29/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-8H - GT 8 - Cuidado, responsabilidade coletiva e injustiça: O que estamos fazendo |
31614 - O PAPEL DOS PROGRAMAS DE RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL EM SAÚDE DIANTE DO SUS, CONSIDERANDO A NOVA ORDEM ECONÔMICA E POLÍTICA VIGENTE NO BRASIL
NICOLE IMACULADA DIAS CALEGARO CALDI - UFJF, DANIELLE TELES DA CRUZ - UFJF
Trata-se de um relato de experiência de uma residente multiprofissional em saúde, sendo discutido sobre o papel dos programas de Residência Multiprofissional em Saúde diante do SUS, considerando a nova ordem econômica e política vigente no Brasil. A conjuntura política e econômica social vivenciada no Brasil com o atual governo traz mudanças nos investimentos em saúde e educação. A Emenda Constitucional n.º 95/2016 um novo Regime Fiscal que implica em um congelamento real das despesas totais do Governo Federal que pressupõe uma redução do gasto público relativamente ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao número de habitantes é discutida ao longo do relato. É destacado que concomitantemente ao atual cenário político e econômico brasileiro, surgem preocupações quanto ao respeito pela cidadania popular, a preservação dos direitos, deveres e responsabilidades, sem distinção de classe, cor, religião ou opção sexual. Ao longo do relato são discutidas as questões sobre a manutenção dos princípios da universalidade e integralidade, bem como a participação popular na gestão do sus. O relato foi realizado no período de março à maio de 2019, tendo como objetivo: compreender qual o papel das residências multiprofissionais em saúde, como ela pode impactar na formação dos profissionais que serão os futuros prestadores de serviço do SUS. Quais os desafios encontrados para os residentes multiprofissionais em se tratando da prática do cuidado pautada na integralidade, humanização e a participação do usuário no auto cuidado e na gestão do sistema único de saúde. Para tanto, a autora discorre sobre o conceito de saúde como direito em uma análise temporal; a nova ordem econômica e política vigente no Brasil e seu impacto para a saúde pública; e o papel do programa de residência multiprofissional no contexto de se fazer saúde sobre a ótica da integralidade. Os resultados levantaram questões sobre o conceito de alienação social, predominância da vontade política e econômica da elite brasileira e a relevância da educação multiprofissional para a formação do futuro profissional do SUS. O aprendizado sobre a temática considerou que as questões de saúde como um direito são fortalecidas com base na educação multiprofissional, com a valorização da integralidade em detrimento do modelo biologicista de saúde vigente. o aluno da residência multiprofissional ao conhecer a relevância da participação da comunidade na gestão do SUS e no autocuidado, aborda os usuários com dinâmicas diferentes, acolhe, humaniza o cuidado, usa de linguagem clara, faze-o sentir-se um pessoa em sua totalidade, não valoriza apenas suas queixas ou seu motivo de hospitalização, mas sobretudo trabalha para sua compreensão sobre mudanças de hábitos de vida. Esclarece-o que ele tem direitos e que todo cuidado que lhe é ofertado é a garantia de seus direitos em saúde que está se pondo em prática. O aluno da residência preocupa-se com o usuário pós alta hospitalar, orientando à continuidade do cuidado nas Unidades Básicas de Saúde, oferece um cuidado integral e longitudinal. Em síntese,esse relato pode esclarecer que diante da conjuntura política atual, a residência multiprofissional vivencia desafios, tal como, a manutenção do modelo biologicista centrada no saber médico, o que influi na integralidade; bem como a luta pelos direitos dos usuários estabelecidos através do Sistema Único de Saúde, que com a política de redução de gastos sob a valorização dos anseios da Elite brasileiro sofre grandes ameaças.
Desse modo, pode-se concluir que o programa de residência multiprofissional é relevante pois, proporciona ao residente conhecimento crítico e reflexivo que irá e impactar em transformações em seu campo de trabalho em busca da integralidade, universalidade e a participação social.
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