%), descritivo retrospectivo (10%) e descritivo exploratório (20%). Por Sujeitos a distribuição mostrou-se em quatro tipos diferentes nos estudos: Pais (40%), Familiares (40%), Relação familiar de jovens com TEA, desenvolvimento típico e Asperger (10%) e Cuidadores (20%). Já na categoria Foco, os estudos dividiram-se família e cuidadores (30%), fatores estressores (40%) e mecanismos resolutivos (30%). Os estudos evidenciaram que os fatores estressores ocorrem principalmente devido à dificuldade de comunicação e socialização da criança autista.
Considerações Finais: Foi possível identificar por meio da literatura analisada que os principais estressores estão no processo do cuidar e no tratamento da criança autista. Neste último destaca-se a demora na definição diagnóstica e no encaminhamento para serviços especializados. Portanto, há a necessidade de projetar programas de intervenção multidisciplinares como mecanismos resolutivos para melhorar os processos familiares, pois a sobrecarga familiar pode ser diminuída com um diagnóstico eficaz o que viabiliza o melhor conhecimento sobre a doença. Nesse contexto, sugere-se a apropriação das características do TEA como sendo de suma importância para profissionais de saúde em todos os níveis de atenção à saúde.
|