28/09/2019 - 13:30 - 15:00 EO-5A - GT 5 - As interfaces entre os Movimentos Sociais e o Sistema Único de Saúde: legitimidade, defesa e construção do direito à saúde-Painel 1 |
31512 - PARTICIPAÇÃO NO MOVIMENTO SOCIAL -MORHAN E A UNIVERSIDADE COMO PARCEIROS NO COMBATE A HANSENÍASE. CAMILA XAVIER DE MELO - RESIDENTE EM SAÚDE COLETIVA FIOCRUZ/PE; VOLUNTÁRIA DO MOVIMENTO DE REINTEGRAÇÃO DAS PESSOAS ATINGIDAS PELA HANSENÍASE-NÚCLEO RECIFE, MAYARA FERREIRA LINS DOS SANTOS - ACADÊMICA DE ENFERMAGEM DA UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO; VOLUNTARIA DO MOVIMENTO DE REINTEGRAÇÃO DAS PESSOAS ATINGIDAS PELA HANSENÍASE-NÚCLEO RECIFE, RANDAL DE MEDEIROS GARCIA - DOCENTE DA UNIVERSIDADE MAURICIO DE NASSAU-RECIFE, VOLUNTARIO DO MOVIMENTO DE REINTEGRAÇÃO DAS PESSOAS ATINGIDAS PELA HANSENÍASE-NÚCLEO RECIFE
A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos. O M.leprae tem alta infectividade e baixa patogenicidade, isto é infecta muitas pessoas no entanto só poucas adoecem ( BRASIL, 2008; 2016).
Entretanto, apesar da hanseníase atingir todas as classes sociais, é evidente a maior incidência nos segmentos menos favorecidos da sociedade, devido à presença de condições socioeconômicas desfavoráveis, que tornam precárias as condições de saúde e favorecem a contaminação e a propagação do agente etiológico (LOPES; RANGEL, 2014).
A inevitável conjugação dos fatores relacionados ao organismo humano e das condições sociais na produção da hanseníase torna necessária a reivindicação por condições sociais como direito, e ações do Estado na proteção dessas mesmas condições.
O Movimento de reintegração das pessoas atingidas pela hanseníase (Morhan) é um lugar de luta das pessoas com Hanseníase e seus familiares contra o preconceito e na busca pela efetivação de seus direitos. Nesse processo adquirir aliados é fundamental para conquistar os objetivos e fortalecimento da militância.
O movimento social em parceria com a Universidade de Pernambuco inseriu os discentes do curso de graduação em enfermagem nas ações de educação em saúde promovidas nas unidades de saúde para a população.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO
Realizado no período de 2013 a 2017.
OBJETIVO
Fortalecer a parceria do movimento social -Morhan com Universidade de Pernambuco para o combate à hanseníase.
METODOLOGIA
Trata-se de um relato de experiência da participação no movimento social Morhan - Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase durante a graduação em enfermagem da Universidade de Pernambuco de 2013 a 2017. As ações foram realizadas a partir da proposta de participação em um projeto de extensão universitária, o Integração Morhan: integrando práticas acadêmicas ao movimento social e foram realizadas na sede do Morhan e em diversos espaços de articulação política e serviços de saúde.
RESULTADOS
As atividades desempenhadas pelo movimento social Morhan foram: Organização de oficina de capacitação para trabalhadores de saúde sobre o direito da pessoa com hanseníase; encontro com usuários dos serviços de referência para hanseníase no Estado, palestras sobre a hanseníase e a inserção no movimento social para pacientes e seus familiares em grupos de autocuidado para hanseníase e busca ativa de casos de hanseníase.
ANÁLISE CRÍTICA
As barreiras no processo de efetivação do direito à saúde a pessoa com hanseníase são muitas, mas o que ficou evidente após a experiência é que a articulações entre o movimento social que apoia as pessoas com a doença (Morhan) e outros atores como a Universidade é uma estratégias eficazes nesse processo.
A inserção dos discentes no movimento social amplia o olhar para além da patologia e adentra as reais situações de vulnerabilidade dos usuários e sua família. Fortalecer a participação de graduandos em movimentos sociais é fundamental, em especial em se tratando de hanseníase, de modo a promover a formação de profissionais mais críticos frente aos problemas sociais e a efetivação dos direitos.
Na formação do profissional de enfermagem as teorias levam a promoção de uma assistência propriamente dita. Mas considerando a definição de saúde como algo além do diagnóstico, tratamento e cura de doença, e quem envolve moradia, lazer, trabalho e tantos outros determinantes, esse profissional precisa ocupar espaços de mobilização social para compreender as reais singularidades dos sujeitos do cuidado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Vigilância em Saúde: Dengue, Esquistossomose, Hanseníase, Malária, Tracoma e Tuberculose (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Cadernos de Atenção Básica, n. 21). 2 ed. rev. - Brasília : Ministério da Saúde, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Diretrizes para vigilância, atenção e eliminação da Hanseníase como problema de saúde pública: manual técnico-operacional. Brasília: Ministério da Saúde, 2016.
LOPES, Viviane Aparecida Siqueira; RANGEL, Etuany Martins. Hanseníase e vulnerabilidade social: uma análise do perfil socioeconômico de usuários em tratamento irregular. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 38, n. 103, p.817-829, dez. 2014. Disponível em: . Acesso em: 02 mai. 2019.
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