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Grupos Temáticos

30/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-17A - GT 17 - Gêero,Iiniquidades e Saúde Mental

31418 - CONCEPÇÕES DE GESTORES E PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE UM DISTRITO SANITÁRIO DE SALVADOR/BAHIA SOBRE O SUICÍDIO E AS CONTRIBUIÇÕES DA ATUAÇÃO EM REDE DE ATENÇÃO
DENIZ REIS DOS SANTOS MENEZES - DO INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA, MARCELO EDUARDO PFEIFFER CASTELLANOS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA


INTRODUÇÃO: O suicídio é um fenômeno complexo, considerado um sério problema de saúde pública, pois estima-se que cerca de 800 mil pessoas se suicidam no mundo anualmente. Há ainda uma estimativa de que, a cada morte consumada por suicídio em adultos, ocorram 20 tentativas de suicídio. Nas Américas, segundo dados da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS, 2014), 65.000 pessoas se suicidam por ano e esta é a terceira causa de morte no grupo entre 20 e 24 anos, a quarta nos grupos com idades de 10 a 19 e 25 a 44 anos. A população com idade acima de 70 anos apresenta a mais alta taxa de suicídios. A OMS adota o conceito que este fenômeno é multifatorial, sendo o resultado da interação de fatores de ordem biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais (OMS, 2000). Nunes (2002), ao falar da complexidade do conceito de adoecimento mental, enfatiza a importância de se considerar os determinantes sociais neste contexto. Estudos ressaltam que medidas de austeridade, reduções de gastos em políticas sociais, implementadas em países em contexto de crise, causaram vários impactos nestas sociedades. A crise possibilita o empobrecimento da população, o aumento do desemprego, a perda da qualidade de vida, maior sofrimento psíquico, aumento de ansiedade, depressão e, em casos mais graves, de suicídio (Vieira 2016). As ações propostas na Agenda de Ações Estratégicas para a Vigilância e Prevenção do Suicídio e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde para o período de 2017 a 2020 apontam para a corresponsabilidade do cuidado e a articulação em Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). OBJETIVO: Identificar a visão dos coordenadores e representantes dos serviços da RAPS de um distrito sanitário de Salvador, Bahia, sobre o fenômeno do suicídio e as contribuições da rede na atuação sobre esse fenômeno. METODOLOGIA: Este estudo assumiu uma abordagem qualitativa (Minayo, 2002). A população foi composta dos gestores e profissionais representantes dos dispositivos que compõem a Rede de Atenção Psicossocial de um Distrito Sanitário de Salvador. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram as entrevistas semiestruturadas aplicadas aos gestores e a técnica de grupo focal aplicada aos integrantes do Grupo de Trabalho da RAPS. Procedeu-se a Análise Temática de Conteúdo com auxílio do software NVIVO 12. RESULTADOS: Foram encontradas duas concepções principais sobre o suicídio: Uma primeira, marcadamente biomédica que se desdobrou em dois sentidos: 1) delimitação do suicídio na dimensão individual e particular das pessoas, apoiando-se em uma perspectiva psicopatológica desse evento; 2) delimitação multicausal que considera múltiplas e complexas determinações. Uma segunda, que aborda o suicídio como fenômeno social, também que se desdobrou em dois sentidos:1) uma que considerou a importância das dinâmicas e relações sociais; 2) outra que considerou o papel das desigualdades sociais nesta análise. Foram citadas duas contribuições da RAPS na atenção aos casos de suicídio: Ao comparar gestores e profissionais, a segunda categoria mencionou, prioritariamente, que a contribuição mais relevante da RAPS é ofertar atenção contínua e integral a partir dos diversos dispositivos. A segunda contribuição da RAPS: melhorar a qualidade da atenção na perspectiva multiprofissional, foi referida apenas por gestores. Foram encontradas entre gestores e profissionais diferentes concepções sobre rede: organização hierarquizada da atenção, organização poliárquica e atenção organizada no território. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A atenção aos casos de tentativa de suicídio pressupõe a construção de linha de cuidado com definição clara de fluxos e responsabilidades, além da desestigmatização do fenômeno e sensibilização dos profissionais. Esta proposta direciona para uma corresponsabilidade do cuidado articulado em rede de atenção envolvendo tanto a saúde quanto recursos e estratégias intersetoriais. Organizar o cuidado em Saúde Mental exige um esforço de articulação entre os diversos dispositivos para proporcionar a integralidade no cuidado. PALAVRAS CHAVES: SUICÍDIO, REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL, SAÚDE MENTAL

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