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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-35J - GT 35 - Corpo, Gênero, Estigmas: Vulnerabilidades e Proteção Social

30078 - USO INCONSISTENTE DE PRESERVATIVOS, MULTIPLICIDADE DE PARCERIAS E O CONSUMO DE ÁLCOOL E DROGAS POR JOVENS – ASSUNÇÃO DE RISCOS PARA INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS?
THELMA SPINDOLA - UERJ, BARBARA INGENITO DE OLIVEIRA - UERJ, SERGIO CORRÊA MARQUES - UERJ, CRISTIANE MARIA AMORIM COSTA - UERJ, ELIZABETH ROSE COSTA MARTINS - UERJ, AGATHA SOARES DE BARROS DE ARAUJO - UERJ


Introdução - A população jovem, devido as características individuais e comportamento sexual, é considerada um grupo vulnerável às infecções sexualmente transmissíveis (IST). O início precoce da vida sexual, a multiplicidade de parcerias sexuais, o uso descontinuado (ou não uso) do preservativo e a baixa percepção de risco para IST são fatores que contribuem para a vulnerabilidade dos jovens. O conhecimento sobre as IST/HIV/Aids e questões relacionadas à saúde sexual e reprodutiva da população universitária muitas vezes, é ainda incipiente. Os jovens não percebem os riscos a que estão expostos e podem negligenciar a importância de comportamentos protetores, como o uso de preservativos. O preservativo é o método mais conhecido, acessível e eficaz para se prevenir a infecção pelo HIV e outras IST, como a sífilis, a gonorreia e, também, alguns tipos de hepatites. O uso do preservativo, contudo, permanece cercado de mitos e equívocos, corroborando com altas taxas de incidência de IST no público jovem. Sabe-se que em torno de 25% das IST são diagnosticadas em indivíduos com idade inferior a 25 anos. Fatores biológicos, culturais e socioeconômicos são os que mais contribuem para o aumento da incidência das IST, que ocasionam diversos transtornos à vida, comprometendo severamente a saúde sexual e reprodutiva de homens e mulheres. Objetivos - Descrever as condutas sexuais e o uso do preservativo por jovens universitários em seus relacionamentos; Analisar o uso do preservativo pelos universitários na perspectiva da prevenção de Infecções Sexualmente Transmissíveis. Metodologia - Estudo descritivo, qualitativo, realizado no município do Rio de Janeiro, em uma universidade privada. Participaram da investigação 30 universitários, regularmente matriculados, sendo 15 mulheres e 15 homens, com idades entre 18-29 anos, presentes na instituição por ocasião da coleta dos dados. Para captação das informações aplicou-se a técnica do grupo focal em três momentos, realizados nos meses de julho e novembro de 2016, com a participação de dez universitários em cada grupo, distribuídos de modo equilibrado, ou seja, cinco jovens do sexo masculino e cinco do feminino. Os encontros foram gravados com autorização previa dos participantes e transcritos, posteriormente. Foram respeitados todos os princípios éticos, ou seja, o projeto foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética da instituição sede, e os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os relatos dos participantes dos grupos focais foram tratados com a técnica de análise de lexical com auxilio do software IRAMUTEQ que realiza cinco tipos de análises. Neste estudo optou-se pela classificação hierárquica descendente, na qual o software após processar e agrupar as palavras segundo a ocorrência procede a referida classificação criando um dendograma de classes. Resultados e discussão - A análise do perfil social dos participantes demonstrou que houve maior representatividade de jovens com idades entre 18 e 24 anos (26), status conjugal - sem namorado (23), sem filhos (29), que residiam com pais ou familiares (27). As produções discursivas oriundas dos grupos focais, tratadas pelo software IRAMUTEQ, ao final do processamento emergiram cinco classes de análise, dentre essas: “O uso de álcool como determinante do comportamento de risco para IST”; “Risco de contrair IST pela multiplicidade de parcerias sexuais” e “Uso inadequado do preservativo associado ao risco de contrair IST”. O comportamento de risco para IST foi associado ao uso abusivo de álcool, principalmente nas festas. Sabe-se que o uso abusivo de álcool e drogas altera a percepção das atitudes dos jovens afetando, inclusive, a decisão do uso (ou não) do preservativo. Nas descrições pode-se perceber que os comportamentos sexuais, muitas vezes, são influenciados pelo uso do álcool e drogas, o que torna os jovens vulneráveis. Muitos referem que sob o efeito dessas substâncias não aderem ao uso dos preservativos nos intercursos sexuais. A multiplicidade de parcerias sexuais, também, foi mencionada pelos participantes, mesmo entre os que tinham relacionamento estável, com a justificativa de buscar novas experiências sexuais. O relacionamento sexual com parceiros fixos foi descrito como um aspecto preponderante para o não uso do preservativo. Todos os universitários informaram não usar o preservativo de forma consistente e, portanto, ficam vulneráveis às IST. O preservativo é associado à prevenção de uma gravidez indesejada, e não para prevenir IST. Considerações finais - O uso descontinuado (ou não uso) do preservativo; a multiplicidade de parcerias sexuais e o uso abusivo de álcool e drogas antes do sexo tornam os jovens vulneráveis às IST. A confiança nas parcerias sexuais favorece o desuso do preservativo, por acreditarem na impossibilidade de contrair uma IST. Os discursos dos universitários revelam que ainda permanece no controle dos homens a decisão pelo uso (ou não) do preservativo (masculino).

local do evento

Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Campus Central

A Universidade Federal da Paraíba é reconhecida pela sua excelência no ensino e em pesquisas tecnológicas e, atualmente, encontra-se entre as melhores Universidades da América Latina.

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