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Grupos Temáticos

29/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-27B - GT 27 - Processos Formativos Inovadores

30265 - DO TERRITÓRIO-CAPS À AUDIÊNCIA PÚBLICA E DE VOLTA. PROCESSOS FORMATIVOS E PARTICIPATIVOS EM SAÚDE MENTAL
MUNA MUHAMMAD ODEH - UNB / OBSAM, ANDRÉIA DE OLIVEIRA - UNB / OBSAM, MARIA DA GLÓRIA LIMA - UNB / OBSAM, LARA LISBOA FARIAS - UNB / OBSAM, VALDENISE BARRETO DE ALMEIDA - FIOCRUZ BRASÍLIA / OBSAM, JOÃO VITOR DA SILVA SANTOS - UNB / OBSAM


Introdução e Objetivos: A presente pesquisa teve como objetivo acompanhar e constituir processos formativos e participativos com usuários e familiares da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), de modo a identificar, fortalecer e promover estratégias de participação social na perspectiva de organização sócio-política dos sujeitos, inclusão social e garantia de direitos. A pesquisa faz parte do projeto de pesquisa/extensão: “Processos formativos e participativos para o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial e do protagonismo de usuários e profissionais”. Foi realizada entre outubro de 2018 a fevereiro de 2019 tendo como equipe de pesquisa estudantes da graduação, da pós-graduação e docentes das áreas de serviço social, saúde coletiva, terapia ocupacional, psicologia, odontologia e nutrição. Metodologia: Foram elaboradas 3 etapas de caráter metodológico e conceitual envolvendo usuários/as e familiares de Centros de Atenção Psicossocial (Caps). Na primeira etapa as atividades constituíram-se de alinhamento teórico-conceitual da equipe e desenvolvimento de estratégias de aproximação com os Caps e outros componentes que configuram atividades no orbito da luta antimanicomial à exemplo do movimento Pró-Saúde Mental. A segunda etapa se focou na vinculação com usuários/as e familiares e no mapeamento de atividades realizadas nos Caps e com base nisto foram construídas várias oficinas com base em metodologias ativas sobre temas identificadas pela equipe englobando: direitos humanos, cidadania, protagonismo, controle social, Sistema Único de Saúde – SUS, rede socioassistencial, dentre outras. As oficinas foram realizadas nos Caps e também na universidade. No terceiro momento e de foram cumulativa as etapas anteriores, houve a mobilização para participação de usuários e familiares em audiência pública sobre saúde mental. Para impulsionar a participação na audiência pública usuários/as e familiares construíram o roteiro de um Teatro Invisível que, "consiste na encenação de um roteiro em um local que não seja o palco de um teatro, diante de pessoas que não estejam conscientes de que se trata de uma apresentação artística”. Foram poemas, palavras de ordem e canções que foram encenados e proferidos pelos/as usuários/as no espaço da Assembleia Legislativa do DF lugar em que a audiência pública ocorreu em fevereiro de 2019. Resultados e Discussão: O percurso metodológico desta pesquisa informa sobre a relevância de abordagens que buscam uma sequência cumulativa de modo a maximizar a potência de cada etapa. O fato de que parte das atividades de formação terem ocorrido na universidade reforçou o princípio de ´extramuralidade´, onde espaços externos aos Caps podem representar lugares de fomentar a participação social. Ademais, estas oficinas tiveram o papel de aproximar os Caps cujos usuários/as sabiam pouco sobre o ativismo do outro incentivando a criação de redes de troca e de apoio mútuo. Segundo Freire e Nascimento (2017), nas metodologias ativas de fomento à participação social, ganha destaque o contexto em que determinada pessoa vive, a valorização e incentivo da troca de experiências sobre o modo como aquele indivíduo entende a vida social, suas vivências e percepções acerca da comunidade. Evidenciou-se a existência de ações de participação social construídas de forma autônoma, por usuários e seus familiares, como: grupos de ajuda mútua, sessões de conversa e outras atividades que são, essencialmente, independentes do processo de trabalho das unidades de saúde, resultando na ´desterritorialização´ do cuidado em saúde mental. No entanto, essas ações, protagonizadas por usuários e familiares, se mostraram fragilizadas, pois ficam sujeitas a descontinuidade, principalmente pela falta de recursos financeiros, bem como pela falta de conhecimentos técnicos embora existam importantes saberes e conhecimentos dos usuários/as e familiares enquanto propositores de novas formas de produção do cuidado em saúde mental. Considerações Finais: É preciso agregar, ao mesmo tempo, ações que aprofundem a relação territorial do cuidado em saúde mental, de modo a abranger demandas que surgem fora do âmbito stricto sensu do Caps e que ainda são de responsabilidade do Estado, tais como: mobilidade, habitação e infraestrutura nos territórios e que aparecem como espaços de ativismo político, nichos nos quais usuários e familiares qualificam para ocupar. O desafio para os processos formativos e participativos em saúde mental se dá na capacidade destes de abarcar o mundo privado ou subjetivo dos/as usuários/as e seus familiares, suas condições de vida no cotidiano, e o mundo público, isto é o âmbito coletivo e colaborativo onde se articulam processos de ativismo e participação social no esforço de contrapor a cultura manicomial.
Referências:
FREIRE S,S,A. NASCIMENTO D,G. CAMINHOS DO CUIDADO E A METODOLOGIA ATIVA: PARCERIA DE LONGO ALCANCE E RESULTADOS. Cadernos do Cuidado, v. 2, n. 2, 2018.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

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