Comunicação Oral Curta

02/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC1.1 - Processos e práticas em vacinação

47428 - A ORGANIZAÇÃO DOS MACROPROCESSOS E MICROPROCESSOS DA SALA DE VACINA DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE QUISSAMÃ/RJ
VIVIAN ALBUQUERQUE ABREU DOS SANTOS - PREFEITURA MUNICIPAL DE QUISSAMÃ, MILENA DA PAIXÃO GONÇALVES VIANA - PREFEITURA MUNICIPAL DE QUISSAMÃ, SUZANA PINHEIRO DA SILVA DUARTE - PREFEITURA MUNICIPAL DE QUISSAMÃ


Contextualização
Trata-se de um relato de experiência no município de Quissamã, no norte fluminense do Estado do Rio de Janeiro, que possui cerca de 25 mil habitantes e uma rede de atenção à saúde com nove Unidades Básicas de Saúde (UBSs) compostas por equipes de Saúde da Família (eSFs). Com vistas à segurança do paciente na Atenção Primária à Saúde (APS), o relato refere-se à experiência de uma eSF que instituiu um Livro de Registros da Sala de Vacina da Unidade e utilização de duas planilhas (aprazamento da Vacina Oral Poliomielite - VOP - e faltosos para busca ativa), instituídas pela coordenação da Estratégia de Saúde da Família, como instrumentos de trabalho com a finalidade de assegurar a cobertura vacinal de poliomielite e pentavalente para crianças de até um ano de idade.

Descrição
Foi instituído um Livro de Registros da Sala de Vacina que contém informações a respeito do ambiente , insumos, vacinas, doses aplicadas e intercorrências. O registro do Livro é realizado pelos técnicos de enfermagem e supervisionado pela enfermeira da Unidade diariamente. Além disto, a Coordenação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) do município instituiu duas planilhas para registro do aprazamento de crianças que irão vacinar com VOP e de faltosos para realização de busca ativa. O preenchimento dos instrumentos é realizado pelos técnicos de enfermagem, supervisionado pela enfermeira e enviados à Coordenação da ESF para supervisão mensalmente para posteriores orientações, caso necessário. Com isso, a Coordenação consegue planejar o rodízio da vacina VOP (que tem curto prazo de validade após aberta) entre todas as USFs, evitando desperdício e garantindo a qualidade e segurança do serviço prestado. Assim como a de faltosos, entendendo que o processo de assistir e acompanhar os usuários pode requerer ajustes sobre seu nível de adesão à vacinação.

Período de Realização
Janeiro a dezembro de 2022


Objetivos
- Instituir um Livro de Registros da Sala de Vacina em uma eSF
- Utilizar as planilhas de aprazamento da vacina VOP e de faltosos para busca ativa
- Avaliar as ações de imunizações aos usuários da Unidade a partir dos instrumentos utilizados no processo de trabalho na sala de vacina


Resultados
O Livro de Registros da Sala de Vacina foi entendido como um instrumento operacional que promove as boas práticas na sala de vacina, garantindo a segurança do paciente; uma vez que ao realizar os registros do ambiente, insumos, dados da vacinação e possíveis intercorrências é possível gerenciar os riscos, práticas e os danos tanto do ambiente quanto diretamente ao usuário do serviço. A instituição das planilhas têm sido uma forma de otimizar um recurso público que é a vacina, evitando seu desperdício devido à limitação do prazo de validade e por vezes não haver um quantitativo expressivo de crianças menores de um ano para vacinar. Apesar da preconização do acesso livre às ações de vacinação, no caso específico da VOP tem sido possível contactar o responsável da criança e agendar a vacinação, garantindo a cobertura vacinal individual. Demonstra um plano local que envolve as práticas seguras e garantia do cuidado centrado na pessoa. Observou-se o envolvimento dos profissionais com a sistematização da assistência na sala de vacina, valorizando o preenchimento de dados técnicos afim de garantir a qualidade do serviço oferecido, além de estimular o envolvimento de outros profissionais da ESF, como os Agentes Comunitários de Saúde que são os principais atores e elos com a comunidade e realizam a busca ativa destes faltosos no território.

Aprendizados
A construção de um novo processo de trabalho a partir dos novos instrumentos estimulou práticas assistenciais e de cuidado mais seguras, e ampliou o modo de trabalhar em equipe com relação à vigilância das crianças até um ano de idade. Além da otimização do imunizante que antes era desperdiçado devido à pequena quantidade de crianças e o curto prazo de validade depois do frasco aberto. E a partir do planejamento durante o processo de vigilância, foi possível prever com antecedência quem são as crianças que irão precisar da vacina e assim garantir a cobertura, bem como aquelas que estão em atraso por quaisquer motivos. O Livro de registros facilitou a identificação de riscos e viabilizou oportunidades de sanar problemáticas encontradas e criar estratégias mais seguras para a execução da rotina da sala de vacinas.

Análise Crítica
Os constantes desafios exigiram programação e articulação da equipe de enfermagem para execução das atividades de imunização com qualidade do serviço, dos agentes comunitários de saúde para a busca ativa dos faltosos, e da Coordenação da ESF que colaborou para a estruturação deste fluxo de trabalho. De maneira sistêmica, foi possível compreender que estes instrumentos constituem um processo de trabalho mais seguro que apenas orientação aos profissionais para que tenham mais atenção. Neste novo formato os ajustes podem ser percebidos e ajustados por todos, promovendo uma gerência dos riscos, práticas e de possíveis danos à garantia da cobertura vacinal.