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Grupos Temáticos

28/09/2019 - 13:30 - 15:00
EO-35J - GT 35 - Corpo, Gênero, Estigmas: Vulnerabilidades e Proteção Social

30531 - SOFRIMENTO MENTAL ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: ESTUDO PILOTO*
GABRIEL VINÍCIUS SOUZA DE VASCONCELOS - UFPE, PETRA MELISSA EVARISTO FERNANDES - UFPE, JAQUELINE GALDINO ALBUQUERQUE PERRELLI - UFPE, POLLYANNA FAUSTA PIMENTEL DE MEDEIROS - IMIP, ROSSANA CARLA RAMEH-DE-ALBUQUERQUE - IFPE, ROBERTA UCHÔA SALAZAR - UFPE


Apresentação/Introdução: A Universidade é um espaço de formação política, social e profissional que possibilita construção do conhecimento fundamental sobre determinada área e favorece desenvolvimento de habilidades inerentes à atuação do profissional. O aumento expressivo de jovens que acessaram nível superior, por meio das Universidades, Faculdades ou Institutos Federais, nos últimos anos, desperta necessidade de investigar as experiências universitárias desses indivíduos e o desenvolvimento de problemas relacionados com a saúde mental, tais como sofrimento mental, risco de suicídio e uso abusivo de drogas. Objetivo: Verificar presença de sofrimento mental entre estudantes do curso de graduação em Serviço Social. Metodologia: Trata-se de um estudo piloto, descritivo, transversal, com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 18 estudantes do curso de graduação em Serviço Social de uma Instituição Federal de Ensino Superior (IFES) localizada em Pernambuco. Os participantes foram selecionados com base dos seguintes critérios de inclusão: discentes matriculados no respectivo curso de graduação, maiores de 18 anos e que compareceram à aula na data da coleta de dados. Os sujeitos da pesquisa foram orientados quanto ao preenchimento do instrumento de forma individual. Dessa forma, aqueles participantes que preencheram com o auxílio de colegas, foram excluídos deste estudo piloto (n=3). A coleta de dados ocorreu, em dezembro de 2018, em um espaço reservado a fim de minimizar possíveis constrangimentos. O instrumento de coleta foi composto por variáveis de caracterização sociodemográfica, uso de drogas e avaliação de saúde mental. Quanto ao rastreio de sofrimento mental, foi utilizado o Self-Reporting Questionnaire (SRQ). Pessoas que apresentaram pontuação maior ou igual a 8,0 nesse instrumento, foram consideradas como casos sugestivos de sofrimento mental. Os dados foram organizados em uma planilha do software excel e analisados por meio de estatísticas descritivas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisas (CEP) com seres humanos sob o número CAAE: 98450718.4.0000.5208. Resultados e discussão: Os participantes apresentaram, em média, 23 anos (±4,3). A maior parte foi composta por mulheres (n=14; 77,77%). Sobre a religiosidade, 44,44% (n=8) afirmaram não possuir religião, 33,33% (n=6) são evangélicos e 22,22% (n=4) são católicos. Quanto ao estado civil, 77,77% (n=14) são solteiros. Aproximadamente, 66,66% (n=12) exerceu atividade remunerada, incluindo bolsas na universidade e estágio extracurricular, nos últimos seis meses anteriores à coleta. A renda familiar variou de R$ 500,00 a R$ 7.000,00. O sofrimento mental foi encontrado em 66,6% (n=12) dos estudantes. Revisão integrativa(1) sobre sofrimento psíquico e fatores associados evidenciou variação nas prevalências de sofrimento psíquico de 33,7 a 49,1%. Nas pesquisas brasileiras, a ocorrência desse quadro variou de 33,7 a 44,9%(1). Neste estudo piloto, verificou-se elevado percentual de sofrimento mental entre os participantes, mostrando-se aproximadamente 50,0% maior do que o encontrado nos estudos brasileiros com estudantes universitários. A fase de estudos acadêmicos exige a tomada de decisões importantes. É um momento de novas experiências, descobertas e ciclos de amizades que exigirão do discente a capacidade de lidar com novas situações. Entretanto, a adaptação insatisfatória a esse contexto pode acarretar uso abusivo de drogas e sofrimento mental na vida desse jovem. Adicionalmente a essas questões, destaca-se que o âmbito acadêmico pode gerar um ambiente competitivo entre os alunos. A exigência de serem excelentes alunos, a excessiva carga horária de disciplinas e de trabalho e uma relação pouco harmoniosa com o professor pode gerar uma tensão e sobrecarga no estudante e desencadear problemas de saúde mental(2,3). Tais demandas são geradoras de sofrimento mental e, portanto, capazes de acarretar adoecimento mental, contribuir para o consumo abusivo de drogas e risco de suicídio. Conclusão/Considerações Finais: É premente a necessidade da Universidade implementar políticas de promoção da saúde mental e prevenção do sofrimento psíquico, a fim de auxiliar o estudante a vivenciar a experiência acadêmica de forma mais saudável e com melhor qualidade de vida.

1. Graner KM, Cerqueira ATAR. Revisão integrativa: sofrimento psíquico em estudantes universitários e fatores associados. Ciênc. saúde coletiva [Internet]. 2019 Apr [cited 2019 May 25]; 24(4): 1327-1346. Available from: http://dx.doi.org/10.1590/1413-81232018244.09692017.

2. Kirsh B. et al. Experiences of university students living with mental health problems: Interrelations between the self, the social, and the school. Work. 2015; 53(2):325-335.

3. Pereira AG, Cardoso FS. Ideação suicida na população universitária: uma revisão da literatura. Revista E-Psi. 2015; 5(2): 16-34.

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