29/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-6B - GT 6 - Cidade, Subjetividade e Práticas em Saúde |
30659 - DETERMINANTES SOCIAIS E SAÚDE: UMA REFLEXÃO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DOS MUNICÍPIOS SÃO SARUÊ-PB E AS ARBOVIROSES ISABELLE GUEDES DA SILVA ISA GUEDES - UEPB, JOSÉ LUCIANO ALBINO BARBOSA - UEPB, CALLINE NEVES DE QUEIROZ CLAUDINO - UEPB, JOSÉ IRIVALDO ALVES OLIVEIRA SILVA - UFCG
INTRODUÇÃO: Pensar em saúde e qualidade de vida no semiárido paraibano, dentro do atual contexto vivenciado por muitos municípios demanda um olhar multidimensional para compreensão de fatores determinantes ao cenário de problemas relacionados à saúde pública, com destaque para as arboviroses. OBJETIVO: Dessa problematização delimitou-se como objetivo geral Analisar as dinâmicas desenvolvimentistas nos pequenos municípios do semiárido. Como objetivos específicos buscamos 1. Pensar a urbanização dos municípios através da presença de novas doenças; 2. Averiguar em que medida o perfil epidemiológico dos municípios do Consórcio São Saruê desvela uma vulnerabilidade indicadora da incidência de arboviroses. METODOLOGIA: Pautamo-nos em uma metodologia qualitativa, de cunho interpretativista. Buscamos informações socioeconômicas e de saúde destes municípios, enquanto pesquisa documental em fontes primárias a partir dos sistemas de informação da saúde. RESULTADOS: Na primeira categoria de anaálise, no tocante a Índice de Desenvolvimento humano (IDH) podemos afirmar que esses municípios seguem o padrão dos indicadores da Paraíba. Parecem coadunar com o que foi observado durante as escutatórias e visitas realizadas em todas essas localidades, numa perspectiva que parece se alinhar com o modelo de Estado que se alinha a minorias fora do grupo de vulnerabilidade. Na segunda categoria de análise, quanto ao índice de infestação predial (IIP) demonstrado no Lira/Lia são baixos, apesar da precária estrutura urbana no tocante a água encanada, saneamento básico, coleta e tratamento de resíduos sólidos, enfim, apesar dos avanços ocorridos ainda são encontrados municípios com essas características sem uma perspectiva de mudança, uma transformação social que renda a superação de um mal-estar que, certamente, acaba sendo a atmosfera propícia para a proliferação do mal-estar como o zika vírus. Quanto aos casos zyca em gestantes que os filhos tiveram microcefalia ou casos que culminaram em óbitos, em 2016, o ano destaque para as doenças decorrentes de arboviroses, vemos que a urbanização desordenada, a ineficácia do saneamento básico e ambiental e às condições socioeconômicas são determinantes e quando associadas às estratégias de combate preconizadas pelo governo federal que não se renovam há muito tempo caracterizadas, basicamente, por ações como controle químico com uso de larvicidas, nebulizações químicas (conhecida como carro fumacê, borrifação intradomiciliar e controle mecânico (destruição de criadouros, drenagem de reservatórios culminaram em 2016, num cenário propício a 5 casos em Juazeirinho e 1 óbito, 1 caso em Olivedos com 1 óbito e 1 caso em Soledade. CONCLUSÃO: Dos dados analisados podemos chegar a conclusões iniciais de que o processo de urbanização desses municípios é descendente e impositivo, haja vista não se modelar as condições e interesses locais, mas sim atender aos interesses de poder e economia que vão de encontro às necessidades da população. Nesse sentido identificamos que há uma movimentação economica que não desloca ou investe recursos em saúde e bem-estar no município. Assim, o modelo de municipalização de cunho democrático precisa ser fortalecido para que a desigualdade seja reduzida. Para a redução da vulnerabilidade espera-se que os sujeitos possam agir para que as situações de suscetibilidade ao adoecimento sejam reduzidas e haja, assim, uma resposta social. Não basta entrar na casa das pessoas e dizer que se deve eliminar os criadouros de Aedes, ou exigir a presença do agente de endemias com uso do larvicida nos reservatórios, mas uma série de ações do global ao local que possam gerar uma compreensão nos indivíduos da responsabilidade que eles têm com contribuição quanto aos obstáculos e enfrentamentos coletivos. Portanto, também podemos afirmar que é preciso repensar as estratégias de avaliação, planejamento e combate ao vetor. É preciso ir além do uso de larvicidas e utilizar apenas o Lira/Lia como parâmetro, que as estratégias e ações possam ser locais e atendam as demandas específicas municipais.
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