Outras Linguagens

02/11/2023 - 08:30 - 10:00
OL3 - Potencialidades e desafios das linguagens do AUDIOVISUAL e da ESCRITA DE MEMÓRIAS para pensar o cuidado como práxis decolonizadora 2

47260 - SER QUEM SE É: DOCUMENTÁRIO SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO PROJETO “SÍFILIS NÃO” NA 26A PARADA LGBT+ DE SÃO PAULO
KALINE SAMPAIO DE ARAÚJO - LAIS/UFRN, JANVITA RIBEIRO BEZERRA - LAIS/UFRN, DIANA XAVIER COELHO - LAIS/UFRN, MAURICIO DA SILVA OLIVEIRA JUNIOR - LAIS/UFRN, JUCIANO DE SOUSA LACERDA - LAIS/UFRN, RICARDO ALEXSANDRO DE MEDEIROS VALENTIM - LAIS/UFRN, BERNARDO LUIZ SANTANA DE FRANÇA - LAIS/UFRN, MARIA VALÉRIA PAREJA CREDIDIO FREIRE ALVES - LAIS/UFRN, JORDANA MARIA DA SILVA VIEIRA SOARES - LAIS/UFRN


Processo de escolha do tema e de produção da obra
Em 2017, o Ministério da Saúde do Brasil decretou uma epidemia de sífilis no país, o que ocorreu após um aumento crescente no número de casos da infecção ao longo das últimas décadas. Após avaliar a política nacional de combate à sífilis, por meio do Acórdão 2019/2017, o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou, entre outras ações, novas e diversificadas estratégias de comunicação e educação para informar profissionais de saúde, população em geral e grupos específicos, incluindo populações-chave, sobre prevenção, testagem e tratamento da sífilis.
Nesse âmbito, surgiu o Projeto “Sífilis Não”, executado por meio de uma cooperação técnica e científica entre Ministério da Saúde do Brasil, o Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).
Dentre as ações de comunicação, além de diversas iniciativas para que a sífilis pudesse integrar a agenda pública e privada de saúde no Brasil, como a produção de campanhas publicitárias em diversos formatos, está a construção de narrativas audiovisuais que possam promover a divulgação científica de temas relacionados à sífilis, bem como o registro de ações que envolvam o Projeto.
Este foi o caso do documentário “Ser quem se é”, que narra, do ponto de vista de uma mulher trans, a participação de pesquisadores do Projeto “Sífilis Não” na 26a Parada LGBT+ de São Paulo, ocorrida em 2021. Isso incluiu a produção de uma campanha visual; a participação na Feira da Diversidade Cultural; a parceria com a Rede Gay do Brasil no Simpósio Nacional Saúde, Cidadania e Direitos Humanos; a visita ao Centro de Referência e Diversidade e, por fim, o desfile e as ações de conscientização na Parada, que incluíram um momento de fala no trio principal de abertura, levando o Projeto a um público estimado de três milhões de pessoas.
Para o documentário, após a captura das imagens e depoimentos no evento, o roteiro, a edição e a direção foram executados por pesquisadores da comunidade LGBTQIA+, dentre elas uma pesquisadora trans que atua no LAIS - responsável pela narração e ponto de vista da narrativa - ressaltando a importância de que as populações-chave estejam inseridas nas políticas públicas de saúde e de todas as ações que dela derivarem, considerando a situação de vulnerabilidade, estigma e discriminação que impõe barreiras no acesso a políticas de saúde, cidadania e direitos básicos.


Objetivos
- Retratar a participação do Projeto “Sífilis Não” na 26a Parada LGBT+ de São Paulo.
- Promover divulgação científica, por meio de um produto audiovisual, a respeito de uma ação de promoção de saúde pública, especificamente a sífilis, em um evento reconhecido internacionalmente.
- Dar visibilidade à perspectiva de uma integrante de uma população-chave sobre ações de políticas públicas em saúde que a tomam como público-alvo.

Ano e local da produção
Ano: 2021
Local: Gravado em São Paulo (SP) e editado em Natal (RN)


Análise crítica da obra relacionada à Saúde Coletiva e ao tema do congresso
A política LGBT+ carece de visibilidade mesmo entre publicações de saúde coletiva (BEZERRA et al, 2019), portanto, há uma reparação necessária na saúde coletiva às políticas voltadas para estas populações. Neste sentido, é fundamental construir uma nova visibilidade via produção de um documentário sobre a Parada LGBT+, a partir do debate sobre um agravo que também é negligenciado, em relação a esses grupos na sociedade, no entanto, que reconstrói a percepção a partir de uma priorização que não estigmatiza, mas que os torna sujeitos comunicantes, protagonistas do discurso, numa lógica de cidadania comunicativa e emancipadora.

Referência
BEZERRA, M. V. DA R. et al.. Política de saúde LGBT e sua invisibilidade nas publicações em saúde coletiva. Saúde em Debate, v. 43, n. 8, p. 305–323, 2019.


Formatos e suportes necessários referentes à apresentação
Projeção audiovisual em retroprojetor ou telão ou TV com suporte de áudio


Breve biografia do autor
Doutoranda em Média-Arte Digital pela Universidade Aberta de Portugal. Mestra em Gestão Pública pela UFRN. Especialista em Marketing Estratégico pela FARN. Bacharela em Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo pela UFRN. Pesquisadora do LAIS/UFRN, desenvolvendo pesquisas e metodologias ligadas à educomunicação, incluindo produção e disponibilização de Recursos Educacionais Abertos,
divulgação científica, comunicação institucional, produção de eventos
científicos e campanhas de comunicação em saúde. Servidora da UFRN, vinculada à SEDIS, atuando em processos de produção de materiais didáticos, publicitários, jornalísticos e institucionais, no gerenciamento de fluxos de produção de REA, com Design instrucional e revisão de textos, produção audiovisual e na formação de professores e conteudistas para produção de materiais didáticos a distância.