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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-17A - GT 17 - Gêero,Iiniquidades e Saúde Mental

29212 - A PSICODINÂMICA DO TRABALHO EM SAÚDE MENTAL DE PROFISSIONAIS DE UM HOSPITAL MUNICIPAL DE GOIÁS
IONE SILVA BARROS - IFG, JOAQUIM PEDRO RIBEIRO VASCONCELOS - IFG, VITÓRIA DURÃES VARGAS - IFG, FERNANDA OLIVEIRA SILVA - IFG, MICAELA DE SOUSA BARBOSA - IFG, DENISE RODRIGUES DOS SANTOS - IFG


INTRODUÇÃO
Ferraz (2008) elucida o cenário do trabalhador de saúde, com filas de espera intermináveis, muitas vezes superiores há um ano para tratamento cirúrgico de qualquer doença, estando comprometidas os atos cirúrgicos de alta complexidade por absoluta falta de condições de atendimento e de equipamentos, medicamentos essenciais e disponibilidade de leitos de terapia intensiva para suporte a pacientes graves. Uma característica importante é que a psicodinâmica do trabalho visa ao coletivo de trabalho e não aos indivíduos isoladamente. (JACQUES, 2003).
Diante disso a necessidade de investigar a dinâmica do trabalho em profundidade desses trabalhadores responsáveis pelo cuidado em hospitais de urgência e emergência, principalmente, em âmbito municipal onde se apresenta um cenário de caos para o trabalhador da saúde.
A partir dessa problemática que esse estudo buscou compreender as experiências e vivências dos trabalhadores de um hospital municipal em Goiás, no que se refere ao cotidiano laboral e as situações de adoecimento mental, cortejando no contexto estudado elementos desencadeadores de problemas psicológicos.
METODOLOGIA
Com intuito de compreender o contexto da instituição de saúde participante do estudo, no que tange a psicodinâmica do trabalho, identificando também os fatores presentes no trabalho que afetam a saúde psicológica dos trabalhadores foi utilizada a metodologia qualitativa, cujo propósito de escuta dos anseios dos participantes relacionados ao trabalho e a organização. Para o levantamento das informações foram realizadas entrevistas semiestruturadas e conversas informais, além da observação participante do local de trabalho.
Dessa maneira, há na verdade, uma exploração das opiniões e das representações sociais apresentadas com intuito de se ter uma amostra do ponto de vista dos indivíduos. Assim sendo, foram realizadas vinte e uma (21) entrevistas semiestruturadas com diferentes atores sociais todos vinculados ao hospital municipal situado no Estado de Goiás e entorno do Distrito Federal. Os participantes dessa pesquisa foram profissionais que trabalhavam no turno diurno, sem escolha de categoria profissional,
RESULTADOS
Em decorrência da imersão no contexto de trabalho desses profissionais, aproximadamente de um mês. Foi percebido que os profissionais manifestaram uma série de problemas psíquicos e sociais que se relacionavam com a sua presença naquele ambiente de trabalho. Embora esse estudo destaca que somente uma abordagem mais duradoura qualitativa e com uma equipe multiprofissional poderá afirmar essa premissa e intervir nesse contexto.
Uma observação encontrada no campo foi que muitos dos entrevistados faziam o uso de medicamentos, devido ao intenso estresse que eram submetidos em suas diversas categorias profissionais.
Um dos elementos encontrado como fator estressor no trabalho foram os problemas de convívio entre os profissionais, sendo que esse elemento pode acarretar o surgimento de doenças mentais, além de provocar cotidianamente desconforto no local de trabalho.
Uma questão importante de se destacar nesse relato se relaciona com as relações de poder presente nas instituições de saúde. A enfermeira só acha ruim sua relação com significantemente quem é superior a ela em um ambiente hospitalar, no caso a classe médica, pois as outras classes que estão abaixo dela desempenhando o trabalho ela não percebe esse seu mal tratamento com o outro.
A insalubridade e falta de equipamentos são problema recorrentes na instituição, tendo uma certa gravidade, pois afeta não só a população que está sendo atendida, mas também atingem os trabalhadores desencadeando a ampliação dos riscos ao adoecimento mental.
A falta de organização do trabalho, também foi um elemento identificado como fator estressante no contexto estudado. Esse fator influência de modo significativo o adoecimento mental dos profissionais. A má organização das tarefas, desencadeada muita das vezes pela ausência de profissionais, haja vista que a demanda é maior do que o quadro profissional existente.
Por fim, as narrativas apontam o uso abusivo de bebidas alcoólicas, medicamentos tarja preta e cigarros para amenização do sofrimento causado pelo ambiente de trabalho hospitalar.
CONCLUSÕES/CONSIDERAÇÕES
A saúde mental dos profissionais participantes é completamente afetada pelo contexto de trabalho onde estão inseridos. Isso pode acarretar problemas como o estresse, a depressão e a ansiedade. Os sujeitos contaram suas histórias profissionais, suas opiniões sobre saúde mental, dificuldades sociais no ambiente de trabalho sendo esse local, para alguns, marcado pelo preconceito e desvalorização profissional. Tudo isso esses trabalhadores enfrentam cotidianamente.

REFERÊNCIAS
FERRAZ, E. M. O caos no atendimento do sistema único de saúde. Rev. Col. Bras. Cir. Vol. 35 - nº 5: 280-281, 2008.
JACQUES, M. G. C. Abordagens teórico-metodológicas em saúde/ doença mental e trabalho. Psicologia & Sociedade, 15 (1), 97-116, 2003.

local do evento

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