01/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO12.1 - Epistemologias da Saúde desde o Sul: Pensamento crítico latino-americano e a virada decolonial |
47052 - PROMOÇÃO EMANCIPATÓRIA DA SAÚDE DO POVO MUNDURUKU/PARÁ: DIÁLOGOS INTERCULTURAIS E AGROECOLOGIA EMTERRITÓRIO INDÍGENA MARCELO FIRPO PORTO - NEEPES/ENSP/FIOCRUZ, MARINA TARNOWSKI FASANELLO - NEEPES/ENSP/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução O projeto continua a cooperação iniciada em 2017 entre o Núcleo Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde e a Associação Pariri, a qual demandou apoio institucional da Fiocruz para estudar os impactos da contaminação por mercúrio associada ao garimpo na região, bem como alternativas voltadas à sustentabilidade socioambiental, à saúde e à defesa dos territórios tradicionais.
Objetivos A pesquisa aprofundou diálogos interdisciplinares e interculturais sobre desenvolvimento, sustentabilidade e conflitos territoriais com os Munduruku do Médio Tapajós sobre promoção da saúde, defesa do território, alimentação e agroecologia.
Metodologia O projeto realizou diálogos interculturais com o povo Munduruku através de metodologias sensíveis colaborativas, práticas de ecologia de saberes e construção de outras narrativas. Além de reuniões e oficinas virtuais, híbridas e presenciais, foi aplicado um questionário nas aldeias por bolsistas territoriais O diálogo contou com a forte participação da Associação Pariri, bem como de pesquisadores munduruku com experiência acadêmica formados em antropologia, biologia e letras. Além de atividades virtuais ou presenciais com tradução simultânea, diversos materiais foram produzidos de forma bilíngue (português-munduruku), com a tradução de especialista em letras da própria etnia.
Resultados e discussão Foram produzidos diversos relatórios e um caderno intercultural bilíngue para uso pela Associação Pariri e o povo Munduruku, além de um documentário audiovisual e um relatório com experiências de agroecologia indígena no país. Os materiais produzidos estão disponibilizados nas aldeias e escolas munduruku por intermédio da Associação Pariri, caciques, lideranças e professores/as com o objetivo de formação de jovens no diálogo intergeracional, bem como futuramente junto a outros povos indígenas, movimentos sociais, SUS e academia. O principal resultado alcançado foi a sistematização das bases para a construção de planos agroecológicos nas aldeias da região, a serem futuramente desenvolvidos.
Conclusões/Considerações finais O diálogo entre saberes e práticas tradicionais e campos científicos interdisciplinares (como saúde coletiva e agroecologia) é um desafio para a academia, instituições e movimentos sociais, principalmente frente às ameaças em curso. O projeto avançou em experiências interdisciplinares, interculturais e intersetoriais de pesquisa colaborativa que contribuirão para diferentes territórios tradicionais e populações vulnerabilizadas.
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