01/11/2023 - 13:10 - 14:40 CO17.1 - Modelos de atenção à saúde infantojuvenil - participação de crianças e adolescentes e produção de cuidado |
46381 - CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO CENTRO DA AÇÃO - EXPERIENCIAS DE UM ANO DO PROJETO DE EXTENSÃO TRAJETOS - UFES BRUNA LIDIA TAÑO - UFES, ADRIELLY PEREIRA DE OLIVEIRA - UFES, BEATRIZ OLIVEIRA SOUZA - UFES, KAMILA CASTRO DA CRUZ - UFES, MARIA JULIA VENTURIN - UFES, MARIA LUIZA LYRA SOARES OLIVEIRA - UFES, SOFIA TAVARES MENANDRO - UFES, VITOR DOS SANTOS PEREIRA - INSTITUTO RAÍZES, JOCELINO DA CONCEIÇÃO SILVA JUNIOR - INSTITUTO RAÍZES, PATRICIA MARIA SOUSA MENDES - UFES
Contextualização Apresentamos as ações realizadas pelo projeto de extensão “TRAJETOS - Cotidiano e acompanhamento em saúde mental para crianças, adolescentes e suas comunidades” realizado pelo Departamento de Terapia Ocupacional com apoio da Pró-reitoria de Extensão da Universidade Federal do Espírito Santo.
Descrição Sustentadas nas contribuições da terapia ocupacional, da atenção psicossocial e dos direitos humanos o projeto oferta acompanhamento em saúde mental para crianças, adolescentes e jovens em situação de sofrimento psíquico; apoia a efetivação de práticas sociais, comunitárias, parentais e institucionais que se situem no combate à medicalização e patologização de suas vidas e destinos; contribui para a formação de profissionais alinhados aos princípios deste projeto.
Período de Realização Trata-se de relato sobre as ações do primeiro ano deste projeto.
Objetivos As ações de cuidado e mediações institucionais e comunitárias visam oportunizar a ampliação da participação sociocultural e a garantia de direitos para crianças, adolescentes e suas comunidades em seus territórios de vida, a partir do reconhecimento da legitimidade de seus modos de viver, participar o mundo e também, de sofrer.
Resultados Neste primeiro ano realizamos ações orientadas a partir de três eixos prioritários: i. acompanhamento de crianças e adolescentes; ii. ações com as instituições com vistas à desinstitucionalização e despatologização; iii. ações com ênfase na cultura e no território. Firmamos parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social de Vitória para o trabalho com dois Serviços de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes. Tal parceria resultou na oferta de grupos e acompanhamentos individuais orientados pela atenção psicossocial, pela despatologização e garantia de direitos e no enfrentamento ao capacitismo. A partir desta experiência, promovemos debates e reflexões junto ao Sistema de Garantia de Direitos (SGD) no reconhecimento do protagonismo e da contribuição que cada criança e adolescente tem para sua comunidade e território, reconhecimento este que tacitamente inclui aquelas lidas pela sociedade como crianças/adolescentes com deficiência, público prioritário de nossos acompanhamentos no projeto. Nos orientamos enquanto dispositivo de cuidado e de articulação interinstitucional tomando como centralidade cada criança/adolescente e suas necessidades. Participamos também de estudos de caso (intersetoriais) convocados pela a 1a. Vara da Infância e Juventude investidas da defesa de uma perspectiva de cuidado e de proteção despatologizantes para as vidas das crianças e adolescentes e que se direcionou para a desinstitucionalização de suas trajetórias. Além destas experiências relacionadas à institucionalização de crianças e adolescentes também articulamos ações territoriais em outra localidade do município de Vitória. Alinhamos um trabalho conjunto com o Instituto Raízes, localizado no Centro de Vitória e que tem como compromisso o trabalho na construção da cidadania de pessoas residentes das comunidades do território. Conjuntamente participamos do projeto "Mulheres Luz” que tem como objetivo favorecer a formação cidadã e política das mulheres que vivem nas comunidades localizadas no Centro de Vitória. Nossa participação nesta ação tem como objetivo acolher as crianças filhas e netas destas mulheres enquanto elas participam das atividades promovidas pelo Instituto. Reconhecendo a importância do protagonismo de crianças e suas comunidades, transformamos este espaço de acolhida também em um espaço formativo e de produção de vínculos e pertencimento. Oportunizamos um espaço para as crianças em que estas, vivenciam as mesmas temáticas trabalhadas junto às suas mães e avós, a partir dos recursos de atividades lúdicas e expressivas de modo interativo.
Aprendizados Em síntese, as ações realizadas pelo projeto, neste seu início, apontam para o fortalecimento de vínculos com o território e com os grupos, com as instituições e trabalhadoras, possibilitando que crianças/adolescentes estejam envolvidas em atividades que as reconhecem como cidadãs e fomentam a importância da escuta ativa, atenta e que legitimam suas opiniões, afetos e desejos.
Análise Crítica Compreendemos que estas múltiplas inserções do TRAJETOS oportunizam que graduandas tenham proximidade com o trabalho em saúde mental com crianças e adolescentes e também na esfera ampliada do SGD, situações não contempladas nas outras instâncias da formação. Estas experiências atualizam a importância da articulação em rede e do cuidado intersetorial como premissas fundamentais para o trabalho na atenção psicossocial e na terapia ocupacional e evidenciam que o melhor cuidado é aquele que se faz a partir da centralidade da criança/adolescente na leitura da rede a se articular. Ademais, possibilitam um desenvolvimento ético-técnico-político que só é possível com o corpo em ato, com a ação efetiva no encontro com as crianças, adolescentes e suas comunidades.
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