01/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO1.1 - Tópicos em hesitação vacinal |
46876 - HESITAÇÃO VACINAL E PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UMA ANÁLISE EM QUATRO MUNICÍPIOS BRASILEIROS E NO DISTRITO FEDERAL MICHELLE FERNANDEZ - UNB, ESTER PAIVA SOUTO - NIESP-CEE/FIOCRUZ, CELITA ALMEIDA - NIESP-CEE/FIOCRUZ, PRISCILA PETRA - PPGBIOS/UFRJ, GUSTAVO CORREA MATTA - NIESP-CEE/ CIDACS-FIOCRUZ
Apresentação/Introdução Historicamente, o discurso antivacina teve um baixo impacto político no Brasil, visto que o PNI foi desenvolvido com apoio de lideranças políticas democráticas. Mas, esse discurso vem ganhando espaço em virtude da postura de desconfiança gerado durante a pandemia com as vacinas contra COVID-19. Os trabalhadores de saúde são um grupo especialmente importante para a investigação dos fatores vinculados ao processo de vacinação e a confiança nas vacinas que podem estar relacionados à hesitação vacinal.
Objetivos O presente estudo tem como objetivo explorar e analisar as narrativas sobre as experiências dos profissionais que atuam nas UBS na vacinação contra COVID-19 com foco nas percepções sobre os motivos da hesitação vacinal detectados por esses profissionais.
Metodologia Baseado no constructo teórico da Hesitação Vacinal, foi desenvolvida uma pesquisa qualitativa entre trabalhadores da APS em 4 municípios de 4 estados brasileiros (Rio de Janeiro, Bahia, Mato Grosso e São Paulo) e no Distrito Federal. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 86 trabalhadores de UBS (Enfermeiros, Técnicos de enfermagem, médicos, ACs e odontólogos).
Resultados e discussão A partir do debate teórico sobre motivos da hesitação vacinal, que reconhece Confiança, Complacência, Conveniência e Comunicação como categorias, mapeamos por meio da análise temática
subcategorias para caracterizar a hesitação vacinal identificada pelos profissionais da Atenção Primária à Saúde entre os usuários do Sistema Único de Saúde. Encontramos que as disputas narrativas construídas em torno da COVID-19 que a minimizava, ajudaram a menosprezar a importância da vacinação. Pela primeira vez na história do PNI, órgãos públicos de comunicação foram responsáveis pela disseminação de desinformação e desincentivo à uma vacina, que somados à ausência de uma coordenação federal da campanha de vacinação da COVID-19 efetiva, contribuíram para a hesitação vacinal no Brasil.
Conclusões/Considerações finais Para além de uma pauta estritamente sanitária, a vacina torna-se um assunto permeado por interesses geopolíticos e econômicos. Nesse sentido, a hesitação vacinal emerge como um produto de relações discursivas que atravessam e influenciam práticas sociais e políticas.
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