28/09/2019 - 15:00 - 16:30 CB-5A - GT 5 - As interfaces entre os Movimentos Sociais e o Sistema Único de Saúde: legitimidade, defesa e construção do direito à saúde-comunicação breve 1 |
31269 - SAÚDE COLETIVA E TRABALHO COM GRUPOS: DIÁLOGO COM MOVIMENTO HIP HOP JOSÉ LUCAS SOARES DE ARAÚJO - UFPI, ANA ESTER MARIA MELO MOREIRA - UFPI, THALIA ARIADNE PENÃ ARAGÃO - UFPI, KEROLAYNE DE CASTRO FONTENELE - UFPI
O presente trabalho objetiva apresentar a experiência do Estágio Profissional I em Saúde Coletiva desenvolvida no curso de Psicologia da Universidade Federal do Piauí (UFPI) no contexto da Atenção Básica em Saúde (ABS) diálogo com os movimentos sociais e a luta pelo direito à saúde. As atividades desempenhadas nessa experiência estão voltadas para o fazer na saúde coletiva considerando o trabalho com grupo e com os movimentos sociais em saúde. Esta experiência se ancora nos pressupostos epistemológicos e teóricos da saúde coletiva partindo que está trabalha com os de processo de emancipação humana e com a transformação social junto a movimentos sociais em saúde. A saúde coletiva surge na América Latina buscando superar uma leitura biomédica do campo da saúde. Portanto, é uma área de conhecimento que preserva em suas ações essa integração com os movimentos sociais em saúde e com a luta pelo direito à saúde. Desta forma, objetiva-se neste trabalho refletir sobre a atuação na atenção básica na perspectiva de trabalho com grupos no diálogo com os movimentos sociais. Logo, emerge o diálogo entre educação e saúde através da atenção básica buscando o trabalho com juventude em situação de vulnerabilidade através do movimento hip-hop. A metodologia se ancorou na abordagem qualitativa com ênfase na observação participante que inscreve numa abordagem de observação etnográfica no qual o observador participa ativamente a realidade e atua de forma integrada com a comunidade no qual está inserido. Nesse perspectiva, consideramos que o processo sistemático de observar, detalhar, descrever, documentar e analisar uma cultura é essencial para a compreensão da mesma. Utilizamos deste método para desenvolver o processo de sistematização da inserção e facilitação na comunidade, buscando compreender a juventude e a determinação social da saúde. Desenvolvemos uma atividade articulou-se com o movimento hip-hop da cidade e a escola para a realização de duas oficinas, são elas: a primeira com o slam das mina, grupo de mulheres que fazem poesia de rua abordando temas como violência de gênero, machismo e feminismo; e a segunda a oficina de breakdance. Como análise e discussão dos resultados que o trabalho com grupo permitiu compreender a determinação social da saúde atravessando a comunidade e a juventude pela pobreza, questões ligadas ao crime, drogas e a violência de gênero. O desafio era justamente mostrar, criar perspectivas de vida diferentes das oferecidas pelo território que potencializam a vida, emancipação humana e a transformação social. O resultado as oficinas permitiram problematizarem o lugar do pobre, do negro e da mulher na sociedade a partir da linguagem da arte. O Hip-Hop atuou como mediador para alcançarmos o universo simbólico dos adolescentes. Entretanto deve-se destacar que tal processo não foi isento de desafios como o diálogo entre saúde coletiva – grupos e movimento sociais em saúde pois envolveram-se diversos atores para traçar um plano comum. Esse encontro permitiu catalisar os processos de ressignificação da pobreza e da violência e ampliar as formas de resistência para afirmar os múltiplos devires da juventude negra de um bairro periférico. Compreendemos que a saúde coletiva atuando junto aos movimentos sociais em saúde tem potencial de transformar a vida dos sujeitos e da sociedade buscando novas formas de resistência e novos modos de existir.
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