30/09/2019 - 13:30 - 15:00 EO-5E - GT 5 - As interfaces entre os Movimentos Sociais e o Sistema Único de Saúde: legitimidade, defesa e construção do direito à saúde-exposição oral 3 |
30011 - AGENDA JOVEM FIOCRUZ: PROMOVENDO INTERFACE ENTRE JUVENTUDE E SAÚDE COMO CAMPOS DE CONHECIMENTO E DE AÇÃO POLÍTICA ANDRÉ LUIZ DA SILVA SOBRINHO - FIOCRUZ, LUCIANE FERRARETO - FIOCRUZ, JOSÉ LEONÍDIO MADUREIRA DE SOUSA SANTOS - FIOCRUZ
CONTEXTUALIZAÇÃO: Desde o início dos anos 2000 houve um acúmulo político e conceitual sobre a condição juvenil contemporânea no contexto brasileiro. Construíram esse acúmulo: i) Pesquisas acadêmicas de universidades, de organizações da sociedade civil e da cooperação internacional; ii) a criação de institucionalidades no âmbito das políticas públicas nacionais (Secretaria e Conselho Nacional de Juventude); iii) realização de três conferências nacionais de juventude (2008, 2011, 2015); iv) os inúmeros projetos e atividades de mobilização e participação social de movimentos sociais, ONGs, grupos e coletivos da sociedade civil. Essas iniciativas conformaram processos e atores no que se convencionou chamar de um “campo de juventude”. A formulação teórico-política deste campo colaborou para pautar a situação dos jovens brasileiros numa agenda pública.
DESCRIÇÃO: No âmbito da Presidência da Fundação, a Agenda Jovem Fiocruz é uma proposta de integração entre as Unidades Técnico-Científicas que atuam com jovens, de fortalecimento de ações e diálogo interno e externo sobre Políticas Públicas de Juventude. Uma de suas estratégias é a interlocução com movimentos, grupos e organizações juvenis, apoiando ações de mobilização e formação que visem amplificar a luta pelos direitos da juventude brasileira com enfoque na saúde. Dentre as ações destacam-se: i) Seminários e encontros temáticos envolvendo coletivos de jovens ativistas e profissionais de saúde ; ii) Vivências no âmbito do SUS; iii) Produção de materiais educativos e de comunicação.
PERÍODO DE REALIZAÇÃO: 2015 -2021
OBJETIVO: Promover interlocução estratégica entre os campos da Juventude e o da Saúde como áreas de conhecimento e de ação política.
RESULTADOS: Destacamos os principais resultados: i) Promoção de diálogo intergeracional entre jovens, ativistas e profissionais de saúde; ii) Elaboração compartilhada de documentos institucionais de referência sobre juventude e saúde junto aos movimentos sociais; ii) Sistematização e compartilhamento de experiências e temas relevantes que colaboram em agendas de pesquisa e na qualificação de práticas institucionais; iii) Jovens ativistas em direitos humanos mobilizados em torno da defesa pelo direito à saúde.
ANÁLISE: Há muitas disputas de concepções e práticas situadas no "campo de juventude". Desde as mais clássicas que definem os jovens apenas como sujeitos em formação às mais progressistas que buscam afirmar direitos, valorizando a ideia de experimentação e autonomia. Tais concepções em disputa orientam práticas e políticas, intensificam o debate sobre como as instituições se colocam em sintonia com as demandas geracionais desse segmento e oferecem (ou não) suporte em suas trajetórias. Para o campo da saúde o tema juventude emerge principalmente devido ao quadro epidemiológico: Temas relacionados as diversas formas de vulnerabilidades e violências, saúde sexual e reprodutiva com enfoque em gravidez e IST’s, uso abusivo de álcool e outras drogas, impactam nas políticas, programas e serviços em saúde dirigidos aos jovens brasileiros/as. Outros setores como o trabalho, educação, moradia, participação social ou segurança pública incidem nas condições de vida e saúde da juventude. No entanto, para além dos dados epidemiológicos, no momento contemporâneo global em que é preciso reafirmar uma cultura de direitos, a interface jovens e saúde sugere o estímulo às novas gerações na defesa do direito à saúde. Nesse sentido, os espaços abertos de interlocução devem colaborar na construção de unidades programáticas, consensos provisórios frente a suposta fragmentação das lutas políticas contemporâneas. Os diálogos estabelecidos no âmbito das atividades de mobilização e formação da Agenda Jovem em parceria com os Movimentos Sociais tem apreendido que há convergências de pautas na medida em que se valoriza o acúmulo político e conceitual da histórica construção do SUS em linha com a contemporaneidade com que os sujeitos jovens vem apresentando outras pautas ao campo da saúde.
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