Comunicação Oral Curta

02/11/2023 - 08:30 - 10:00
COC10.1 - Análise Institucional na (de)formação e na (de)colonização

47348 - OFICINA DE IMPLANTAÇÃO E FORTALECIMENTO DOS GRUPOS DE APOIO AO AUTOCUIDADO DE HANSENÍASE NO MUNICÍPIO DE PAULISTA
ALLANY MICKELLY SANT' ANA DO NASCIMENTO - UPE, RAPHAELA DELMONDES DO NASCIMENTO - UPE, DANIELLE CHRISTINE MOURA DOS SANTOS - UPE, MARIZE CONCEIÇÃO VENTIN LIMA - NHR, HELLEN XAVIER OLIVEIRA - UPE, ADRIENE MICHELLE TAURINO DA SILVA - UPE, DAYANA CECÍLIA DE BRITO MARINHO - UPE, HEBERT HUMBERTO DE MELO SILVA - UPE, ANGELA MARIA DOS SANTOS SILVA - UPE, RAYSSA MARIA ALMEIDA - UPE, TAUANA LAIS DE OLIVEIRA DA SILVA - UPE


Contextualização
A Hanseníase, segundo o Guia de Vigilância em Saúde do Ministério de Saúde, é uma doença crônica que pode acometer pessoas de todas as faixas etária e em ambos os sexo, podendo comprometer a pele e os nervos, sendo uma das doenças negligenciadas no Brasil, carrega consigo estigma e preconceito. Uma das maneiras para proporcionar assistência às pessoas acometidas pela hanseníase é a construção de grupos de apoio ao autocuidado (GAC), ele promove conhecimento sobre a realidade da doença, desmistificando conceitos estigmatizantes, incentiva a autocompreensão do seu corpo à mente e ao espírito, a adotar novos e melhores hábitos para a sua vida, esse também tem o intuito de promover momentos de trocas de experiências entre os indivíduos, de possibilitar o fortalecimento da autoestima e bem-estar, por fim, deve provocar a autonomia nessa população, seja através de informações sobre leis e direitos garantidos auxiliando no enfrentamento dos estigmas e preconceitos sofridos ou contribuindo para a reabilitação após a doença, por conseguinte, o conceito de GAC deixa de lado a obsoleta abordagem hospitalocêntrica e assume uma postura amplamente assistencial. Diante dessa perspectiva, foi idealizada uma oficina com profissionais da saúde do município de Paulista para a realização de treinamentos e descobertas acerca dos GAC's e fortalecimento destes.

Descrição
A oficina “Implantação e fortalecimento dos Grupos de Apoio ao Autocuidado em Hanseníase” foi realizada para os profissionais de saúde e da assistência social com o propósito de incentivar ações de educação em saúde na atenção à Hanseníase pelos serviços de saúde no município de Paulista-Pernambuco. Foi utilizado o Design Thinking, instrumento metodológico com abordagem ativa e participativa com o incentivo à encontrar soluções coletivas para o desafio proposto. A oficina é fruto do projeto de pesquisa e extensão da Universidade de Pernambuco “Implantação e fortalecimento de Grupos de apoio ao autocuidado em hanseníase na Região Metropolitana de Recife” em parceria com a ONG Holandesa NHR Brasil.

Período de Realização
Realizou-se em 2 dias de maneira imersiva, no mês de Fevereiro de 2023.

Objetivos
Relatar a oficina “Implantação e fortalecimento dos Grupos de Apoio ao Autocuidado em Hanseníase”.

Resultados
O desenvolvimento da oficina partiu das etapas do DT: definição do problema, descoberta, interpretação, e idealização/prototipagem. De início é feita a identificação do problema, os participantes relataram expectativas e obstáculos para desenvolver um GAC através do aplicativo Mentimeter, o qual gerou um painel com as palavras centralizando as mais repetidas. Na descoberta, é feita a exposição dialogada do painel e dos conceitos de autocuidado, grupos de apoio e características de grupos. Na interpretação, foram formados 4 grupos para as atividades de avaliação das características dos sujeitos envolvidos com as atividades dos GAC, dos pontos fortes e fracos no ambiente interno e externo aos GAC. Foi utilizado o Mapa de Empatia, constituído por 5 perguntas: “quem ele é?”, “o que ele pensa?”, “o que ele vê?”, “o que dizfaz?”, “o que ouve?”. Cada grupo ficou responsável por uma persona, sendo 2 grupos com usuários, 1 com coordenadores e 1 com gestores. Também foi utilizado um formulário com análise SWOT (Forças/Fraquezas/Oportunidades/Ameaças), ferramenta que serve para planejamento estratégico. No final da etapa, cada grupo apresentou o produto das discussões. Houve outro momento de exposição dialogada sobre estratégias de educação em saúde e planejamento dos grupos de autocuidado, foram apresentados recursos didáticos para a realização de reuniões GAC. Na idealização e prototipagem, cada grupo apresentou os protótipos: o planejamento de um GAC relatando o que, onde, quando, como, com quê, com quem, facilidades e obstáculos; e o roteiro para atividade de uma reunião do GAC, com tema, objetivos, dinâmicas, desenvolvimento do tema e recursos necessários.

Aprendizados
A participação no planejamento da oficina é essencial para o processo de aprendizado sobre a educação em saúde, a educação continuada e o trabalho em equipe, visto que foi aplicado dinâmicas, debates e construção de estratégias em saúde na coletividade, importante para a desmistificação da centralidade da assistência hospitalocêntrica e para a disseminação de práticas assistenciais que promovem autonomia.

Análise Crítica
Através da discussão e da reflexão foi possível observar que os entraves para a implantação de um GAC, como o apoio institucional, conhecimento acerca do grupo e metodologias ativas, financiamento e entre outros. A implantação e fortalecimento dos GAC pode ser fomentada pela capacitação de profissionais de saúde para discutir, planejar e implementar um modelo de assistência de educação em saúde para a eliminação e controle da hanseníase, prevenção de incapacidades, promoção de autocuidado, da autonomia e da emancipação.