47224 - A IMPORTÂNCIA DO NUTRICIONISTA PARA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRCIONAL NOS TERRITÓRIOS INDÍGENAS XAVANTE EM BARRA DO GARÇAS – MATO GROSSO, REGIÃO DA AMAZÔNIA LEGAL EDUARDO VIEIRA PASSOS - DSEI XAVANTE, LÚCIA DIAS DA SILVA GUERRA - USP-FSP
Processo de escolha do tema e de produção da obra O processo de escolha do tema se deu a partir da prática cotidiana do profissional de saúde (nutricionista) nas atividades desenvolvidas nos Territórios Indígenas Xavante, no âmbito do Núcleo Ampliado de Saúde Indígena (NASI) em apoio a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (DSEI-Xavante). Os 24.635 indígenas Xavante que vivem em 11 terras indígenas (Areões, Areões I, Areões II, Chão Preto, Marãiwatsede, Marechal Rondon, Parabubure, Pimentel Barbosa, Sangradouro-Volta Grande, São Marcos e Ubawawe), e contam com seis Polos Base (Água Boa, Campinápolis, Marãiwatsede, Paranatinga, Sangradouro e São Marcos), possuem atualmente 340 aldeias, inseridas em 14 municípios no Estado de Mato Grosso. Para produção do material, a linguagem escolhida foi a produção áudio visual (fotografia e vídeo), que propicia a universalidade de reconhecimento e compreensão mediante a diversidade. Houve a utilização da língua materna na tradução das palestras e nos depoimentos, por um indígena Xavante, geralmente membro da EMSI, professor Xavante ou liderança bilíngue, que traduz no mesmo momento da realização da atividade), compartilhando as vivências a partir da ótica própria e da evolução coletiva constitutiva das comunidades. As fotos foram os registros exatos dos momentos das palestras, as pessoas assistidas são o público participante, os oradores são o nutricionista e os tradutores que variam de acordo com a localidade. O local utilizado são o centro da aldeia, escola indígena ou UBSI dependendo da disponibilidade ou escolha da comunidade. Este trabalho buscou elaborar vídeo de 5 a 15 minutos, onde os próprios Xavantes fazem o relato de sua vivência na língua materna A’uwe. As entrevistas foram realizadas com apoio de aparelho celular e legendadas para o português, cujo intuito é coletar depoimentos dos indígenas acerca da alimentação tradicional e os aspectos relacionados com a transição alimentar Xavante. Os princípios que nortearam o trabalho foram o de estabelecer e compartilhar saberes, práticas e cuidados, aprender a solucionar problemas do cuidado com a saúde, de modo a maximizar as habilidades singulares de cada um e da tradição cultural. A gestão coletiva nos territórios foi abordada através de temas de políticas públicas que envolvem o Direto Humano a Alimentação Adequada, Programa de Aquisição de Alimentos, Programa Nacional de Alimentação na Escola. Nas apresentações foi lembrado as características do costume de vida comunitária dos povos indígenas e do pensamento holístico, na saúde individual e do planeta.
Objetivos Compartilhar sobre as atividades de nutrição realizada nos Territórios Indígenas Xavante e demonstrar a importância do nutricionista enquanto profissional da saúde que integra o NASI em apoio a EMSI, no DSEI-Xavante.
Ano e local da produção 2022, Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante (DSEI-Xavante).
Análise crítica da obra relacionada à Saúde Coletiva e ao tema do congresso O genocídio causado pela convivência com os não indígenas ainda não cessou. Ainda vivenciamos entre os povos indígenas doenças graves, com altas taxas de mortalidade, além da prevalência cada vez maior de doenças crônicas – como hipertensão arterial e diabetes mellitus. Apesar de os princípios da equidade, universalidade e integralidade da atenção serem norteadores do SasiSUS, as elevadas taxas de mortalidade infantil de indígenas indicam que as ações de saúde para este grupo populacional ainda estão bastante distantes de reduzir as iniquidades existentes. A correlação entre o aparecimento das doenças e a crescente exposição dos indígenas aos centros urbanos, é um cenário que estimula cada vez mais o consumo de alimentos industrializados e que associado ao confinamento em territórios delimitados (proximidade as fazendas, desmatamento, exploração de madeira e minerais)restringem a produção de alimentos e a sua movimentação no território, Fatores que tem moldado os novos comportamentos que substituíram as tradições alimentares e cotidianas, e vem mudando a relação dos povos indígenas com o trabalho, a terra e alimentação. A emancipação por meio da saúde, da resistência alimentar e territorial, é resistir à omissão da sociedade e das políticas públicas neodesenvolvimentistas do capitalismo que os aproximam das doenças, antecipam as mortes.
Formatos e suportes necessários referentes à apresentação Equipamento multimídia - computador, Datashow, caixa de som.
Breve biografia do autor Nutricionista do Núcleo de Atenção à Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena Xavante, em Barra do Garças – Mato Grosso, onde desenvolve estratégias para o enfrentamento da insegurança alimentar e nutricional nos Territórios Indígenas Xavante.
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