28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-5A - GT 5 - As interfaces entre os Movimentos Sociais e o Sistema Único de Saúde: legitimidade, defesa e construção do direito à saúde-comunicação breve 1 |
31177 - A IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE EXTENSÃO PELA SAÚDE NA INTERLOCUÇÃO COM OS MOVIMENTOS SOCIAIS DA SAÚDE: EM ESPECÍFICO O FÓRUM DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO. LICYA VIVIANE DE SOUSA COSTA - FIOCRUZ
O presente relato de experiência tem como mote, apontar a experiência entre o Projeto de Extensão Pela Saúde e o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, no cenário de lutas pelo fortalecimento de uma Reforma Sanitária que resgatava o ideário política da Reforma de 1970, combatendo a flexibilização de direitos. Nesse sentido temos no ano de 2005 para 2006 a criação de um Fórum, face a crise da Saúde no Rio de Janeiro. No ano de 2009 torna-se Fórum de Saúde do Rio de Janeiro.O Projeto de Extensão Pela Saúde em contato com os trabalhadores e usuários do SUS através de assessorias, de rodas de conversa, de aulas públicas se coloca em conexão com o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro,a relação se dá desde o início, porém o relato aqui se estabelece no tempo de 2015 até me 2017, tempo relacionado a permanência da autora do relatório como extensionista no Projeto de Extensão Pela Saúde da UERJ, contando a articulação com o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro (FSRJ). Nós compreendemos a luta pelo SUS, como uma luta perene, visto a exigência de se manter em luta constante pelo Sistema Único de Saúde, a experiência do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro especificamente tem por volta de 14 anos(2005-2019) e como podemos observar, a experiência com o Projeto de Extensão Pela Saúde tem datado desde o início da construção do FSRJ. O Projeto de Extensão Pela Saúde se manteve nessa órbita de compreender o controle social em consonância com o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, sendo participe em Conferências de Saúde (desde distritais até a Nacional), bem como no enfrentamento de processos privatizantes do SUS no município do Rio de Janeiro, como a municipalização de hospitais, como a denúncia do sucateamento do Hospital Universitário Pedro Ernesto, dentre variadas ações como a construção de um Encontro Popular em Manguinhos bastante profícuo e interessante para a comunidade local se achegar mais no que tange ao controle social do SUS. Os objetivos do projeto de extensão se dão bem categoricamente na interlocução com os demais pares extramuros da Universidade, se colocando à disposição para além da comunidade acadêmica e científica, colocando a cara de povo, dando um viés de conexão com outros atores sociais, fora a Universidade e se posicionando ao lado do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, que é um espaço de luta extremamente importante no cenário do Rio de Janeiro, especificamente na luta pelo SUS.A nossa experiência e resultado se dá com a articulação de vários movimentos sociais, configurando assim o nosso espaço como suprapartidário e que consegue pactuar as nossas bandeiras por método de consenso. O resultado dessa articulação se dá no cotidiano das denúncias, das ocupações, ocupação esta que ocorreu em 2016, está ocupação se deu após tal declaração: “ A articulação foi organizada após ações do governo interino de Michel Temer e declarações do ministro interino da Saúde, o engenheiro Ricardo Barros (PP-PR), que, em sua primeira entrevista após assumir a pasta, afirmou que o Estado não conseguirá manter direitos garantidos pela Constituição e que ‘quanto mais gente puder ter planos, melhor’ " .Esse movimento se desdobrou em um movimento chamado “nenhum serviço de saúde a menos”, que é um movimento importante na interlocução com o Fórum de Saúde do Rio de Janeiro, que o Projeto de Extensão Pela Saúde se dispõe a articular em conjunto. Enfim, o Projeto é um importante caminho na formação de potentes articuladores na construção do SUS que desejamos, a autora deste resumo é militante orgânica do Fórum de Saúde do Rio Janeiro, desde 2017, a sua saída do Projeto, ela passou a participar de todo o movimento de luta do Fórum de Saúde do Rio de Janeiro.Dentro de nossa trajetória podemos tirar diversos aprendizados, como irmos as ruas lutar por mais direitos, se manter articulado e organizado gera um impacto social muito interessante e importante. Como por exemplo, podemos destacar a parceria da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a UERJ, como seu projeto de Políticas Públicas Pela Saúde em contato com os integrantes do Fórum de Saúde podemos perceber a circularidade dos saberes. Compreendermos os ataques e as criminalizações do presente, com os passos da luta histórica da Reforma Sanitária, entendendo que existem dois projetos em disputa dentro da saúde, o da Reforma Sanitária e o Privatista (Bravo e Mattos, 2001), com isso o presente resumo salienta para além da importância dos movimentos sociais na luta pelo modelo da Reforma Sanitária, assim como sua conexão com o Projeto de Extensão Pela Saúde da UERJ, pois com esse processo de diálogo da Universidade e a rua, enriquece muito as lutas que encampamos em prol do SUS e essa interlocução é algo que faz com que reflitamos o papel social da Universidade Pública na contemporaneidade, com ataques cada vez mais severos ao bem público, pois estamos vivendo sob a égide da negação do conhecimento. A nossa defesa é de um SUS 100% estatal, universal, público, integral e de qualidade.
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