01/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO16.1 - Temas de Saúde Reprodutiva |
47429 - “SER MÃE É PADECER NO PARAÍSO.!?: PERCEPÇÕES DE MULHERES MÃES SOBRE A MATERNIDADE LO-RUAMA MENDES DOS REIS SANTOS - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, TATIANA BARCELOS PONTES - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, JOSENAIDE ENGRACIA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, DANIELA DA SILVA RODRIGUES - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, ANA CAROLINA SILVA MARTINS - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
Apresentação/Introdução A construção da maternidade inicia-se muito antes da concepção, e cooperam para este processo, atitudes transgeracionais e culturais, acoplados ao que se deseja de uma menina e de uma mulher dentro da família e da sociedade. As mudanças que acompanham a maternidade podem trazer consigo riscos de crises e desequilíbrios para a vida da mulher, pois as mesmas refletem no papel social, na necessidade de novas adaptações e no reajustamento de sua identidade. Portanto, faz-se necessário conhecer e compreender as percepções de mulheres mães sobre o papel ocupacional materno, e sua relação com o repertório ocupacional e perdas de papéis ocupacionais associadas ao processo da maternidade.
Objetivos Conhecer as percepções de mulheres mães sobre o papel ocupacional materno, bem como sua relação com o repertório ocupacional e perdas de papéis ocupacionais associadas ao processo da maternidade.
Metodologia Trata-se de estudo qualitativo realizado em um hospital universitário da região centro-oeste do Brasil. A amostra foi composta por 12 mulheres, mães de crianças com desenvolvimento típico, que aguardavam consultas de rotinas em um hospital universitário. Os dados foram obtidos por meio de entrevista estruturada, gravada com anuência das participantes.
As entrevistas foram submetidas à análise de conteúdo (BARDIN, 2010), composta por pré-análise e exploração do material por meio da codificação, classificação e categorização dos resultados. A pré-análise sistematizou e operacionalizou as ideias, enquanto que a codificação consistiu em escolher as unidades de sentido presente nos discursos. A última etapa da análise interpretou os discursos segundo o referencial teórico previamente selecionado.
Resultados e discussão As mulheres entrevistadas encontravam-se na faixa etária entre 22 e 57 anos; cinco são mães primíparas e sete são mães multíparas; a escolaridade variou entre ensino fundamental incompleto a especialização completa; seis mães exerciam atividades remuneradas e seis mães não exerciam tais atividades. A pré-análise identificou 4 categorias analíticas: “Ser mãe é um dom!”; “Ser mãe
é uma responsabilidade da mulher!”; “Ser mãe é padecer no paraíso!”; e perdas ocupacionais.
Conclusões/Considerações finais Os sistemas de cuidados maternos, geralmente não consideram adequadamente as influências culturais e sociais complexas da saúde perinatal, bem como os repertórios ocupacionais e as responsabilidades consideradas socialmente como da mãe. Ao estudar a maternidade, os papéis desempenhados, os contextos, ambientes, territórios, as
expectativas e exigências socioculturais devem ser considerando, visando proporcionar o bem-estar emocional e holístico da mulher mãe, através da participação ocupacional positiva e significativa.
Algumas das participantes deste estudo tiveram o início da maternidade na adolescência, quando o principal papel desenvolvido era o de estudante. Quando adulto, o papel principal esperado é o de trabalhador e é nessa atividade que o indivíduo marca a transição de adolescente para uma nova fase. O trabalho é a atividade que demanda maior tempo na vida cotidiana de um adulto, quando esse pode atingir reconhecimento social e financeiro (KIELHOFNER, 2012).A maternidade por si só, leva a modificação nas ocupações desempenhadas e nos papéis ocupacionais que as mulheres mães se engajam, causando muitas vezes perdas ocupacionais significativas. A terapia ocupacional pode atuar desenvolvendo e estimulando as habilidades de gerenciamento de tempo, simplificação de atividades, conservação de energia, técnicas de enfrentamento, técnicas de relaxamento, entre outras intervenções, objetivando o desempenho ocupacional satisfatório e desejado, de acordo com a subjetividade, contexto e cotidiano da mulher mãe.
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