28/09/2019 - 13:30 - 15:00 EO/CB -17A - GT 17 - Iniquidades em Saúde: Determinantes ou Determinação Social |
30745 - PERFIL SOCIAL DOS PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL MILITAR LOCALIZADO NO RIO DE JANEIRO CLARICE CARDOSO FERNANDES - CORPO DE BOMBEIRO MILITAR DO RIO DE JANEIRO
Contextualização: O hospital em tela, localizado na cidade do Rio de Janeiro, oferece atendimento a militares e seus familiares (dependentes ou pensionistas). Trata-se de um hospital geral com leitos de enfermaria, centro de terapia intensiva, maternidade e pediatria. O hospital recebe usuários de todo o Estado, e foi verificado pela equipe de Serviço Social a necessidade de conhecer o perfil dos pacientes e compreender melhor esta demanda que é tão heterogênea, para poder traçar melhores planos de intervenção sobre a realidade da população que utiliza os serviços.
Descrição: A partir dos atendimentos realizados pelo Serviço Social foram coletadas e sistematizadas informações a fim de criar um perfil social que inclui indicadores como sexo, raça, faixa etária, local de moradia, período de internação. A principio foram atendidos 100% dos pacientes internados na instituição no período citado.
Período de realização: Período compreendido entre 1 de Outubro de 2016 e 28 de Fevereiro de 2017
Objetivo: Os serviços de saúde, sobretudo hospitalar, possuem a assistência voltada ao indivíduo e centrada na cura e tratamento de doenças. É importante que mesmo na atenção terciária, tenha-se um olhar para outros aspectos que possam contribuir para conhecer o usuário além das informações clínicas. Neste sentido, consideramos a importância de levantar o perfil social desses pacientes internados e poder acessar alguns determinantes da saúde, criando subsídios para compreensão de seu processo saúde-doença. Captar a dinâmica das relações sociais em um ambiente hospitalar é um desafio, mas é importante ir além do modelo biomédico predominante no ambiente hospitalar e considerar o indivíduo como um todo, em sua interação com o meio social.
Aprendizado: O ambiente hospitalar tem muito a nos revelar. São histórias de vida, conflitos, abandonos, determinantes sociais, econômicos, vindos de pacientes que por um período vivem neste ambiente – pois é isto, estar internado significa “morar”, “viver”, por um tempo fora de seu lar. Captar a dinâmica dessas relações vai muito além de coletar informações estatísticas, porém é um passo que auxilia no subsídio ao atendimento e qualidade do serviço.
Análise crítica: Foram contabilizadas 759 internações nos 4 meses de registro, sendo 346 do sexo feminino e 413 do sexo masculino. Trata-se de uma corporação militar, majoritariamente masculina, porém, os usuários do serviço analisados apresentam um equilibrio quanto ao sexo, devido o direito dos familiares utilizarem o serviço; este dado corrobora com o quantitativo de internação de dependentes que foi superior ao de militares, 380 e 350, respectivamente. Quanto à cor/raça, foram contabilizadas 321 brancos, 300 pardos e 137 pretos, nota-se então, que o número de não-brancos (437) foi superior à de brancos. Outro dado importante é que houveram 205 reinternações no período ( pacientes que internaram novamente em menos de 12 meses) o que nos coloca em atenção quanto à efetividade do tratamento ambulatorial ou mesmo da internação.
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