Clique para visualizar os Anais!



Certificados disponíveis. Clique para acessar a área de impressão!

Associe-se aqui!

Grupos Temáticos

29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-8H - GT 8 - Cuidado, responsabilidade coletiva e injustiça: O que estamos fazendo

31296 - ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SAÚDE COLETIVA: CONTRIBUIÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE UM PROFISSIONAL IMPLICADO COM A DEFESA DA VIDA.
ELISETE CASOTTI - UFF, MÔNICA VILLELA GOUVÊA - UFF, ANDREA NEIVA - UFF, MARCOS ALBUQUERQUE DE SENA - UFF, DEISON LUCIETTO - UFF, MICHELLE CECILLE - UFF, LUIZ CARLOS HUBNER - UFF


Os estágios são lugares de desenvolvimento e amadurecimento do saber-fazer necessários para autonomia do professional, frente às práticas de saúde do cotidiano (Marran, Lima, & Bagnato, 2015). No entanto, nos desenhos tradicionais de estágios em serviços de saúde, as variantes mais comuns são: os alunos são lotados nas unidades para adensarem (ainda mais) o aspecto clínico da formação biomédica ou são levados para conhecerem os serviços, sem qualquer envolvimento ou responsabilidade com a realidade da unidade. Essas práticas reforçam a percepção de que as unidades são meros espaços para praticar ou “locais onde se podem observar profissionais de saúde atuando e pacientes pobres” (Silva Junior et al., 1996). No curso de odontologia da Universidade Federal Fluminense, desde 2013, o campo da saúde coletiva está organizado com três disciplinas teórico práticas e dois estágios supervisionados em saúde coletiva (ESC I e II), estes dispostos no último ano do curso com carga horária de 4 h/semana. O ESC I promove a vivência dos alunos com equipes da Estratégia Saúde da Família e Equipes do Consultório na Rua, envolvendo 19 unidades e 20 preceptores. O ESC II, tem foco na gestão dos serviços/ áreas técnicas e na rede de atenção de média e alta complexidade em saúde bucal, contando com 08 unidades, 05 espaços de gestão e 15 preceptores. Para cada estágio, há objetivos de aprendizagem definidos e produtos a serem elaborados pelos estudantes. Nesse processo, participam os gestores das redes na organização e pactuação do desenho das atividades; os preceptores que aceitam receber e orientar os alunos na unidade de saúde; e os docentes que ajudam a estruturar o fazer preceptor e acompanham o desenvolvimento das atividades de forma programada. A presença dos estudantes nas unidades, por sua vez, é a oportunidade pedagógica oferecida para que compreendam a organização dos seviços, experimentem e reflitam sobre o mundo do trabalho. O ESC, nesse modelo, teve início no ano de 2017 e está em curso. O objetivo é apresentar a experiência de organização dos estágios supervisionados em saúde coletiva do curso de odontologia. Os ESC foram estruturados com o objetivo de garantir ao aluno a vivência do mundo do trabalho na rede SUS e a reflexão sobre as diferentes dimensões que o envolvem (modelo de assistência, organização do trabalho na unidade, trabalho em equipe, território, rede, gestão). No desenho dos ESC, foram etapas fundantes: a pactuação de plano de trabalho-ensino (universidade-gestão-equipes); identificação dos preceptores; formação e apoio docente aos preceptores e acompanhamento docente programado. Nos estágios há uma alternância entre os momentos de dispersão e os encontros coletivos, presenciais na universidade, chamados momentos de concentração. É central para a disciplina que cada estudante experimente, atue e faça reflexões sobre a realidade dos serviços e das ações de saúde desenvolvidas pela gestão e pelos diversos níveis de atenção do sistema de saúde. Tais experiências são compartilhadas nos momentos de concentração, possibilitando discussões e a ressignificação coletiva de conceitos e pré-conceitos em torno do modelo de prática no SUS. Os conceitos-ferramenta mobilizados para apoiar a inserção e a reflexão das vivências são: taxonomia de necessidades de saúde, projeto terapêutico singular, familiograma, planejamento em saúde e trabalho em equipe. Nas unidades, são estimulados a conhecerem o sistema de informação e de regulação de vagas, a rede de serviços complementares e os protocolos setoriais. Durante as discussões nos encontros avaliativos e respectivos registros no diário de campo dos alunos, observou-se uma permanente referência à participação dos preceptores nas atividades desenvolvidas, demonstrando compreensão do papel compartilhado na formação dos alunos. Por sua vez, a maioria dos alunos referem que a experiência do estágio em saúde coletiva os prepara para lidar com as demandas do campo de forma responsável e ética. Diversas situações oferecidas pelas vivências e apresentadas nos momentos de concentração, foram exploradas como material de ensino e de produção de conhecimento, retroalimentando mudanças e aprimorando o estágio a cada período - indicando que o estágio constitui um momento importante para a construção da identidade profissional. De outro modo, a prática docente requisita um conjunto de saberes que precisa ser permanentemente atualizado e colocado a disposição para interagir com as diferentes situações trazidas pelos preceptores e pelos alunos, situações estas marcadas pelo imprevisto e pela diversidade. Entretanto, preocupa o retrocesso nas políticas públicas que produzem profundos impactos nas condições de trabalho e na motivação dos profissionais, incidindo diretamente sobre a a qualidade da preceptoria dos estudantes; e o crescimento da violência urbana, que tem recrudescido a cada dia e tem restringindo o desenvolvimento de muitas ações.

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

Campus I - Lot. Cidade Universitaria, João Pessoa - PB, 58051-900