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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 15:00 - 16:30
CB-5B - GT 5 - As interfaces entre os Movimentos Sociais e o Sistema Único de Saúde: legitimidade, defesa e construção do direito à saúde-comunicação breve 2

31293 - CAPITAL SOCIAL: ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO E FORTALECIMENTO COMUNITÁRIO EM SAÚDE
SEBASTIÃO ALVES DE SOUZA FILHO - UFJF, HELENA DE OLIVEIRA - UFJF


O Sistema Único de Saúde Brasileiro (SUS), originado do movimento de redemocratização do país, e criado a partir da Constituição de 1988, reforça a necessidade de participação efetiva de todos os cidadãos para planejamento, organização, operação e controle desse sistema, para garantir o acesso universal à saúde da população. Essa Participação Social popular é garantida na Carta Magna e constitui a primeira política pública no Brasil como um de seus princípios. O objetivo maior desta pesquisa foi realizar um diagnóstico do Capital Social (CS) da população adscrita à equipe de saúde da família (ESF) de número 56, no bairro Filgueiras, em suas diferentes microáreas, contextualizar os resultados encontrados à luz do conceito ampliado de saúde e suas implicações na saúde comunitária, observando-se os pressupostos do SUS e a ESF, e propor estratégias de intervenção visando ao empoderamento e fortalecimento comunitário, no enfrentamento de iniquidades em saúde. Utilizou-se na metodologia, revisão referente a CS e Saúde, aplicou-se o Questionário Integrado de Medir Capital Social (QIMCS), para se avaliar quantitativamente as seis dimensões do CS na referida comunidade: grupos/redes; confiança/solidariedade; ação coletiva/cooperação; informação/comunicação; coesão/inclusão social; autoridade/ação política. A população amostral, selecionada nas 05 microáreas adscritas a ESF 56, totalizou 384 pessoas, com 20 anos ou mais Mensurar o CS constituiu uma das categorias adequada para subsidiar essa análise, porque reflete a capacidade de uma comunidade ter acesso aos meios e aos bens que melhorem sua saúde, as relações interpessoais estabelecidas, constituindo importante indicador de determinantes social em saúde. Demarca em que medida as ações coletivas de promoção e prevenção à saúde, os cuidados nos ciclos de vida, o envolvimento dos profissionais com a comunidade contribui – ou não – para a formação de cidadãos ativos, empoderados de si, capazes de reivindicar direitos e entender a corresponsabilidade pela qualidade dos serviços de saúde prestados. Nos resultados sociodemográficos obtidos do QIMCS destacou-se participação feminina (69%), faixa etária 21-59 anos (73,2%), escolaridade predominante ensino fundamental (62,7%) apenas 9,1% superior. Predominou grupo familiar (74,5%) na constituição de Redes e Grupos, determinando CS estrutural inadequado, formado por redes de laços fortes, pouco diversificado, restrito ao ambiente, sem potência de criar estoques de CS de ponte e de ligação. Identificou-se desconfiança no ambiente comunitário local, quanto a dirigentes políticos (96,7%), refletindo baixa participação social e imobilização na busca por recursos na esfera pública, ausência de mobilidade social, baixa qualidade de vida, ausência de benefícios à saúde e participação comunitária. A fonte de informação comunitária se restringe à família (49%), 50,8% a TV e 41,8% Internet. Há baixos níveis de socialização, com apenas 30,5% em companhia e convivência mútua, em troca saudável de opiniões e visões de mundo. Assim, consolidaram os objetivos específicos de identificar as lacunas existentes na comunidade e evidenciar as fortalezas e fragilidades quantificadas pelo instrumento de mensurar CS, carecendo de um diálogo sobre participação social e promoção da saúde, controle social no SUS e fora dele; dadas as dimensões do CS encontradas na pesquisa. Os dados confirmaram a premissa de que apesar de existir a ESF em uma Unidade Básica de Saúde há quase 20 anos, predomina a inércia, estagnação e ausência de participação social, tornando-se um imenso desafio. Os “sujeitos coletivos” parecem ausentes, ou adormecidos, inertes à luta por melhores condições de saúde. É premente a participação popular e o controle social como forma de adequar os serviços públicos de saúde oferecidos – via ESF – às necessidades da população atendida, bem como a escuta e o diálogo entre membros da equipe e da comunidade, para melhor compreender a realidade vivenciada e ampliar o sentido das ações, em um real espaço de sociabilidade e politização de usuários, trabalhadores e gestores. Os resultados e as conclusões confirmaram que o conceito/estratégia de empoderamento social, ao reconhecer o caráter relacional do poder e da iniquidade na distribuição de recursos na sociedade, contribui para a (re)politização do debate sociossanitário, implementando uma contribuição para propostas de mudança do status quo. Concluiu-se que é possível prestar serviços que previnam a doença, que curem e reabilitem, na comunidade adstrita e no Brasil, visando a contribuir para o aumento da capacidade reflexiva e de intervenção de diferentes sujeitos sobre o social. Constituir cidadãos reflexivos, conscientes de seu direito e portadores do “direito a ter direitos” permite ampliar a capacidade de intervenção de diferentes sujeitos sobre o social, minimizando os múltiplos determinantes do processo saúde/doença.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

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