29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-8H - GT 8 - Cuidado, responsabilidade coletiva e injustiça: O que estamos fazendo |
30084 - INTEGRALIDADE E CUIDADO EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA ARTICULAÇÃO DA ATENÇÃO HOSPITALAR E ATENÇÃO BÁSICA NO CUIDADO A FERIDAS
RAYEGNE ALVES DOS SANTOS MENDES - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, THALYNE YURI ARAÚJO FARIAS DIAS - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, CLARISSA GOMES DE ARAÚJO - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, AMANDA GABRIELE MONTEIRO NUNES - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, MAURA VANESSA SILVA SOBREIRA - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, VANESSA DIAS DE ARAÚJO BARRETO - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ, SEBASTIÃO CAIO DOS SANTOS DANTAS - HOSPITAL REGIONAL DO SERIDÓ
CONTEXTUALIZAÇÃO: Em consonância com a prerrogativa de integralidade, eixo transversal do cuidado em saúde, entende-se que o cuidado com lesões de pele, na atenção primária em saúde, vai além de um mero procedimento, pois é visto como porta de entrada para que o profissional possa conhecer o usuário e identificar suas necessidades, a fim de prestar cuidado qualificado, efetivo e integral. No Brasil, estudos apontam a falta de sistematização da assistência ao usuário com lesões de pele, principalmente quando se trata de úlceras venosas na atenção básica, o que pode implicar aos usuários em relação ao tempo de cicatrização, refletindo em sua qualidade de vida e ainda onerando financeiramente o sistema público de saúde com repetidas internações e gastos desnecessários. DESCRIÇÃO: As mudanças na gestão estadual no Rio Grande do Norte em 2019, possibilitaram uma nova visão de gerência do Hospital Regional do Seridó (HRS), localizado em Caicó. Considerando a demanda alta de pacientes com necessidade de curativos; necessidade de padronização de procedimentos e estabelecimento de cuidados horizontais; de continuidade de cuidado da atenção básica, foi proposto no colegiado gestor hospitalar, o projeto de implantação da Comissão de Pele. PERÍODO DE REALIZAÇÃO: Os estudos para construção e implantação da Comissão de Pele foram realizadas no primeiro o quadrimestre de 2019. OBJETIVOS: Relatar a experiência da implantação da comissão de pele no HRS e a articulação com a atenção básica na continuidade de cuidados. RESULTADOS: Sabe-se que os cuidados com a pele promovidos pelas Comissões de Pele (CP) são atualmente um trabalho de caráter contínuo, que promove a autonomia da enfermagem e permite a atuação do profissional de forma preventiva, diagnóstica e curativa no tratamento das lesões de pele. Nesse sentido, as ações da comissão de pele vão além das técnicas curativas de feridas e lesões complexas, a comissão tem por universo desde a avaliação inicial de prevenção quando observados fatores de risco (através de estratégias específicas), indo até a efetiva aplicação de práticas assistências de fato. Concomitantemente a CP do HRS atua em alinhamento com o Núcleo de Segurança do Paciente, e com o Núcleo de Educação Permanente. Assim foram programadas oficinas de capacitação em cuidados com a pele, voltadas para os profissionais de enfermagem da atenção básica e da atenção hospitalar. Ao mesmo tempo foi definida a equipe integrante da comissão de pele composta por 4 técnicos de enfermagem e 2 enfermeiras, mas com proposta de ampliação para uma equipe multiprofissional. A comissão de pele passa a atuar diariamente, realizando os curativos mais complexos e fazendo as devidas orientações aos profissionais plantonistas todos os dias, permitindo assim um compartilhamento de saberes. Os pacientes acompanhados pela comissão de pele são cadastrados e recebem os cuidados da equipe com os devidos registros, permitindo assim o acompanhamento da evolução do tratamento. Não obstante, os demais profissionais de enfermagem continuam a realizar os tratamentos e cuidados com a pele, podendo solicitar parecer e esclarecer dúvidas com a equipe a qualquer tempo. Ao final do tratamento hospitalar, o paciente recebe um parecer da comissão de pele e seu encaminhamento a unidade de atenção básica de referência, através do contato com a unidade de referência, assim como também o envio das devidas orientações referentes ao cuidado oferecido e ao cuidado doravante realizado. Os registros e o feedback com os profissionais da atenção básica permitiram que fossem observados os avanços e conquistas do trabalho de integração entre os níveis de saúde. APRENDIZADOS: A capacitação contínua dos profissionais da unidade hospitalar assim como da atenção básica, permite um melhor desempenho nas ações de educação permanente e integrando o ensino-serviço. Foi observado uma melhora mais rápida no tratamento de feridas complexas, e uma adesão dos profissionais aos tratamentos e métodos indicados pela comissão. Assim como uma continuidade de forma eficaz no tratamento de feridas dos pacientes liberados de alta hospitalar, e que continuaram os cuidados nas unidades de atenção básica. ANÁLISE CRÍTICA: Ressalta-se a importância da implantação da comissão de pele, trabalhando de forma integrada com as unidades de atenção básica, uma vez que as ações de prevenção de lesões de pele, concomitantes as ações curativas realizadas de forma padronizada, racionalizadas e contínua, trarão resultados satisfatórios tanto do ponto de vista médico, como do ponto de vista financeiro, levando em conta que os tratamentos bem-sucedidos permitem a redução de tempo de internação hospitalar, bem com a redução da necessidade de procedimentos de alto custo, assim como o retorno do paciente mais rápido a sociedade e atividades laborais.
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